terça-feira, 21 de julho de 2015

MULHERES E CUNHANTÃS (Badi Assad)


nós, que trazemos um vulcão dentro do coração
eruptivas, germinamos toda nossa emoção
impermeável maré, incansável fé,
no peito um enxame de abelhas
que morde e que dá mel, que zumbe e cheira a flor
que amedronta e que é mistério
beleza pura
nós, sem nós na garganta
sem sermos santas, poder que emana
pequenas e tamanhas fogueiras de inquietante pulsar
recriando tudo com toda a lucidez
esquadrilha mágica de corações abertos
correntes elétricas, oásis no deserto
decifrando segredos, seres do amanhã
anciã, mãe, índia, maga, cunhantã
crias nas mãos de tupã, forças de titã
milhares de corpos em ímã
nós, sem nós na garganta
sem sermos santas, poder que emana
pequenas e tamanhas fogueiras de inquietante pulsar
recriando tudo com toda a lucidez
um forno ligado. Um micro, macro ser
um vendaval de verdades, um arsenal de paisagens
furacão de amor, caleidoscópio
hipotálamo, helicóptero de aura selvagem
um balde de beijos humanos,
uma fralda nos fragosos anos
um caldo nas caldas profanas
um canto no canto solitário,
uma alma na voz do mundo
uma semente no ventre mudo, mudança.

cuidar da nossa ancestralidade

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