"Arauna" Marlui Miranda
Uau! Tão bonito! Tanto verde! Que imensidão de verde!! Tão bonito! Que força da terra! Luxuriante! Visto de cima parece que não vive lá ninguém. Que os homens e as mulheres não passaram por aquele enorme e denso verde. E o rio que largoooo! Olha o encontro das águas. O rio Amazonas com o rio Negro. Que grande! Visto de cima parece que temos o mundo das nossas mãos ao mesmo tempo que é imposível pretender controlar, dominar essa força da natureza. Visto de cima parece que não existem disputas, conflitos, negociações, usurpações, assassinatos. Visto de cima até parece que está tudo entregue à força do cosmos.
"Os seus documentos, por favor. Manaus. O senhor é de Manaus? Isso é no Amazonas? Mas ainda vive lá gente?"
"Olha o que vem aqui na revista da Nathional Geographic: Foi encontrada uma tribo de indíos no meio da selva amazónica que nunca tiveram contacto com o branco. Essa tá boa!... Os "coitados" bem tentaram se isolar, mas foram descobertos... Esta coisa de aviões, avionetas, helicópetros, asas delta e balões voadores é no que dá!... Em vez de se pintarem de vermelho e preto, os indios deviam pintar-se de verde para de cima não serem reconhecidos. Tá beeem tou a ser ingénua. Uma ingenuidade cínica. Cínica, não!!! Sarcástica!"
"Cê é de São Paulo? Isso é para norte ou para sul?(....) É do lado de quem sobe o rio ou quem desce? Opa! Lá vem o barco descendo! Vou ajudar a descarregar a mercadoria. Pode ser que ganhe alguma grana. Não é certo. Mas dá para tentar."
"Eu sou nascido e criado em Santarém, Estado do Amazonas. Meus pais são de Barcelos. Pertinho daqui. Tem terra com esse nome em Portugal? Que língua çê fala mesmo? Português de Portugal? Ah! Portugal é o quê mesmo?"
A piU
"Memórias amazónicas"
br, 6 de Novembro de 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário