" Todo preconceito tem o gérmen do fascismo, mas o fascismo é uma espécie de espetáculo, o fascismo é uma exibição desavergonhada do ódio."
Márcia Tiburi, filósofa e professora, conhecida por tornar a filosofia acessível e fundamental para a ação, lança novo livro “Como Conversar com um Fascista?”.
Alegarmos que nunca tivemos preconceito seria um cinismo da nossa parte. O cinismo de não assumir que muitas vezes temos uma ideia de nós mesmos que faz com que tenhamos preconceito em não assumir que temos preconceito. A questão está em sinalizar esse preconceito em nós e revermos o que se passa cá dentro. Esse trabalho só a nós nos compete.
Já ser fascista é uma característica que muitos podem não assumir, pois naturalizam o ódio. Esse ódio pode vir camuflado de vitimização para justificá-lo. "Ah! Em determinada época fomos colonizados então vamos rechaçar quem for descendente do colonizador!". O mais curioso é que muitos que se posicionam assim são os neo colonizadores, seja a nível privado como público. E isto pode se estender a diferentes campos: "Ah fulano ou fulana é medíocre então vou ser igualmente medíocre para com essa pessoa!" Enfim...
Quem nunca sofreu de preconceito? De sermos olhados com um olhar revirado, tirando-nos as medidas de alto a baixo, meio que ofendido, ou aprovando quase mas reprovando um pouco ou até mesmo deslumbrado por termos determinada fisionomia, determinada profissão, termos determinado poder de compra ou carecermos do mesmo ou virmos de determinado lugar e/ ou país ou pensarmos e comportamo-nos de modo diferente, com outros códigos e padrões.
Há o preconceituoso que não quer deixar de o ser, logo é fascista em maior ou menor escala e há aquele que tem vivido com determinados preconceitos, mas que está disposto a se superar. Essa é a pessoa que está disposta a dialogar consigo mesma e com quem a rodeia. Já é um caminho de paz, parafraseando o Gandhi.
Ana Piu
Br, 11.11.2015
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