NOTICIAS DO MEU PAÍS

Atualmente ser de esquerda ou de direita o significado parece ser quase nulo. A mosca muda mas a cagada é a mesma. Um regime autoritário que usa repressão para desmocratisar, para reprimir a liberdade de expressão duma vida mais sonhável é um regime que não serve para nós cidadãos.

Luaty Beirão, que esteve em greve de fome em 2015, aquando da sua prisão preventiva, foi condenado em Angola a cinco anos e meio de prisão. Os seus companheiros a quatro anos e meio. LISBOA SOLIDÁRIA ESTOU CONTIGO.

Enquanto isso os meus amigos da Companhia Maribondo vão resignificando a importância das forças de segurança pública. Rir e brincar sempre ameniza um pouco toda esta loucura dos sistemas que servem para encher os bolsos e os egos sedentos de poder a uns poucos que desconhecem a palavra viver em coletivo para um bem comum.

Ana Piu
Br, 28.03.2016

Nós, os pantomineiros, somos assumidamente palhaços e circulamos de bicicleta. Logo somos cidadãos conscientes de que esta loucura não é mais sustentável.

Rossio, Lisboa, Portugal em defesa da liberdade e independência duma Angola democrática e cidadã.

SAGRADO FEMININO ANCESTRAL

Somos
As
Grandes mães
Regressamos
Ancestrais
Doamos
Onirismos

Femininas
E
Masculinas
Iconoclastas
Nascemos
Incluindo
Nós
Os

As
Nativ@S
Cósmic@S
Somos
Tantos
Recordando
Ancestralidades
Longínquas

Ancestrais
Regressamos

Femininas
Masculinas
Cósmicas

Doando
Onírimos
Renascemos

Somos
As
Grandes Mães

Ana Piu
Br, 29.03.2016

AS MÃES, AS FILHAS E AS AVÓS

As filhas de vez em quando explicam às suas mães o que elas esqueceram das suas avós.

Ana Piu
Br, 29.03.2016

@S ALQUIMISTAS VIERAM PARA FICAR

Depois do dia 27 vem o dia 28, 29, 30 e alguns casos o 31. Dia 27 de Março é dia do teatro, do circo e ontem, no ano da graça do senhor de 2016 foi dia de Páscoa, dia da ressurreição. Todos os dias, para quem a isso se dedicar, são dias do teatro, do circo e do renascimento. A Páscoa antes de ser já o era. Vem lá dos tempos remotos, 1280 a.c., em que o povo hebreu se libertou dos egípcios. Esses malandrões escravocratas que inspiraram tantos outros. Como prática pagã esta celebrava a chegada da Primavera, época de fertilidade.

Daqui, deste lado do mundo, depois das chuvas de Março que fecham o Verão não é a chegada da Primavera. Mas não faz mal, pois a criatividade, o direito ao sonho é o que nos fertiliza o viver. Assim acreditam aqueles que a tal se dedicam. e que fazem da sua arte uma forma de libertação de toda e qualquer escravatura para sermos a cada dia mais férteis e criativos num mundo mais respirável e emocionalmente mais sustentável. 

Ana Piu

Brasil, 28.03.2016

Poesia e delírio, uma alquimia e tanto.

"Uuboru",um espetáculo em andas/ pernas de pau Teatro Ka direção Judite Da Silva Gameirocom Ana Piu e Sérgio Fernandes Festival de Teatro de Rua, Holanda 2010

Encontro alquímico com o público.

Encontro Internacional Palhaços Vila do Conde Vila do Conde, Portugal 2015

foto de Margarida Ribeiro

Viemos para ficar. Ah pois que viemos!

Encontro Internacional Palhaços Vila do Conde Vila do Conde, Portugal 2015

foto de Margarida Ribeiro

Na estrada desde o século passado do milénio passado.

Semana Palhaços Évora, Portugal 2012

BRASIL, BRÁSIU, BRAZIL, BRASIL (série: os porquês de aqui estar filiada ao Movimento das Forças Amadas com o seu chaimite da paz)

Não é que todas as pessoas aqui sejam alegres, afáveis, acolhedoras e receptivas, mas A MINHA EXPERIÊNCIA É QUE QUANDO SOMOS AFÁVEIS, RESPEITOSAS COM AS PESSOAS ELAS RETRIBUEM. DUMA MANEIRA GERAL. CLARO! MESMO ASSIM AS PESSOAS AQUI OLHAM-SE MAIS NOS OLHOS.

O QUE EU ADORO É A NATUREZA, A SUA FORÇA, A SUA BELEZA LUXURIANTE, O CLIMA GOSTOSO NUM ETERNO VERÃO COM ALGUMAS CHUVAS TORRENCIAIS E UM FRIOZINHO contornável.

O que me custa muito a digerir são as extensões infindáveis de favela cujas condições são insalubres. A dignidade humana pelo chão com lixo a céu aberto, pois não existe uma recolha de lixo efetiva. Além da pobreza extrema em que estas pessoas vivem.

ADORO O BRASIL PORQUE ESTE É IMENSAMENTE GRANDE E TEM GENTE MUITO LINDA INTERIORMENTE E QUE É SOLIDÁRIA. É COM ESSAS QUE DESEJO E QUERO ESTAR. @s outr@s? @s que olham somente para o seu umbigo sem observarem o que rodeia e não escutam o canto dos pássaros que se encontrem dentro da batida do seu próprio coração. Porque enquanto o nosso coração pulsar estamos em eterno movimento.

