Todos os anos tem um 11 de Setembro. Não falha nunca. Uns mais felizes que outros. Outros muito sinistros. Não há que temer as palavras. Sinistros. Histórias mal contadas ou por contar. Por coincidência ou não são 11 de Setembro ligados ao novo império, decadente, mas como uma barata sobrevivente à radioatividade mantém. Falo do império norte americano que foi o principal responsável pelas ditaduras militares no século XX na América Latina em plena guerra fria. Como todos os impérios, o que vale é manter os seus interesses independentemente do valor da vida dos restantes seres vivos.
São os pensamentos líquidos, os sonhos líquidos que nos libertem da mentira, da ofensa, da violência. Que história é essa do Bin Laden? Mais parece uma história do Walt Disney no lado B. Uma história do lobo mau e os três porquinhos. O lobo mau é, claro, o Bin Laden e os seus amiguinhos treinados em terras norte americanos. Já os três porquinhos são os coitadinhos e inocentes norte americanos, europeus e latino americanos que fazem coro nesta missa cantada, neste xoróró que dá dó.
A 11 de Setembro de 1973 o presidente Salvador Allende era assassinado, muitos se seguiram por toda a América Latina. Desaparecidos até hoje. O poeta Pablo Neruda morreu logo a segur a 23 de Setembro de 1973. Há quem diga que a sua morte foi provocada na Clínica Santa Maria, embora tivesse cancro/ cancer na próstata. Que lhe deram uma injeção para acelerar o processo de descarte dos inconvenientes. Eu acredito.
No Brasil pedirem de volta a ditadura militar só pode ser uma piada de mau gosto, de muito mau gosto duma elite sem educação e mas mais do que tudo embrutecida, pobre de espirito e violenta. Que se faça muita luz para esses, pois quero ainda concordar que as pessoas não só más e que só estão perdidas e cegas pela sede de poder e ganância dos seus interesses imediatos. Só que os seres humanos são efêmeros e a força da natureza é muito mais exuberante que a mesquinhez de alguns humanos. Que os pensamentos e as ações sejam líquidos para diluir, lavar, limpar as dores passadas que ainda se refletem no agora.
Ana Piu
Br, 11.09.2015
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