sexta-feira, 13 de setembro de 2013

REFUGIADOS


O que faz ir. O que faz ficar. O que faz partir e não regressar. O que faz recomeçar. Recomeçar uma vez e mais outra. O que faz respirar. O que nos move. O que nos desvia. O receio de uma vez mais levar um empurrão e mais outro empurrão que nos fragiliza e fortalece, que nos faz levantar lenta e vigorosamente. O que faz continuar. Um desejo de porto de abrigo. Um desejo de porto de abrigo onde as dores, as perdas se transformem em gestos simples de acolhimento. O que faz partir. Não sentir acolhimento. O que faz continuar. Fazer de nós mesmos portos de abrigo. O que faz fugir. O receio de novamente sofrer, o receio do não acolhimento. O que faz regressar. A esperança de uma leveza. De um calor. O que faz viver. Saber que existe um porto de abrigo.

a piu
br, 13.09.2013

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