Ana Piu
Brasil, 23 de Março 2016

A IMPORTÂNCIA DO SAGRADO FEMININO PARA REVERMOS AS LETRAS QUE FALTA NA PALAVRA HUMANISMO

Leer y escrebir poesía, eso sí que es un gran acto de amor.* Eloisa  Cartonera

O sagrado feminino não é nem pintar as unhas, tampouco varrer o chão ou ser dócil. Isso são escolhas estéticas, tarefas e comportamentos espontâneos e/ou instituídos. Ser dócil não é sinónimo de submissão. Todos nós trazemos dentro sagrado feminino,a honra e gratidão de estarmos vivos em conexão com a mãe natureza. Deixa pensar... E se em vez de sagrado feminino fosse sagrado criativo? A vida como algo sagrado. O poder de criar, imaginar, construir, cuidar é sagrado. Não é para ser pisado. À partida, claro!

Nos últimos dias tenho escutado discursos de ódio tanto dum lado como de outro. Aquela visão de que para resolver toda esta treta acerca do Brasil se manter em democracia ou tem um golpe militar tem que ser à batatada, à porrada. Parece-me a mim que está aqui a faltar alguma letra na palavra "HUMANISMO".

Ao pesquisar sobre mulheres relevantes e rebeldes na História quase sempre vejo fotos das mesmas com armas em punho.
Sagrado feminino é voltarmos ao nosso próprio ventre e recordarmos também que viemos dum ventre e tomarmos consciência que o pacifismo é uma arma, que a inteligência emocional vem de nos abraçarmos à terra fofa, às árvores seculares. Só que há muito isso tem sido ridicularizado porque não é nada racional. Porém eu pergunto: e viver nesta ganância de egos desenfreada é racional?
Melhor ser ridícula e viver com paz de espirito do que andar à batatada, porque os argumentos acerca da boa fortuna de vermos a luz do dia são escassos.

Vivemos tempos de mudança. Os sistemas todos tem falhado porque a lógica é patriarcal, aquela em que a lei da força bruta abafa todos os atos de amor. É tempo de voltamos a nós mesmos, ao nosso lar, ao nosso próprio ventre e olharmos o horizonte com outros olhos. Quero manter essa esperança. Mais do que um direito é um dever.

Ana Piu
Br, 22.03.2016

* Eloisa Cartonera, diciembre-2012
in: Poesía y Política, Antología de Poesía irreverente, Colección Nueva Narrativa y Poesía Sudaca Border, año 2012, Buenos Aires, Argentina

EL DERECHO A SER MEJORES CADA DÍA

En estos tiempos de democracia, la poesía es también un derecho de todos. El derecho de la creación, a la autogestíon; el derecho a ejercer política, el derecho a la lectura, el derecho a ser mejores cada día. Y leer es precisamente eso, compreender la mirada del otro que no habla.

Eloisa Cartonera, diciembre-2012
in: Poesía y Política, Antología de Poesía irreverente, Colección Nueva Narrativa y Poesía Sudaca Border, año 2012, Buenos Aires, Argentina

CURIOSIDADES QUE DESVIAM DO OBJETIVO PRIMEIRO, MAS NEM TUDO TEM DE SER OBJETIVO. E VIVA A SUBJETIVIDADE!

Ia escrever sobre como temos andado desconectad@s há séculos do sagrado feminino. As mulheres guerrilheiras, por exemplo as da guerra civil espanhola nos anos 30, que embora sendo corajosas reproduzem a lógica da violência. Mas encontrei aqui a Maud e dia já vai longo. Amanhã é outro dia.

Ana Piu
Br, 21.03.2016

Foto: Maud Vagner, a primeira mulher reconhecida como tatuadora nos EUA (1911)

UN RECUERDO DE BUENOS AIRES/ A POESIA ESTÁ NA RUA

em 2013 tive o prazer de conhecer Buenos Aires, de passar pela praça de Maio, de partilhar também as minhas teatrices e adquirir este "singelo" livro e desejar intimamente viver uns tempos nessa cidade. Passo a partilhar uma passagem do prólogo:

(...) La poesía siempre estuvo ligada a la revolución de las grandes ideias, al hecho cotidiano de vivir cada día en las grandes ciudades, al sexo, a la fantasía, a la imaginación. Porque no lo vamos a negar, puede existir una sociedad pobre, con problemas de energía elétrica, con inconvenientes para interactuar, pero no puede existir una sociedad sin inventiva, sin imaginación, sin deseos ni sueños. (...)

Eloisa Cartonera, diciembre-2012
in: Poesía y Política, Antología de Poesía irreverente, Colección Nueva Narrativa y Poesía Sudaca Border, año 2012, Buenos Aires, Argentina

UMA ESPÉCIE DE FADO VADIO

ai terrim tim tim
tanto é ' não" como é "sim"!
ai terrim tim tão
podes-me dar a mão?

tenho amigos em Berlim
ah pois sim!
tenho amigos em Bruxelas
agora é que vão ser elas!
tenho amigos em Angola
oh! demos todos à sola!

andamos para aqui sem eira nem beira
maldita crise financeira!

tenho amigos em Londres
tenho amigos em Maputo
de todas estas andanças sairá algum fruto!!!

ai Portugal Portugal
não és só tu!
o mundo está fatal
enquanto se seguir a lógica do capital

vamos lá minha gente
vamos levar o barco para a frente
ninguém nos vai deixar à margem!
vamos reescrever a História sem de ninguém levar vantagem!

Ana Piu
Brasil, 19.03.2016

foto: de Margarida Ribeiro

MULHER PREVENIDA VALE POR DUAS! AH POIS!

