segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A MARGEM MESTIÇAGEM

Meu querido diário, na sexta conheci uma menina da Bahia que me fez entender algo que até à data eu considerava absurdo. A questão do formulário onde a pessoa tem de responder qual a cor da sua pele. Ela explicou que é uma forma de afirmar negritude num país que foi branqueado. Tudo bem... Visto desse ponto de vista. Penso que nos fomos surpreendendo uma à outra. Isso é bom, desde que haja diálogo. Falei que me incomoda ser tratada como a gringa, a branquela na Bahia. Ao que respondeu: " Mas voce não tem jeito! Tem ar de gringa." Depois eu falei que ainda tem essa coisa de se afirmar "Vocês portugueses vieram nos colonizar." ao que respondo:" Vocês quem? Quem veio para cá e manteve esse projeto de colonização até hoje? Nem eu nem os meus antepassados da familia tempo algum viemos colonizar quem quer que fosse. Os meus antepassados históricos sim que são também os seus, já que não é nem negro nem indio". Ela parou e ficou pensando assim... nisso. Bem sei que é um assunto delicado e não linear, mas a História tem muitas mágoas e equivocos que urge dialogarmos. E sei o quanto é duro ser negro e indio nesta terra. Não só no Brasil! Atenção! Os meninos portugueses dizem que não são racistas, mas....

A menina falou que há dois anos dizia que era branca e hoje fala que é negra. Ótimo. Depois ainda falei que as minhas filhas são mestiças e que quando existe um problema na escola vem sempre à baila a questão do racismo. Que elas foram racistas(?!?). Estranho para mim que venho de uma cidade como Lisboa onde existem diásporas de todas as cores e feitios muitos amigos intimos dessas mesmas variadas cores.

Enfim, um debate que ainda precisa de ser debatido, achando eu que já seria uma questão arrumada, pelo menos a imagem que o Brasil importa é de mestiçagem. Porém, esse tal projeto colonialista infelizmente ainda vigora em algumas situações. Haja esperança! Muita alegrai e amor sincero no coração!

pipiripipiu

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