quinta-feira, 16 de abril de 2015

QUANDO ESCREVO COMO ME LEIO E COMO SOU LIDA


Trabalhos ilustrativos do ilustrador português João Vaz de Carvalho foram seleccionados para serem publicados na próxima edição da revista americana Creative Quarterly 39, entre muitos outros ilustradores de renome!

Assim, reparem Vossas Excelências, estou a fazer uma conferência, tenho um ar alegre, e contudo desejaria gritar de desespero e fugir, fugir, fosse lá para onde fosse! 
Dou tratos aos miolos quando, às vezes, - imaginem Vossas Excelências! – tenho de escrever artigos científicos ou... Talvez muito pouco científicos, mas que, vá lá, têm um certo ar científico.

Os Malefícios do Tabaco (Anton Tchekov)



Escrever é uma necessidade como outra qualquer. Assim como falar, dançar, semear. A escrita não é mais nem menos que a oralidade. É sim um registro que requer um tempo de reflexão, escrita e leitura. A nossa escrita é uma continuidade de nós um semear de esperanças de ainda estarmos cá amanhã. Na oralidade os direitos autorais são espuma dos dias. Vejam que usei um título dum livro do Boris Vian numa frase como se a expressão "espuma dos dias" fosse minha.

Sem prazer, sem alma a escrita é um amontoado de palavras engessadas em obrigações conceituais.
Escrevo porque gosto, escrevo porque quero, escrevo porque desejo um planeta emocionalmente mais respirável.
Quem lê as as palavras, as frases, as páginas e longos e pesados livros faz a sua leitura, segundo as suas referências.
Como posso eu controlar leituras mais negativas, deprimidas? Correndo ainda o risco de afirmarem:"Ah mas tu escreves com tristeza! Andas deprimida (como eu)?
Escrevo o meu assombro com o mundo. Se me plagiam... Embora ache desonesto, significa que a ideia é boa... Se descontextualizam as minhas palavras e deturpam-nas dando-lhes o sentido o oposto, o que posso pensar? Parasitismo marado?
Escrever é um ato de resistência, seja ela poética, cientifica, o que for. É um ato de nos sabermos vivos.


Ana Piu
Brasil, 16.04.2015

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