quinta-feira, 5 de setembro de 2013

INGREEN



Ingreen gostava de apreciar belezas alheias. Não considerava a sua beleza extraordinária, tampouco impactante. Surpreendia-se quando alguém se impactava com a sua beleza. Imóvel, o seu olhar dançava deleitando-se com cada esquina de um acontecimento. Considerava-se invisível e deleitava-se com as sardas de alguém, com o olhar brilhante de outro alguém, no sorriso e no gingar de anca. Também se deleitava em observar a respiração dos apaixonados, assim como os amedrontados pela paixão que teimava em assaltá-los. Ingreen viajava nas horas observando cada movimento do vento. Depois, enfiava as mãos dos bolsos sem fundo, voltando para casa ora se sentindo só ora sentido uma plenitude de tudo aquilo que observou, viveu e respirou.

a piu
br,1.09.2013

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