No ano da graça do senhor de 1996, aos meus 23 anos, voava para Paris com uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, após dois anos de tentar ganhar essa bolsa tão cobiçada por quem quer ir mais longe. O meu querido professor de mimica, já falecido, Julio Castronuovo indicou-me a escola do Lecoq, Cheia de sonhos e ilusões fui. A proposta pedagógica é altamente, mas humanamente falando... Muito a desejar... Competição e bajulação ao monsieur Lecoq. Não sei se é defeito ou feitio mas lamber ...us, não. Fiquei lá um ano e prescindi da bolsa e continuei o meu caminho que leva 20 anos profissionalmente desde 1995, iniciado em 1990 como estudante e amadora, com pessoas e pedagogos tão ou mais competentes, que tratam os alunos com amorosidade e dignidade: Ami Hattab, Pepa Diaz-Meco, André Riot Sarcey, Sergio Claramunt, Jango Edwards entre outros.
Deixo um trecho duma matéria jornalística que confirma a minha discordância em relação ao modo de estimular e passar ferramentas:
" Queríamos fazer as pessoas rirem e Lecoq dizia: "Não, pare. Não está bom, está uma merda. Vá se sentar." Passamos dois anos frustrados, porque ele não nos dava o direito a ser cômicos. Era uma frustração sem fim.", Pierre Byland.
Depois de sair de lá frustrada e confusa acerca do que é ser artista,tendo que ser humilhado, passei a usar para minha bufona as palavras impacientes de Lecoq: "Mais non! Qu'est que tu fais lá! C'est pas possible! Quand même! Puuufffffffff!" Bull cheat para a castração e para a exacerbação dos egos dos pedagogos. Isso não é pedagógico., sem desvirtuar as qualidades No meu ponto de vista. CLARO!
Ana Piu
Br, 30.07.2015
Br, 30.07.2015
foto: Jacques Lecoq com a máscara neutra
Sem comentários:
Enviar um comentário