CARNAVAL AFRO BRASILEIRO

É bonito ver um monte de gente na rua batucando, dançando, cantando ao mesmo tempo. É bonito e tocante. Alguns notarão que o uso do gerúndio tem sido frequente cá no meu escrever. Sim, no Alentejo do Portugal Continental também se usa tal como no Brasil de lés a lés. Gosto do gerúndio. Uma conjugação de verbo que transmite movimento continuo. Se digo que é bonito e tocante não digo só pela estética, nem pela alegria que transmite, mas também pelo ato de resistência daqueles que sofreram e ainda sofrem o peso do colonialismo e servilismo, por consequência.

Na mesa de cabeceira, isto é numa caixa de fruta transformada em mesa, está o Le Monde Diplomatique Brasil deste mês. Tema central: Je suis et Je ne suis pas Charlie. Por enquanto gosto do jornalismo desta revista mensal, embora precise fôlego, paciência para entender os movimentos radicais. Mas a base de tudo são os colonialismos, imperialismos, suas descriminações e intolerâncias. Leio o artigo do Benoit Brévile: "Xenofobia ou pobrefobia: após o medo e a emoção, vem a vontade de entender. A mobilização contra a violência não será fértil, se ignorarmos o terreno que a alimentou. Provocada pelas intervenções no Oriente Médio, a radicalização dos jovens juhadistas efetua-se também dentro de uma Europa que afasta o espírito das Luzes e deixa prosperar preconceitos e descriminações, especialmente contra os mais desprotegidos."

Volto ao espaço do Maracatu. Dois adesivos/autocolantes estão colados no armário: Respeite a diferença.// A Europa enriqueceu à custa do trabalho escravo.
Pois.............. A velha e arrogante Europa.................................................................. Mas nem todos operam do mesmo jeito maneira. Um dos exemplos é o jornalismo desta revista.

Enfim.

VIVA A FOLIA COMO ATO DE RESISTÊNCIA PACIFISTA! VIVA A CAPOEIRA! O MARACATU E OUTRAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E ARTISTICAS PARA QUE UM DIA POSSAMOS DANÇAR, CANTAR E TOCAR TODOS NAS RUAS SEM MACAQUINHOS NA MIOLEIRA!

Ana Piu
Brasil, 15, 02,2015