É bixo marafado! Com essa agora lixaste-me! Isso assim dá mais trabalho! Não sei. Onde é que se compra esse pacote? Vem com líder para dizer o que devo fazer e não? Nas instruções diz o que está certo ou errado e identifica certinho quem é o nosso bode expiatório caso a gente não dê conta do recado de sermos livres e revolucionários por nossa conta e risco? Quero saber tudo para ver se vale a pena ou deixo-me ficar na mesmice de sempre? AH POIS! É bom avaliar tudo direitinho. Vai que dá para o torto!

Ana Piu
Br, 19.03.2016

FASCISMO NUNCA MAIS!

Hoje, dia 21 de Março, na minha terra natal é dia que marca o inicio da Primavera; é dia da árvore e do livro. Há 70 anos atrás, em 1946, nascia o meu pai e por coincidência os meus avós maternos casavam-se. Há 70 anos atrás o mundo vivia ainda a ressaca do final da segunda grande guerra, embora muitos países continuavam com um regime fascista. Nomeadamente Portugal e Espanha, que durou até aos anos 70.

Mesmo não tendo vivido esses anos de obscurantismo, escusado será dizer que FASCISMO NUNCA MAIS! Assim como não preciso de ter vivido no século XVI para saber que o colonialismo e o imperialismo não honram a vida, que são processos históricos que perpetuam violência.

Ontem imaginei voltar 500 anos atrás e em vez de caravelas de exploradores de visão mercantilista e evangelizadora sair uma nau de "loucos sonhadores" sedentos de conhecer e trocar sabedoria ancestral, aquela que vem das raízes das árvores e do cântico das estrelas e da lua.

Fascismo, colonialismo, imperialismo são uma coisa só. São um atentado à dignidade dos seres vivos. Um atentado aos seres humanos, aos animais, à natureza, à vida.

De facto eu não faço questão nenhuma de conviver e cultivar amizade com seres que se esquecem de ser e apoiam essa violência.

Hoje ofereci/ partilhei um filme ao meu pai: A Nuta Mutã (O casamento silencioso). Um filme sobre o regime stalinista e as suas atrocidades idênticas às do regime hitleriano. Como tal, ser anti fascista é renegar todo e qualquer regime autoritário e/ou totalitário.

Enfim, que nos casemos com a vida com aquele amor que vem de dentro. Amor à vida, amor à honra de sentirmos a pulsação do coração. Reescrevamos a História com profundidade e com o coração mais leve. Assim desejo.

Ana Piu
Brasil, 21.03.2016

Talvez estejamos a viver um momento, uma oportunidade de lembrarmos quem somos e o que faz sentido para a nossa vida. Pois a facilidade com que "nos deixamos" alienar é alarmante.

Hoje deveríamos estar a refletir sobre o fim da atuação da policia militar na sociedade cívil e não o contrário, o seu empoderamento. Além de que a comissão de verdade deveria ser algo ainda mais efetivo e não o seu branqueamento para que não se volte a repetir o inaceitável.

MEUS CAROS AMIGOS

Oh my dog! Um pano encharcado no meu das fuças ainda era pouco! Oh miúda! Vai dar banho ao Pluto! Faz qualquer coisinha na vida!

Meus caros amigos, me perdoem, se eu possa ser uma tonta
E se juntos não saciamos a sede
Mas como agora apareceu mais uma conta
Mando notícias nesta rede

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimosa e de pirraça
E a gente vai respirando  e rindo que também sem a chalaça
Ninguém segura esse rojão

Meus caros amigos, eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de palhaço
E a gente vai sorrindo  que, também, sem um abraço
Ninguém segura esse rojão

Meus caros amigos, eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflita pra fazer vocês ficarem
A par de tudo que se passa

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita careta pra engolir a transação
Que a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meus caro amigos, eu bem queria lhes escrever
Mas tenho as minhas funções
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nessas publicações

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate o sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A Flor manda um beijo para os seus
Um beijo na família, em todos e nas crianças
A Nina aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus!

Ana Piu
Brasil, 18.03.2016

Vá, respira! Sabes que o caminho é respirar! fffuuuuuuuuuuuuuu fzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz Chora! Chora que lava a alma!

NOTICIAS DO BRASIL PARA ANGOLA E ARREDORES ( carta aberta a um amigo de longa data)

querido amigo,

penso que te encontras em Angola. Temos andado um pouco de saquinho cheio da velha Europa, pois não é? Escrevo deste jeito maneira do Brasil.

Hoje ao procurar uns documentos nas gavetas ( oh tarefa chata!) encontrei estes desenhos. Não estão assinados, mas tenho a certeza que são do menino Nuno. A letrita e o humor não enganam. E está assinado OCSAY (um trocadilho do espanhol yo que sei! Pois não é? Eu também acho que já não sei nada ou quase quase nada) Há mais de 20 anos que nos conhecemos. Espera aí! Há 24 anos!! Chiça! O tempo passa! Somos cotas. Somos coroas. Eu gosto. Continuamos aqui para as curvas e para as surpresas, olhando as plantas, sentindo a terra com as palmas das mãos e a fazer das nossas.

Ontem, por exemplo, ia na minha farronca, no meu calhambeque e na Avenida estava uma manif daqueles que saem à rua com a sua liberdade de expressão para pedirem a volta dos militares. Olha só o absurdo! Resultado: a velha Ana voltou a cena com os seus impulsos. De flor vermelha na cabeça, tal qual cravo de Abril, acenou com dedo do meio da janela fora com pequenitas cuspidelas. Utla! Nunca tinha sido protagonista dum fuga em jeito de filme americano. Um calmeirão fascizoide começou a correr atrás do meu chaimite. Varrrrrrrrrrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuum não me deixou mal a velha máquina que de vez em quando para nas subidas e ainda dei oportunidade do marmanjo de barriga de mac donalds fazer um exerciozinho físico.

