sexta-feira, 17 de abril de 2015

UM DIA A CASA VEM ABAIXO E ATÉ A SOMBRA ESPANTAR-SE- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH (série VIVA JOSEPHINE WITT E AS CONQUISTAS PERDIDAS DE ABRIL)


dedicado às minhas filhas no particular, a todas as crianças no geral e a nós todos que somos Josephine Witt

MAS AFINAL O QUE É SER PRECÁRIO?

Ser precário é trabalhar a recibos verdes, com notas fiscais.
Ser trabalhador precário é não ter nenhum respaldo social.
É ficar doente e perder o dia de trabalho com a sua respectiva remuneração. Ou então ter de ir trabalhar doente ou até ao final da gravidez para poder se sustentar.
É ter filhos e não ter direito a uma licença de parto com vencimento/ remuneração.
É a entidade empregatícia prescindir dos serviços prestados e o trabalhador precário ir para o olho da rua com uma mão à frente outra atrás.

E O QUE SÃO FALSOS RECIBOS VERDES, NOTAS FISCAIS?

É trabalhar há anos numa entidade empregatícia, seja ela pública, privada e/ou sem fins lucrativos e essa mesma entidade não se responsabiliza pelos seus trabalhadores, relegando-os a prestadores de serviços, colaboradores. (A categoria de colaborador é muito boa, porque hipócrita. Dá aquele ar que somos todos muito amigos e porreiraços, colaborativos entre nós. Mas não passa duma falácia neo liberal, onde os direitos e deveres do trabalhador resumem-se aos deveres dp colaborador).

E O QUE É A SOLIDARIEDADE DA CLASSE TRABALHADORA/

Eh pá! Isso já é pedir muito! Os tempos são agrestes e não há tempo para solidariedade. É o salve-se quem puder! É aquela lógica de "mais vale um trabalho precário e explorado na mão que eu ser mais um desempregado pelo ar!

MAS AFINAL O QUE ANDAMOS AQUI A FAZER?

Eu, por amar o que faço, não tenho de estar constantemente a ser desvalorizada no meu trabalho.
O trabalho troca-se com remuneração, com banco do tempo e valorização. Amar o que fazemos não é uma regalia e sim um requisito para que esta loucura toda que é viver faça sentido e seja emocionalmente sustentável. Que o nosso trabalho nos dignifique a nós e aos nossos filhos e netos, quem os tiver. Enfim que nos dignifique a nós e às gerações seguintes!


Ana Piu
Brasil, 17.04.2015

Obs: Esta foto não se propõem a auto promoção, embora esta seja importante para a valorização do nosso trabalho. Esta foto contém um manifesto em solidariedade com todos aqueles que vivem, sobrevivem do seu trabalho e não desistem.



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