sábado, 20 de novembro de 2021

HONRANDO AS MINHAS RAÍZES - XII




 Coloquei este filtro que se chama " burlesque". Eh pá!... Burlesco, pá! Sempre os francecismos ou anglo saxonismo no virar de cada esquina! Por falar em esquina!,,, Há pouco tempo soube que o sebastianismo foi uma narrativa trazida para o Brasil! Até aqui esperaram que "o Adormecido", " o Desejado" vira-se à esquina e volta-se num dia de nevoeiro!!! Só poderia num dia assim para que qualquer se fizesse passar por ele, como aconteceu. Houve vários D. Sebastiões a voltarem. Um voltou e só falava veneziano e era da Calábria, lá no sul da atual Itália. Não podia falar em português porque corria o risco de lhe limparem o sebo. E foi o que aconteceu, a ele, aos que o apoiaram e aos outros El- Reis Dons Sebastiones quando descobriram que era fraude. Havia uns que juravam a pés juntos a veracidade da Alteza em pessoa depois desta ter desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir em Marrocos, nessa empreitada de expandir o Império Português pelo norte de África e converter os mouros muçulmanos em cristãos. Desta vez a derrota foi fatal. " "Mas o mouro é que conhecia o deserto, detrás para diante e de longe e de perto", como canta o Sérgio Godinho. 

Enfim, esta é um pedacinho muito breve, mas ilustrativo dos meus antepassados históricos da Peninsula Ibérica. Lá está, antepassados não significa a minha linhagem ancestral. Essa vem do povão como a maioria de nós outres. Não tenho memória alguma de ter na famila alguém que tenha comprado um titulo da nobrza ou que estivesse ligado à coroa portuguesa. Coroa.... Deixa ver... Eu já sou coroa! Ihihih " E aí, coroa!  Comé?!" Uma coroa portuguesa que flertou bastantes anos com o Brasil e agora está casada com ele há quase dez anos. Sim, conheço ao vivo e a cores o Brasil desde 1996. Viram como sou coroa! Isto foi no milénio passado. Já faz um tempo. Depois voltei já neste milénio. Durante muito tempo não entendia na integra o fenómeno desse fosso social entre muito ricos e muito pobres. 

Há quem diga que todos os caminhos vão dar a Roma, mas até acho que não. Ou sim? Antes de nós peninsulares ibéricos sermos cristãos eramos várias matrizes desde os celtas, passadno pelos visigodos, vikings, mouros e tantos outros, até chegar o Império Romano. Onde se encontra o território italiano é um dos berços, se não o berço do mercantilismo. E o mercantilismo é avô do neo liberalismo onde a força de trabalho e sua valorização tem escalas. Em alguns casos desvalorizada.

Hoje é dia da Consciência Negra no Brasil. Salvé os seres humanos cujos ancestrais vieram à força em condições desumanas, anti vida, para serem escravos neste imenso território que vai do sul até ao norte das Américas.

Eu gosto, 'tá! eu amo, a imensa diversidade existente no Brasil, o seu povo com a sua criatividade, as suas resistências e re existências. Aprendo muito aqui. Por ora, não troco o  Brasil por Portugal. E não significa que seja tudo rosas. Tem um monte de espinhos pelo caminho, mas tem muitas bananeiras, pés de manga, de pêra abacate. Para mim eleger um lugar para morar a médio, longo prazo demora um tempo. Preciso de sentir o quee admiro realmente naquele lugar mesmo que hajam algumas desilusções, como acontecerá em outros lugares e agardecer. Mesmo assim acredito que uma mulher em qualquer parte do mundo se se apresentar como brasileira sofrerá preconceito e situações desagradáveis por ser vista como um objeto luxuriante ao serviço da lógica de satisfazer o patriarcado e o comércio sexual. Sim, precisa de peito para enfrentar. Já eu quando digo que sou portuguesa, por exemplo na Inglaterra ou outro páis vizinho, perguntam se Portugal é uma provincia da Espanha. Por acaso já foi quando o Sebastião foi embora. Em lugares mais longe nem sabem que Portugal existe e logo passo por polaca, alemã, argentina, francesa, italiana... Enfim. Até no Portugalito isso acontece. Depois eu conto na próxima uns episódios até anedóticos. Ah! Ah! Não sai do seu lugar! 

Quanto a Portugal ser país irmão ou não do Brasil... Nesta altura do campeonato já não sei nada, mas sei que uma mulher brasileira quando é vitima de violência doméstica é acolhida por instituições portuguesas que a apoiam e a protegem. Logo estar agradecida em relação a isso seria tão ou mais interessante do que estar constantemente a criticar Portugal, mesmo que este não seja o paraíso na terra e tenha preconceito para com os brasileiros. Infelizmente. Mas também devo acrescentar que muitos portugueses sempre escutaram MPB e leram Jorge Amado, entre outros, e são alvo de xenofobia ou lusofobia por parte duns tantos brazucas. Isso deixa as pessoas apreensivas e a admiração dilui-se. Eu tenho alguns amigos portugueses que abriram mão dessa admiração. Compreensível. Niguém gosta de ser tratado com desprezo e preconceito.  Do meu lado, dia após dia, admiro mais muitos seres humanos brasileiros. Não todos. Claro. Coisos, seres do tipo do Coiso que não enxerga o outro como igual pode ir  dar uma volta bem grande.

Conheci há uns três dias um filósofo negro brasileiro Renato Noguera que fala sobre o amor, a masculinidade sanada passando por várias culturas de matriz africana, indigena, oriental e ocidental. Muito bom esses encontros que expandem o entendimento de modo a que os encontros sejam leveza e profundos. Só assim os abraços e os beijos fqiuem com gosto de cravos vermelhos fresquinhos e compota de manga madura, docinha que só! Celebrar o encontros como algo especial e raro, parafrasenado o Noguera. Muito bom nitrir isso dentro de nós. Valeu!

A Piu

Campinas SP 20/11/2021

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