Eu sei que poderia ter passado com os dedos em posição budista, mas foi mais forte que eu. A próxima vou-me concentrar na cana do nariz onde se localiza o olho da consciência e canalizar a indignação duma outra forma. Mas uma adrenalina de vez em quando em nome da justiça, paz e igualdade também não faz nada mal. E o que é um dedo de "fuck you" duma punk do bem diante desta loucura toda? Mas uma coisa estou ciente: sem armas os desarmaremos. Com pacifismo e consciência de quem somos criaremos um escudo de proteção contra o obscurantismo.

Ana Piu
Brasil, 18.03.2016

"Que tudo corra bem, com ou sem surpresas"

Um palhaço olha dum arbusto uma menina que olha para uma flor. Um palhaço de nariz vermelho. Espero que o vermelho não ofenda ninguém nos tempos que escorrem! 

A mão duma mesa toca um sol que também pode ser um nariz vermelho. Espero que o vermelho não volte a ofender ninguém. 

"Piquenos burgueses". Pois é, neste sistema neo liberal quem não é ou ascende a ser "piqueno" burguês? Espero que ninguém se sinta ofendido e incomodado nas suas convicções. Perguntar não ofende!

MAS AFINAL O QUE É O SAGRADO FEMININO?

Hoje está na ordem do dia falar do sagrado feminino. Fazem-se rodas, círculos de mulheres. Nesse aspecto penso que é muito importante incluir os homens. Todos nós trazemos dentro energia vital, energia criativa, impulsos e intuição. Todos nós, sem excepção. Somos muit@s e muitas que por vezes achamos que caminhamos num deserto cortad@s ao meio, sedent@s de nos encontramos inteir@s.

Eu conheço homens inteiros que não temem o seu sagrado feminino. Sagrado esse que não é mais nem menos a consagração, o respeito pela vida. Assim como conheço mulheres que mesmo achando que são feministas e rebeldes contra o patriarcado reproduzem os modelos de competição vigentes há séculos e que urge desfazermos- nos deles.

Como não podemos agradar a gregos e troianos... Que os gregos e os troianos que enxergam com um olhar periférico aproximem-se. Os outros, os de olho grande, que só enxerguem as suas vantagens continuem o seu caminho até encontrarem uma árvore para se abraçarem e na sombra olharem de frente a sua consciência.

Ana Piu
Br, 16.03.2016

COENTROS' POWER ( coentros: erva aromática usada no nordeste brasileiro, como no Alentejo português. Esta erva é alvo de preconceito porque é usada por pessoas trabalhadoras que para não definharem na falta de recursos migram em busca de melhores condições de vida)

Só me pergunto qual a escola que esta mocinha anda ou andou. Pelo postura não deve acreditar em escolas públicas e deve estar treinada para ridicularizar as mesmas. Também "gosto" do homem da barba, ao fundo, com uma latinha de skol abraçado ao policia amigo sorridente. Vale a pena a escutar o que esta jovem tem para nos dizer, pois dá muito que pensar.

Há uns tempos atrás ouvi dizer que os coentros são vistos com preconceito no Brasil. Eu adoro coentros!! E curiosamente, passados alguns anos, percebi que no norte de Portugal os coentros eram vistos com desdém. Pois isso é coisa dos mouros (aqueles que vivem no sul de Portugal e eu sou da ala dos mouros e não tenho vergonha). Enfim... A velha história de sempre, de uns acharem que são melhores que outros e desdenharem.

Aproveito ainda a oportunidade para dizer publicamente que prefiro amigos nordestinos com fama de "machistas" e que estão lá nas horas de rir e do aperto e sabem o valor do nosso trabalho que mulheres que se dizem "feministas", mas que só pensam nelas mesmas. E como não mando recados por ninguém estas palavras já as disse ao meu amigo nordestino que há anos vive no Estado de São Paulo.

Ana Piu
Brasil, 16.03.2016

Futuro Do Brasil

https://youtu.be/CkJbZa89WnQ

RIMAS DAS 17 E CINCO DO HORÁRIO DE BRASILIA

quando a poesia está na rua

a oligarquia fica na nua

quando a nossa voz

e dos nossos avós

se desata de todos nós

a resistência

é uma desobediência

desarmá-los com poesia

não é motivo de medo

e sim de alegria

se pisam o coração da terra

da paz faremos a nossa guerra

responder com poesia

e no agir pacifista do dia a dia

é andar na contra mão

é desmascarar quem se apropria e distorce a palavra revolução

Ana Piu

Br, 16.03.2016

SUSTO SEGUIDO DE REINVENÇÃO DE SI

Meu
Ámor!!!!
Só 
Consigo
Abismar-me
Revendo-me!!!
Ahhhh!

Ahhhh
Repito
Amar-me
Consigo
Simplesmente
Aniquilando
Máscaras

AS
Minhas
Couraças
Resistentes
Ao
AMor

Ana Piu
Br, 11.03.2016

fuNDAMENTALMENTE É ISSO!

FUndamentalmente
FUjo do
FÚtil

FUro
FUnestos
FUncionários da não razão
FUnciológico numa lógica do
FUnaná

FUndir sem ser
FUgaz

FUndamentalmente
É isso!

Ana Piu
Br, 11.03.2016

A LEITURA INCOMODA NA ERA VIRTUAL

Aqui estou, na fase final da leitura de "Novas cartas portuguesas" das três Marias escritas em 1971 no Portugalito sedento de liberdade. Esse livro causou um escândalo nas cabeças imperialistas, colonialistas e patriarcais da época. Até a Beauvoir teve que interceder. Ela e outras companheiras internacionais.

