Desejo, já que quero é muito impositivo mas por vezes necessário, que elas sejam autónomas, que cultivem o livre pensamento e a livre expressão. Que tenham sentido critico. E QUE! E QUE FAÇAM TUDO PARA ERRADICAR DAS SUAS VIDAS, DAS NOSSAS VIDAS, RELAÇÕES DE DOMÍNIO! Sim, sem panfletarismo sermos mais libertários. Já que mudar o macro é uma façanha quixoteana, mudemos o micro, aquilo que desejamos e queremos para as nossas vidas. E não nos melindremos por sermos vistas, por vezes, como aves raras e que tenhamos de caminhar solitárias por momentos. Não tenhamos medo, nem receio de recusar relações fúteis, boçais seja na escola, no ambiente profissional, pessoal e amoroso. Que todas as nossas relações sejam de amorosidade, em cada detalhe do dia a dia.
O carro falha, anda um pouco. Pára no meio da roça. O verde das árvores dá alento. Respirar fundo é importante assim como agir. Passado um pouco passa um carro dum vizinho que por acaso (existem acasos?) é mecânico. Pára. Leva-nos até à escola, depois até ao posto de gasolina, depois muda uma mangueira junto ao carburador, que de tão velha podia pegar fogo. E assim começa o dia. Entre pensamentos que verbalizados são um passo para mudarmos um curso da nossa História secular de colonizadores e colonizados, de dominadores e dominados (e vamos combinar. todos nós em algum momento transitamos nesses dois polos. Mas o desafio é recusar habitar esses lugares aprisionantes e tristes) para gente de verdade que se entre ajuda solidariamente. Aí reside amorosidade. O resto, io que não contempla amorosidade é a Humanidade em estado bruto, num nível obscurecido. E já é tempo de nos emanciparmos a nós e aos nossos filhos.
Ana Piu
Brasil, 15.09.2015
Portugal, 2006 |
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