terça-feira, 8 de março de 2016

Cantiga de Mariana Alcoforado à maneira de lamento


Me tomam por tomada
a mim se dou
meu peito e meu convento
em troca de mais nada
alheada andava
tão alheada andava
Me davam por freira
conformada
no hábito que habito
ou habitava
que alheada andava
tão alheada andava
Mas têm por lei presa
tão bem posta em dádiva
pois me libertei
que alheada andava
tão alheada andava
Me dizem que morra
se por mim amei
com a ameaça funda que pequei
que alheada andava
tão alheada andava
Me sobram porém hoje os dias
que perdi
e a clausura então que não rasguei
que alheava andava
tão alheada andava
Barreno, Maria Isabel, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa "Novas cartas portuguesas", Circulo do Livro, Sp/ Lisboa 1974.
foto de Margarida Ribeiro in Encontro Internacional de Palhaços de Vila do Conde, Portugal, Outubro 2015. " As desaventuras de Má Ri Bô", Ana Piu

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