terça-feira, 19 de maio de 2015

QUANDO A RESPIRAÇÃO ABRE O OLHAR


Podemos passar uma vida inteira a conjecturar o porquê de toda esta nossa existência. Sair à rua com grandes cartazes, apregoando o que é justo e o que não é. Podemos, do alto, das nossas torres de babel recitar o que está escrito no papel. Podemos até colocar alguns princípios em prática, tais como a reciclagem, a alimentação sustentável, defesa dos animais e outras humanizações que fazem sentido neste encurralamento de indústrias,bancos, instituições várias, desmatamentos e outras medidas apocalipticas que passamos a naturalizar nas nossas vidas.
Podemos estar tão assombrados com todo isto que nem sequer reação temos. Apáticos nos movemos entre um excesso de informação e um excesso de outra coisa qualquer que só serve para nos ensurdecer cegar. E o que resta, depois dos grandes discursos, das grandes utopias de que um dia os trabalhadores do mundo inteiro se iriam unir numa só voz e numa só direção, de que a paz e o amor seriam as palavras de ordem?
Restamos nós. Resta estar entre nós, e no modo como nos relacionamos uns com os outros.Onde a competição é premiada não haverá saída. Onde a desvalorização de nós mesmos enquanto seres continuar, nada feito. Enquanto formos déspotas uns com os outros nos mais pequenos detalhes do quotidiano... Meu amigo!.... Enquanto ficarmos nas palavras bonitas de esperança, igualdade, dignidade forem soletradas entre uma e outra vaidade as conjecturas do viver vão pelo cano da nossa efémera e ridiculamente bela existência;pois onde não há simplicidade a complexidade desta imensa variedade que somos cada um de nós como um todo torna-se uma complicadisse que não vai nem para a frente, nem para trás.
Confiar ainda na Humanidade é um projeto assim tão megalómano ou um dia os egos se derreterão numa respiração profunda e continuada? E então dançaremos num compasso espécie tipo do género good vibration em que tudo flui entre uma estrela cadente e um reflexo da montanha no rio.
Ana Piu
Br, 18.05.2015

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