segunda-feira, 16 de março de 2015

A INSUPORTÁVEL LEVEZA DO SER surrealidades segundo a mulher Cacto


Hoje a elite saiu às ruas para se manifestar. As avenidas estão lotadas. A elite acotevela-se num consciência de cidadania sem precedentes.
As minorias por sê-lo nunca ocupariam com tanto impacto as avenidas como a elite. Os negros, os índios, Cafuzos, mamelucos e mestiços, assim como mulheres e homossexuais e excluídos socais são minorias que ocupam somente um quarteirão duma pequena cidade de interior.
Culta que é, a elite tem sempre um livrinho do Tio Patinhas para citar acerca de possíveis debates políticos. É tão culta que acha que o muro de Berlim ainda existe e que Cuba um dia será um belo resort ou até mesmo um paraíso fiscal para as negociatas honestas dessa culta e esclarecida elite.
No Pão de Açúcar não está o rapaz de colete e arma para ver se ninguém rouba uma manteiga ou frasquinho de pimenta do reino. Talvez tenha saído para a rua para proteger a elite que não gosta mesmo nada que as minorias comam tomate seco, rúcula e viajem de avião no natal para visitar a família no sertão.
Visto o rapaz da arma com colete não estar sou quase tentada a dar uma bela dentada naquele pão italiano com nozes antes de chegar no caixa. A elite é muito nossa amiga. Quando saem à rua tal qual 1964 lembram-nos que ela, a tal da elite, é tão fofinha que até tem gosto a marchemelaus com sabor corantizado de pé de moleque.
Ana Piu
Brasil, 15.03.2015

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