Hoje as pessoas já não leem como dantes? Nã! Nada disso! Se por um lado a leitura é muitas vezes feita na transversal, por outro as pessoas leem o que realmente querem e afetam-se com a conjugação de letras, palavras e ideias que se depara diante de si. Algumas identificam-se e respiram de alívio por sentirem e pensar idêntico, outras incomodam-se e ofendem-se ao nível pessoal.

Ser perigosa é não nos calarmos e nem permitirmos que nos silenciem para que as relações abusivas se erradiquem, seja a nível individual como institucional? Então que escrevamos, que pintemos, que subamos ao palco!

E que as nossas pernas para caminhar estejam associadas ao coração que para todos os efeitos não somos objeto de consumo. Que não tenhamos receio de usar da escrita, da voz, da dança, do teatro, dos nossos estudos e pesquisas intelectuais que urgem serem igualitárias e democráticas.

Que marquemos presença em combate à alienação de quem nos tenta controlar e que a sensualidade, assim como o libido sejam parte da libertação e não da coisificação do viver. Porque se assim não for, deixa quieto.

Vida plena para nós todos com mais paz e amor de verdade

Ana Piu
Br, 11/03/201

POR FALAR NISSO! (série: punk do bem)

Por falar nisso! Onde anda a cadeira do Salazar? Sim, volvidos quarenta e dois anos há que fazer uma pergunta desse calibre. Essas perguntas, bem sei, não são muito agradáveis de fazer. É o mesmo que perguntar por aqui o que é feito dos desaparecidos entre 1964 e 1985. É tabu. E porque é que é tabu? Porque ainda existem muitos coniventes com o que aconteceu e outros muitos traumatizados por isso.

O que revira as vísceras é saber  que entre coniventes e coniventes haviam os bufos, aqueles  que bufavam, que delatavam, que espiolhavam a vida alheia para meter no rego dos mandões o que as pessoas pensavam e sentiam e deixavam de pensar e sentir. A cultura da desconfiança e do medo.

Quantas gerações passarão até que essas marcas profundas no agir de todos os dias se diluirão? É sinistro alguém espiolhar a vida do outro, acrescido ao facto de compactuar com um regime opressor. Seja este fascista, autoritário, totalitário ou falsamente democrático.
Vejo comigo a refletir qual a resposta que esses sanguessugas, esses abutres da vida alheia no individual e no coletivo merecem. Muitas vezes é mais fácil não recorrera um discurso de paz e dizer: "Merecem que façam o mesmo a esses espectros, essas sombras sem luz!"

Eu sou da opinião que esses seres viventes, que se focam negativo, merecem alguém que os guie espiritualmente, no silêncio e na escuta mais profunda de si e da mãe natureza para que se libertem das suas próprias algemas e correntes.

Ana Piu
Br, 11.03.2016

A E I O U QUEM DEU UM PUM? FUI EU OU FOSTE TU? TEQUILA BABY TEQUILA BABY YÊ YÊ (série PRECISAMOS DE FALAR UNS COM OS OUTROS)

Um(a) machista, um(a) homofóbica, um(a) xenófob@. um(a) racista são em última instância fascistas, para não falar em primeira instância. E quem gosta de fascistas a não ser os próprios fascistas? Eu não gosto de fascistas nem faço questão de conhecê-los. Sempre tive a sorte ou a distração de não me cruzar com nenhum, mesmo nos tempos de Bairro Alto em Lisboa.  Falo dos daquelas carecas internacionalmente conhecidos por skin heads, porque avaliando bem os fascistas andam por aí à solta. Por falar nisso, onde anda a cadeira do Salazar? Foi queimada ou está em algum museu secreto à espera da Comissão de Verdade? Tantas Comissões de Verdade estão ainda para acontecer. Acho que estão todos à espera que os sujeitos dessa sinistra história tenham uma sulipampa qualquer como o Augusto. O Pinochet. Essa foi-se sem ser chamado à razão, como tantos outros.

Definindo um(a) fascista, pode-se definir duma assentada só um(a) machista, um(a) homofóbica, um(a) xenófob@. um(a) racista em breves palavras.

Um(a) fascista é alguém que não se enxerga a si mesm@ logo não enxerga os restantes e a vida num sentido mais pleno. Segrega porque não vislumbra para além do seu pequeno umbigo cujo cordão umbilical há muito apodreceu na falta de afeto pela vida. Um@ fascista é alguém que do alto do seu pedestal de barro cru enverga medalhas de casca de cebola achando que é mais que os outros. Pobre de si coitad@!

Quem nunca conheceu um(a) machista, um(a) homofóbica, um(a) xenófob@. um(a) racista?
 EU JÁ! E QUERO MUITA DISTÂNCIA. Com um sopro de energia vital e positiva quero que tod@s nós nos protejamos desses ismos sem causa a não ser a cegueira e tristeza de desser.  Porque ser é muito mais melhor bom que desser. E porque somos mulheres e homens que corremos com os lobos sem coleira.

Vida plena para nós todos com mais paz e amor de verdade

Ana Piu
Br, 10/03/201

PRECISAMOS DE FALAR UNS COM OS OUTROS ACERCA DAS RELAÇÕES ABUSIVAS parte II

Existem muitas versões e práticas nas relações abusivas. Para que as pessoas se atraiam e passem a serem parasitas emocionais umas das outras, predadoras e presas tem que haver, em algum lugar dentro de si, uma fragilidade, uma desatenção, um deslumbramento que cega e ilude.

