quinta-feira, 9 de maio de 2013

DO CENTRO DA TERRA UM ABRAÇO


Abraçando o chão, do ventre sentia o calor que do centro da terra vinha. Ali ficou, enraizando-se, numa terra que lhe oferecia calor. Escutou o pulsar do coração. Ali ficou numa escuta interna, num estado de alerta calmo.Aos poucos foi deixando o passado se diluir serenamente no sereno da manhã. O futuro por vir depois, ficou para depois. Tocou o presente com a pontas dos dedos, dos lábios, do nariz; e uma respiração profunda permitiu-se a que o seu peito se abrisse para um abraço que atravessaria a linha do tempo. Um abraço leve e profundo, pleno de presente, de viva, de calor. Depois, palavras deslizaram baixinho: "Sentido o chão fico, enraizando-me numa nova terra. Enraizando-se, empurro o chão, para que num salto sinta o gozo do que poderá ser voar. E de seguida abraçar o calor do enraizado chão e dum abraço outro. Um abraço de quem no chão voa e se enraíza também."

a piu
Br, 9 de MAIO 2013

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