Dizem por aí que Paris é a cidade do amor. Podemos já começar por aí. De que falamos quando falamos de amor? Amor é o mesmo que paixão? Não existem verdades absolutas dentro do vasto campo dos sentimentos e emoções. Aqui dou o meu olhar. Claro! Quando manifestamos algo é segundo a nossa perspectiva no individual e no coletivo no qual nós nos movimentamos. Mas há um amor universal. Não esse dos grandes edifícios, antigos cinemas comprados por uns que vivem às custas do sofrimento humano e lucram horrores com isso! Mas cada um sabe de si e de como curar as suas dores.
Sim, o Amor salva! Um Amor semeado e tranquilamente ir colhendo sem desejos de conquistas impostas. Cada conquista empática, cada compreensão pelo bem tratar, pelo cuidar são atos que juntos compõem essa palavra tantas vezes banalizada: AMOR.
Já a paixão é um arrebate do coração. Muitas vezes, se não a maioria das vezes, uma espécie de cegueira. Uma projeção de idealizações e expectativas acerca de algo que não estamos a enxergar na totalidade. Passada a paixão pode ficar o Amor ou um grande rancor e até mesmo ódio.
Não, Paris não é a cidade do Amor pois declara guerra a esta altura do campeonato!!! Embora já tenha sido palco de grandes transformações sociais e utopias, veja-se a Revolução Francesa e o Maio de 68, Paris não aprendeu com a História e continua imperialista, orgulhosa. Volto a perguntar para que serve tanta arte e intelectualidade assim como ser chique se o sotão e a cave estão sujos com velhos valores?
Teremos de nos reinventar com AMOR. Eu não apoio um Paris e uma Europa, assim como uns EUA que promovem guerra do seu sofá e poltrona e que acham que isso não tem consequências para si.
Não apoio quem pratica relações abusivas sejam elas ao nível micro, como macro. Isso não é Amor e sim desejo de poder e controle que pode começar com corações arrebatados de paixão mas que não se sustenta é destrutivo. Sem Amor por nós mesmos e ao próximo estamos perto do fim, apesar de não termos de ser todos amiguinhos mas o respeito mútuo só faz bem e não faz mal.
Eu não quero estar próxima do fim! É bom viver com plenitude, semeando essa mesma plenitude com atenção e cuidado. Não será isso Amor?
Ana Piu
Brasil, 17.11.2015
Paris é uma linda paisagem, mas não passa duma furada. André Kertész - Broken Plate, Paris, 1929 |
O Amor não rima com o estarmos viradas uns para os outros. Paris - Champ de Mars, photography by Jean Mounicq 1957 |
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