O abuso que se pode traduzir em "pequenos" comportamentos de control, de censura do outro até à tentativa de proibição, em alguns casos de efetivação, d@ outr@ ser espontâne@, de ser livre, de se ser, de se realizar.

A maior parte das vezes quem agride com recorrência é porque vai pela vida fora com esse comportamento com todas as parecerias e relações que estabelece. Então, não tem essa que a outra pessoa aviva o que há de pior n@ outr@. Se assim é, @ outr@ que se afaste. Se alguém nos tira do sério é isso que devemos fazer: distanciarmos. Se não vira uma bola de neve.

Normalmente quem agride encontra mil e uma justificações para o fazer. Porque coitadinh@ teve uma infância muito infeliz e porque vem duma família muito pobre ou muito rica. Bardamerda! Cada um de nós tem as nossas mazelas sentimentais e nem por isso temos o direito de infernizar a vida uns aos outros!

Se algumas vezes faz às escondidas, outras vezes encontra cúmplices. Uns amiguinhos da onça que incubem de manter o predador informado. Enfim... há de tudo para justificar um comportamento abusivo. Muitas vezes esse predador para atrair a presa camufla-se de grandes causas. Ele é vegetariano, vegan, ambientalista, defensor dos animais, só anda de bicicleta, só usa roupa usada, só fuma tabaco de enrolar, só come hamburgures em casa e bebe coca cola light. Há gostos para tudo. Mas não deixa de ser parasita emocional.

A pessoa precisa de se curar interiormente?Olha! Agora tá na moda o yoga! Boa moda! Vamos em frente! Meditar também faz muito bem e não faz mal. Também há uns chás com plantas da florestas muito jeitosos. Não é para todos. Há que estar preparad@ para olhar de frente a sua sombra e vomitá-la, pois essa que os outros nos fazem sombra é uma bela desculpa para continuarmos por aí a achar que os outros merecem levar com as nossas loucuras, delírios e desequilibrios.

Vida plena para nós todos com mais paz e amor de verdade.

Ana Piu
Br, 09.03.2016

COMICIDADE POÉTICA EM SAMPA- ENCONTROS MENSAIS

Querid@s seres viventes, na sequência da oficina realizada em Fevereiro no Galpão 101, @s participantes mostraram interesse em dar continuidade a este trabalho. Deste jeito maneira a modos que fico sincera e honestamente feliz com esse empenho. O investimento será camarada para democratizarmos este trabalho, dando-lhe simultaneamente o seu devido valor. . Assim venho dar inicio a essas vivências mensais que permitem um mergulho nessas águas infinitas que é a linguagem do palhaço com suas ridiculitudes e poesias. Com muita gratidão ao pessoal de A Póxima Companhia espero por vocês com muito carinho na próxima vivência.

Cantiga de Mariana Alcoforado à maneira de lamento

Me tomam por tomada
a mim se dou
meu peito e meu convento
em troca de mais nada

alheada andava
tão alheada andava

Me davam por freira
conformada
no hábito que habito
ou habitava

que alheada andava
tão alheada andava

Mas têm por lei presa
tão bem posta em dádiva
pois me libertei

que alheada andava
tão alheada andava

Me dizem que morra
se por mim amei
com a ameaça funda que pequei

que alheada andava
tão alheada andava

Me sobram porém hoje os dias
que perdi
e a clausura então que não rasguei

que alheava andava
tão alheada andava

Barreno, Maria Isabel, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa "Novas cartas portuguesas", Circulo do Livro, Sp/ Lisboa 1974.

foto de Margarida Ribeiro in Encontro Internacional de Palhaços de Vila do Conde, Portugal, Outubro 2015. " As desaventuras de Má Ri Bô", Ana Piu

PRECISAMOS DE FALAR UNS COM OS OUTROS ACERCA DAS RELAÇÕES ABUSIVAS

Falar de violência é tocar numa ferida, mas quando olhamos de frente essa ferida e cuidamos dela, estancamos o circuito da violência. A violência alheia também nos pertence. Se assim não é estamos, de algum modo, a compactuar com essa a violência. Muitas vezes viramos a cara para o lado, pois não queremos acreditar que algo tão assombroso possa estar a acontecer perto de nós, com pessoas queridas que nem suspeitávamos. Não queremos acreditar que aquele casal amigo nos intervalos dos encontros sociais a sua intimidade é pontuada por agressões verbais e/ou físicas. Agressões que passam a fazer parte duma relação que deixou de ser amorosa para passar a ser tenebrosa. E essa de que o amor é louco e insano é uma grande falácia. A paixão pode até ser cega, mas amor é um sentimento maior em que na base está o  respeito. Não tem essa que o amor cega as pessoas. Alguém que sente amor dentro de si tem discernimento. Quer bem ao outro.

Ninguém gosta de ser mal tratado. Se assim for é porque há um desequilibro profundo, em que falta de amor lá na primeira infância foi marcante para o resto da vida. Todos nós sabemos que a primeira infância define muito do nosso caráter, da nossa capacidade de receber e dar amor. Quem não recebe não pode dar. Parece lógico. Isso vem lá do tempo da gestação, quando andamos ali às voltas no liquido amniótico.  Depois tem todas as questões do que é aceite ou não socialmente. Muitas vezes naturalizamos o inaceitável.

São inaceitáveis as relações abusivas, em que o desprezo, a ingratidão, a humilhação estão presentes entre seres ditos humanos e vivos que por algum motivo se atraíram. São obviamente inaceitáveis os crimes passionais.

