Aqui estou, na fase final da leitura de "Novas cartas portuguesas" das três Marias escritas em 1971 no Portugalito sedento de liberdade. Esse livro causou um escândalo nas cabeças imperialistas, colonialistas e patriarcais da época. Até a Beauvoir teve que interceder. Ela e outras companheiras internacionais.
Hoje as pessoas já não leem como dantes? Nã! Nada disso! Se por um lado a leitura é muitas vezes feita na transversal, por outro as pessoas leem o que realmente querem e afetam-se com a conjugação de letras, palavras e ideias que se depara diante de si. Algumas identificam-se e respiram de alívio por sentirem e pensar idêntico, outras incomodam-se e ofendem-se ao nível pessoal.
Ser perigosa é não nos calarmos e nem permitirmos que nos silenciem para que as relações abusivas se erradiquem, seja a nível individual como institucional? Então que escrevamos, que pintemos, que subamos ao palco!
E que as nossas pernas para caminhar estejam associadas ao coração que para todos os efeitos não somos objeto de consumo. Que não tenhamos receio de usar da escrita, da voz, da dança, do teatro, dos nossos estudos e pesquisas intelectuais que urgem serem igualitárias e democráticas.
Que marquemos presença em combate à alienação de quem nos tenta controlar e que a sensualidade, assim como o libido sejam parte da libertação e não da coisificação do viver. Porque se assim não for, deixa quieto.
Vida plena para nós todos com mais paz e amor de verdade
Ana Piu
Br, 11/03/201
Br, 11/03/201
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