sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

PIONEIROS DO AMOR (série: CHEGA DE VIOLÊNCIA! homenagem a todas as Marias Zamoras do mundo e já agora Mários Zamoros)

Pioneers In Aviation
by Mrs-White



Quando nos apaixonamos aí vamos nós. Flutuamos e flutuamos e flutuamos. Aquelas borboletas na barriga e no peito que se estendem até às mãos. E estas parecem que ficam dormentes.
Porque nos apaixonamos por uns e não por outros? Porque há quem se apaixone por nós e nós, para muita pena nossa, não nos apaixonamos por aquele ser que é gente boa mas a química não acontece?

 A paixão é aquela coisa meio que irracional. Mas cada vez mais considero, ao observar, escutar e refletir , que a paixão tem razões que as carências e a resolução delas explicam.
Nós somos  a medida do modo como nos relacionamos com nós mesmos e depois com os demais. Uma questão de mergulharmos dentro de nós mesmos e escutarmos verdadeiramente o nosso coração. Que desafio tão difícil, por vezes.

O amor é muita maluco, dizem uns. O amor é cego, dizem os mesmos e ainda outros. O amor é incondicional, dizem aqueles que amam de coração aberto e ainda os que amam de coração fechado.
Amar de coração fechado é possível?
Nós todos, mesmo aqueles que não admitem, somos seres sedentos de amor.
Só que!... Umas vezes por falta de colo na primeira infância, outras vezes por demasiado colo, ao qual se denomina de super proteção tornamos-nos uns seres meio que confusos nessas questões do amor. Tornamo-nos doentiamente ciumentos e possessivos.
Amar não é confiar no outro e transmitirmos confiança?

O amor é uma película fina e também grossa onde lá dentro contém ar, dependendo da vitalidade com que esta película é cheia.

Permitir-se flutuar é muito importante para sentir amor. Saber nadar após o mergulho é fundamental para que nós, pioneiros e pioneiras do amor, possamos livres colorir os dias uns dos outros. E!... Nunca temer nos entregarmos a quem de boa energia nos receba para dançarmos juntos o reggae da vida nem nunca temermos ficar sós, até que o momento daquela valsa de olho no olho seja surpreendente e plena. 

Amar não é uma carência, como se remendássemos uma estrada esburacada. A nossa estrada esburacada que nós temos de remendar antes de partilha-la. 
Amar é a vibração de energias que se orquestram para juntos flutuarmos e mergulhamos, voltando sempre à tona.

Não, o amor não é cego. A paixão é. Mas o amor não. O amor tem olhos de mar, terra, ar. O amor dá espaço para que fogo aconteça sem queimar ninguém.

Ana Piu
Brasil, 27.02.2015

in memoriam a Maria Zamora

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