E quando somos protagonistas duma relação conturbada? Como nos vermos livres disso?.......................... Não é evidente, pois é uma situação que nos humilha tanto, que nos tira tanta energia que muitas vezes só queremos que aquilo acabe naturalmente. Mas não é evidente. Uma grande parte das vezes @ agressor(a) é cobarde. Manipula as opiniões alheias, mente, convence a vitima que ela provoca a situação e que até gosta de ser agredida. Ninguém gosta de ser agredido...E quem agride é alguém que sente dentro de si dor e raiva por motivos muitas vezes que nada tem a ver com a outra pessoa. Mas ninguém tem de ser o caixote de lixo emocional de ninguém, nem fazermos dos outros esse mesmo caixote.

Estarmos atentos uns aos outros já é um caminho. Estarmos atentos a nós mesm@s para não reproduzir abusos de confiança, em que a paranoia do ciúme lixa tudo. Sim, o ciúme é um gajo muita marado. Vamos combinar! Há seres viventes que adoram provocar ciúmes n@s seus companheir@s ou disputar pelo simples prazer de disputar. A isso chama-se insegurança, futilidade e infantilidade, pois há uma incapacidade em criar uma relação de confiança. Depois há aquele pessoal possessivo que não pode ver @ parceir@ falar com alguém. Novamente insegurança, futilidade e infantilidade.

Já é tempo de sermos Maiores com sentimentos Maiores. Amor, na sua essência é respeito pela vida. E por mais que queiramos possuir a vida à força, esta materializa-se na pulsação das nossas batidas cardíacas, no sopro que inspiramos e expiramos. É isso que nos pertence nesta efémera passagem por aqui, então que esta seja prazerosa. Ninguém é de ninguém como uma propriedade privada. Nem os nossos filhos! E estes merecem serem criados neste mundo louco com mais sustentabilidade emocional.


Ana Piu
Brasil, 8/3/2016

O meu corpo, o meu espirito, a minha alma são o meu templo.

Na verdade até gosto de receber flores e bombons. Sempre recebi de amigas. Gostava de saber onde andam os cavalheiros cool.

MORAL DA HISTÓRIA: NUNCA FIANDO EM MULHERES QUE ATRAEM AS ATENÇÕES. SENÃO! RESORT COM ELAS PARA SÃO TOMÉ! ou AINDA SE FAZEM MULHERES COMO ANTIGAMENTE COM PODERES EXTRAORDINÁRIOS?

Cecília

Pelos meados do século dezasseis, uma mulher chamada Cecília atraiu as atenções em Lisboa. Possuía a arte de modular a voz de tal forma que esta parecia sair do cotovelo, às vezes, outras vezes dos seus pés, ou ainda dum sítio que seria impróprio nomear. Ela mantinha uma conversa com um ser invisível... que respondia a todas as suas perguntas. A mulher foi reputada de bruxa e de possessa do diabo; contudo, como graça especial, em lugar de ser queimada, foi apenas exilada para sempre na ilha de S. Tomé, onde morreu em paz.

Barreno, Maria Isabel, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa "Novas cartas portuguesas", Circulo do Livro, Sp/ Lisboa 1974.

TEMOS MESMO DE FALAR UNS COM OS OUTROS

É... o corpo feminino está cercado de tabus... Parece que há um retrocesso na tal da revolução sexual. Uma coisa que transita entre o moralismo e o pornográfico...E nos países latinos é um vê se te avias. A mulher "tem de bater pala" às depilações, aos cabelos pintados porque envelhecer é um "Ai jesus!". O Brasil, por ser um país jovem ( não um território jovem; é um território habitado ancestralmente, porque antes de 1500 já viviam muitas civilizações por aqui. Ou não é?) tem uma obsessão com o corpo e o medo de envelhecer. Eh pá! Até dá preguiça a pessoa tentar apaziguar essa noia alheia, fruto da sociedade do fast food, da imagem, da aparência! Eh pá, deixem-me da mão!  Chiça penico chapéu de coco! ihihih

Como é que o amor é possível?
Como é que não é possível?
que mais importa:
a história de um amor?
ou um amor na História?
na estória?

30/3/71

Barreno, Maria Isabel, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa "Novas cartas portuguesas", Circulo do Livro, Sp/ Lisboa 1974.

" Há realmente preconceito masculino com mulheres independentes, financeiramente, sexualmente e afetivamente?" Na verdade nunca tinha pensado nisso... Mas se a pergunta é feita é porque de algum modo poderá haver. De facto, a solidão não é muito bem vista, assim como a liberdade e a autonomia podem criar desconfiança. Mas ainda acrescento na pergunta: há realmente preconceito masculino e de outras mulheres cujo objetivo é casarem-se para não ficarem sós. Mesmo que não se casem, preferem dar umas voltinhas com o suposto garanhão que chamam de machista mas vão lá, porque mais vale um garanhão à mão que passarem uma noite na "solidão", a sós consigo mesmas encontrado no fluxo da respiração o que faz e não faz sentido para as suas vidas.

Por vezes tenha a sensação que há homens que querem romper com o machismo secular, mas há mulheres que continuam a comparar o seu empenho como "fêmeas", pois morrem de medo não se sentirem desejadas, mesmo que seja por um garanhão em que elas próprias colocam-se nesse lugar de relações abusivas, de abuso de confiança. Por outro lado, quantas mulheres independentes financeiramente já foram parasitadas, bancaram a vida de garanhões? Talvez seja esse o preconceito. Tipo do estilo:" Ai é? És independente? Então vou viver às tuas custas!" Quantas de nós já passou por essa experiência? Moral da história: mais vale só que mal acompanhada ou prefiro comer um naco de pão do que engolir ossos duros de roer.

