quinta-feira, 9 de abril de 2015

RECORDAR É VIVER PARA REESCREVER A NOSSA HISTÓRIA SEM AIS NEM UIS


Feitas as contas, pelo verso da foto, a mesma foi tirada no Abril primaveril de 1974. Anita Rabina Patareca vivia o seu primeiro Abril, que por acaso ou não (Alguma coisa é por acaso? Mesmo que o acaso seja fruto do efeito de nós sermos sujeitos históricos?) #
acontecia o momento histórico no seu país: a revolução dos cravos, liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para pôr fim ao regime fascista e a uma guerra colonial e por consequência ao colonialismo. Nesse dia, o da revolução, 25 de Abril o povo juntava-se ao MFA. A história seguinte e os seus sujeitos tem lidado com a democracia como tem conseguido ou não. Mas isso é o capítulo seguinte.
Lá atrás está a avó de pó talco em punho. Nesse tempo as fraldas eram somente de pano e as assaduras era cá um desconforto! A dita senhora de pó de talco em punho foi a primeira a chegar lá a casa. Logo de manhãzinha, em sobre aviso naquele histórico 25 de Abril: ”Ouvi na rádio que está acontecer um golpe de Estado. A revolução rebentou e pediram às pessoas para manterem a calma, não saírem de casa!”
Resultado! Uma considerável parte da população sauí de casa e foi para a rua assistir a esse momento tão esperado durante 48 anos de fascismo e fim de 12 anos de guerra colonial com os países africanos. As pessoas ergueram o punho e gritaram com muita esperança: “Fascismo nunca mais!” Isso é muito importante de lembrar sem ficarmos demasiado presos ao passado, para que o presente aconteça.
Quem vier dizer que a revolução dos cravos não serviu para nada.... O melhor é chamar o meu amigo Zé(n) e respirar um Ooooooom profundo. Não Omo! Sim, porque a democracia não é como o detergente da roupa que já vem em pacotes e basta juntar água e esfregar um pouco. E qualquer dia já nem é preciso lavar roupa. Tudo descartável como as modernas fraldas.
A democracia é mais sabão azul e branco. Tudo à mão, sem imediatismos. Esfregar bem e deixar a corar (deixar o sabão na roupa ao sol sem passar por água) para ficar impecável, como a nha avozinha ensinou.
Ana Piu
Brasil, 08.04.2015

Anita Rabina Patereca enfrenta as câmaras.
Testemunho histórico escrito pela mãe da bebé da foto.

A HISTÓRIA SEM TERMINAR (autoria Maria Flor 9 anos)

A História. O que é a História?
Nós somos uma História. Nossa vida é uma História e por dentro dela tem vida sem História. Uma planta que cresce. Isso, isso é História. Às vezes a planta fica presa porque não cuidam dela. Isso é não acreditar na História, não acreditar na união. Não acreditar em si.
A magia pode sim existir, mas não é qualquer magia.

Flor 9 anos
Titulo da História da autora Maria Flor de 9 anos.


Nunca esquecer que o Fascismo é intragável.

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