Hoje é dia do teatro. Ah! mas o teatro é sempre que os seres humanos querem. Não fora a vida um teatro como o carissimo Shakespeare diz. Este é o Manuel João Gomes. Critico de teatro que conheci logo no incio da minha viajem teatreira. Eu era uma miúda de 21 anos e e ele um senhor informal que viajava caminhos e ermos para ver espetáculos fora da grande Lisboa e do imenso Porto. Penso que na época, se não estou em erro, escrevia para o jornal O Público. Foi de propósito ao Alentejo profundo para assistir à estreia. Marcou-me essa militância sua. Ao jantar sentei-me ao lado do Manuel João. Perdi a timidez por um momento, depois de conversarmos um pouco, e perguntei audazmente: "Como é possível fazer critica de teatro sem se ser ator, encenador, cenógrafo ou técnico de luz e som?" Se a memória não me falha. ele respondeu nesse Abril de 95: "Eu vou ver tudo e escrevo sobre o que vejo e gosto. Mesmo que não goste escrevo, porque é uma forma das pessoas continuarem a querer ir ao teatro e a querer fazer teatro também."
O que é facto é que guardo algumas matérias suas publicadas no jornal, por curtas que sejam dos meus solos. Uma delas diz mais ou menos isto:"One woman show. Ana Piu não desiste (...)"
O que é facto é que guardo algumas matérias suas publicadas no jornal, por curtas que sejam dos meus solos. Uma delas diz mais ou menos isto:"One woman show. Ana Piu não desiste (...)"
Pois é, das duas três: é preciso ser muita maluc@ para não desistir a solo ou acompanhad@ ou é preciso ter uma grande paixão pelo que se faz ou até se sabe fazer outras coisas mas quem nasce torto tarde ou nunca se endireita. Cá continuamos os teatreiros de sempre. E sempre com aquela velha questão:"O que me move a continuar?" E a resposta vai acontecendo no viver do dia a dia, na necessidade da expressão, do encontro, e do seu ritual. Somos feitos de rituais, por isso cá andamos para nos lembrarmos que cá andamos.
Ana Piu
Brasil, 27.03.2015
Brasil, 27.03.2015
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