OS TENTÁCULOS DUM SISTEMA

" A globalização neo liberal é hoje importante factor explicativo dos processos económicos, socais, políticos e cultuaris das sociedades nacionais. Contudo, apesar de mais importante e hegemónica, esta globalização não é única. De par com ela e em grande medida por reacção e ela está a emergir uma outra globalização, constituída pelas redes  w alianças transfronteiriças entre movimentos, lutas e organizações locais ou nacionais que nos diferentes cantos do globo se mobilizam para combater a exclusão social, a precarização do trabalho, o declínio das políticas públicas, a destruição do meio ambiente e da biodeversidade, o desemprego, as violações dos direitos humanos, as pandemias, os ódios inter-étnicos produzidos directa ou indirectamente pela globalização neo liberal.
Boaventura de Sousa Santos na introdução geral deste livro

A primeira vez que tomei conhecimento da existência do Lula foi no final dos anos 90, através da revista CAROS AMIGOS. Uns anos mais tarde, quando o Lula foi eleito eu, do outro lado do mar lancei as mãos à cabeça. "Ai! E agora?! Tanta gente a depositar esperança e fé nele num país imenso que é subalternos aos EUA o que vai ser do Lula? Vão-lhe deixar aplicar o que ele diz e "promete"? Talvez só um pouco, mais ou menos, assim assim. O Big Brother da terra prometida dos yankis vai lá estar, continuando a colonizar a floresta amazónica e democracia em doses paliativas para fingirmos todos que vivemos na mesma. Quem passa pelos partidos que ascendem ao poder sabe que duma maneira ou outra tem que jogar as regras do jogo das oligarquias, multinacionais e bancos. Nem é preciso passar pelos partidos para saber de tal. Basta parar, observar, pensar e reflectir. Com o Lula não seria diferente. Aliás, a esquerda governamental não existe. Quanto muito existem algumas medidas mais ou menos democráticas. Marx morreu, Cristo também e é dever nosso fazermos por nos sentir bem. Repensar os nossos hábitos de consumo, a nossa maneira de nos relacionarmos ao nível interpessoal, seja no ambiente doméstico, seja no profissional. Repensar o respeito que devemos e podemos nutrir uns pelos outros. Quanto à Revista CAROS AMIGOS... Deixei de lê-la no dia em que saiu um artigo falando que foi o Partido Comunista Português a organizar as Assembleias Populares e campadas organizadas nos centros de Lisboa, Porto e Coimbra mesmo antes de Espanha e do Wall Street. ISSO É MENTIRA! EU ESTAVA LÁ, em Lisboa, E AS ASSEMBLEIAS POPULARES FORAM ORGANIZADAS POR PESSOAS INDIVIDUAIS E MOVIMENTOS SOCIAIS. DE SEGUIDA, COMO QUASE SEMPRE, OS PARTIDOS DE ESQUERDA TENTARAM SE APROPRIAR DA INICIATIVA, O QUE EM CERTA MEDIDA BOICOTOU A SUA CONTINUAÇÃO. Ufa, a sede de protagonismo e poder é mais forte que tudo. 

Quanto ao Lula e ao seu partido, posso humildemente pensar que apesar de tudo ele tem democratizado o país, mesmo sendo árdua tarefa. Mesmo assim venha a "esquerda". Mesmo que falsificada é preferível que a direita conservadora e elitista, ignorante até aos céus, que faz tudo para desacreditar em politicas mais humanistas e ambientalistas. Caminhamos para o apocalipse? Talvez, espero que não. Repensar efetivamente o valor que damos uns aos outros já é um pauzinho na engrenagem.

Ana Piu

Br, 07.03.2016

Na Califórnia foi encontrada esta lula gigante. Terá vindo da China ou dos países do Médio Oriente? Dizem que ela 60 metros. Para o tamanho do sistema neo liberal em que as indústrias do petrolíferas, de armamento, estupefacientes onde a farmacêutica está incluída, mais a indústria textil de mão de obra barata, que inclui trabalho infantil, esta lula é meramente simbólica.


 

CHAMAREMOS UM POETA PARA GOVERNO

- No mundo abandonado onde então erraremos
A paixão será um só objeto e exercício. Não
me chames
De irmã, até que outro mundo venha.
Afastar possibilidades de novo convento. Nos
escombros
Acharemos irmãos. Os que nada perderam
E por nada foram esmagados, pois que não
tinham
Casas. Mas aguardaremo-nos ainda porque os
irmãos
Dirão " Fizésteis os cidadãos
Agora a cidade é nossa"
Três vezes nos trairão
Nossos irmãos: no pão, corpo
E na cidade. Não me armes cavaleiro
Das tuas angústias. Retomaríamos nos escombros
Antigos fantasmas. Recuaremos à raiz
Da nossa angústia, sozinhas, até dizermos
"Nossos filhos são filhos são gente e não
Falos dos nossos machos". Chamaremos
crianças
Às crianças, mulheres às mulheres e homens
Aos homens. Chamaremos um poeta para
governo
Da cidade. Que substitua o demiurgo
De ciclópicos trabalhos
10/3/71

Barreno, Maria Isabel, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa "Novas cartas portuguesas", Circulo do Livro, Sp/ Lisboa 1974

EU ENXERGO DIFERENTE, EU AGO DIFERENTE, E EU SINTO DIFERENTE

Desta
Igualdade
Fazemos
Emancipações
Rejuvenescedoras
Emanciparmo
Nos
Todos
Eternamente

Enquanto
Não
Xôôô
Engolir
Rãs
Gatos
Ostensivos

Angustia-me
Garantidamente
Os

Sentidos
Invento-me
Na
Totalidade
Osculando-te

Ana Piu
Br, 04.03.2016

ósculo- beijo
ósculando-te- beijo no gerúndio

* tradução minha