Eu cá sou uma pessoa deveras coprofágica. Eu
subo a um palco e faço de conta que faço de conta. Às páginas tantas já
não dou conta das contas que faço. Profiro complexidades que nem eu
entendo muito bem o que são, mas mantenho a pose. Uma pose com um olhar
no horizonte e outro na coprofagenia. Gosto de ser quem sou. Eu e os
meus amiguinhos e amiguinhas elogiamos-nos muito. "Estavas ótimo naquele
papel de rei édipo que no final resolve o
seu problema com umas lentes da multiópticas!" ou "A tua projeção de
voz é excelente. Vê-se que fumas cigarros Lucky Sricke!". Bem sabemos
que o mundo não nos entende, a nós e às nossas concepções e ilações
conceptuais de uma coprofagia complexa alicerçada em diferentes níveis
transcendentais de entendimento e percepção do nosso umbigo coletivo.
Porém não é a esse mundo inculto que que queremos comunicar. Aliás, nós
não queremos comunicar absolutamente nada. Simplesmente ser. Ser
coprofágico com muito segurança e incontinência. Juntos resistiremos a
esse mundo vão que não vislumbra o nosso ser.
A piU Br,
11 de Nov. 2012
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