Honrar as minhas raízes é honrar seres humanos, não é honrar monumentos, narrativas muitas delas duma neurose coletiva que urge curar, fobias nossas e alheias. Sim, precisamos de nos curarmos de nós mesmes, mas isso não se fala interruptamente porque se não vira cliché, chavão politicamente correto esvaziado de conteúdo. Precisamso, meditar, fazer escolhas conscientes, elevar a vibração. Tudo isso é muito verdade, mas quando muito discursivo a coisa dilui-se na maré. Mas agora deu-me aquele impeto épico da nova era para fazer esta poesia, poderão achá-la utópica, ridicula, frase feita, mas eu também não me importo. Se acharem um tanto engraçado e tocar um cadinho no coração já 'tá valendo. Essa mistura fina de fazer rir e comover ao mesmo tempo é um pontinho de caramelo que eu sempre ando à procura. Posso saber faze isso com pessoas próximas a mim, com as mesmas referências e humores, mas alcançar esse ponto fora da bolha é que requer atenções várias. Como foto ilustrativa coloco aqui a minha filha recém nascida há 16 anos atrás no colo de seu pai. Honrar as pessoas é guardá-las no coração, mesmo quando a relação intima tenha chegado ao fim há muito tempo atrás. Isto para mim! Claro! Honrar é invocar esse respeito sem recorrer ao ex ou à ex para meter ciúmes aquela paquera na hora de algum questionamento que abana. Ihihih Riu, porque rir faz bem e se for para rir com intuito de chamar a atenção que isso não é fixe legal nem para a própria pessoa nem para a pessoa usada como motivo de pirraça, por respeito também a esta. Todos nós damos umas mancadas, mas se nos avisarem e não levarmos a mal fica tudo muito mais leve e verdadeiro. Questionar e sermos questionados, cientes da nossa intenção, não será um ato de amorosidade?
Lá vai poesia de sábado à tarde num calor de 31º:
" Chegará o dia que nem a nossa cor, etnia, nacionalidade, sotaque, género, escolha intimas e sociais serão mais pauta de afirmação e reinvidicação por respeito e fim ao preconceito.
Chegará o dia! Chegará o dia que tudo é quase perfeito porque não existe mais preconceito.
Que eu sei quem eu sou; que vim antes da minha filha e muito depois do meu bisavô."
Pronto, por hoje é isto para ficar leve neste dia abafado. Com esta poesia sinto-me um pouco o Adrian Mole no seu diário intimo aos 13 anos e 1/4 de idade. Mas bora lá! Depois continuo a saga sobre os encontros, desencontros e novamente encontros entre povos deste mundo da dimensão em que nos encontramos, deste mundo Uno, colorido, diversificado num chamado para ser curado. Fazendo cada um, claro, a sua parte. Chegará o dia ou o dia já chegou?
Ô reboire galerada do bem!
A Piu
Br, 06/11/2021
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