segunda-feira, 30 de março de 2015

QUEM DANÇA NA CHUVA MOLHA-SE (série SES)

Ah se ela ao menos me visse!
Ah se ele ao menos me olhasse nos olhos com franqueza!
Ah se ela ao menos fosse vegetariana, mas não olhasse de cara feia quando como um pedaço de queijo!
Ah se ele ao menos fosse direto e penteasse o cabelo para o lado esquerdo!
Ah se ela deixasse de ser orgulhosa quando passo com outras gatinhas!
Ah se ele ao menos respirasse fundo para nos rirmos juntos!
Ah se ela fosse mais doce e não falasse tudo o que pensa!
Ah se ele ao menos fosse mais doce e falasse tudo o que sente!
Ah se eu não fosse tão... tão tão tão que até parece um sino ao meio dia!
Ah se eu não fosse assim... Sem saber onde enfiar as mãos!...
Ah se! Ah se! Ah se! Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah tchim!

Ana Piu
Brasil, 30.03.2015

Kate T. Parker Photography

ANÁLISES DA VIDA SOCIAL PELA HANNA SCHELEKA CAGANINI PIUSOVSKI STRAUSS



ANÁLISES DA VIDA SOCIAL PELA HANNA SCHELEKA CAGANINI PIUSOVSKI STRAUSS
Hoje a analista Hanna Scheleka Caganini Piusovski Strauss vai conjecturar acerca dum grupo social que faz parte dum macro micro estrato social. Macro, porque este grupo insere-se num grupo maior, que é a classe mérdia. E micro, porque sendo algo que só alguns ascendem. Esses alguns se acham os tais fenomenais. Em suma, é uma elite rançosa que de iluminada muito pouco ou nada é. Já vimos no solilóquio passado que existem nuances da classe média, podendo chegar a dita classe mérdica que não consegue vislumbrar para além do seu umbigo. Depois dentro da classe média existe a classe mérdia, assim como dentro da classe médica existe a classe mérdica. Esta classe faz-se passar por especialistas da saúde, cujo conhecimento da medicina é surpreendente. A pessoa pergunta-se se não houvessem estes doutos que contribuem para uma indústria lucrativa o que seria da Humanidade!
O valor pela vida humana assim como o respeito por outras práticas medicinais, que não seja a venda de estupefacientes legalizados, é algo que não aprendem nos 5 ou 6 anos de estudos. Vai-se lá saber porquê! Ética não vem nos manuais dos ditos estudantes. Muitos são mérdicos porque assim é há gerações e gerações. São mérdicos por estatuto, quiçá. Não por amor e cuidado com a Humanidade. Pelo menos é a conclusão que a analista Hanna Scheleka Caganini Piusovski Strauss tira desta brincadeira de mau gosto vista na foto de estudantes de merdicina.
E atenção! Não se pode confundir médicos com mérdicos! Muito importante essa ressalva!
Ana Piu
Brasil, 30.3.201










Todos os anos surgem relatos de violências dentro das faculdades de medicina. É urgente repensar o currículo desses cursos, bem como a forma de acesso. Não é possível tolerar "brincadeiras" como a de vestir-se à la Ku Klux Klan, acender tochas e colocar calouros ajoelhados para serem batizados, conforme está na foto anexa. A KKK é exemplo de ódio, de eugenia, intolerância e morte. O que pensar de médicos que se predispõe a emular coisas que existiram de pior na história da humanidade?
Para contextualizar o nonsense e o absurdo, essas fotos, e outras que serão publicadas em breve, são de ritual de recepção de calouros da Faculdade de Medicina da Unesp que ocorreu neste ano. Os protagonistas de preto são estudantes do sexto ano do curso de medicina.
Por fim, parece que não existiu uma CPI e as aberrações que ela trouxe à luz, uma vez que as práticas seguem as mesmas. E os dirigentes, seguindo a lógica observada durante a CPI, seguem com a política da impunidade e do "eu não sabia". Se não sabem, são incompetentes, se sabem, são coniventes e assinam embaixo.
Rindo da classe mérdica para não chorar. Rir faz bem à saúde e oxalá que não seja preciso dar de caras com a classe médica

Cactos acenando para aclasse mérdica
























sexta-feira, 27 de março de 2015

DIA INTERNACIONAL DO TEATRO 27 DE MARÇO




Hoje é dia do teatro. Ah! mas o teatro é sempre que os seres humanos querem. Não fora a vida um teatro como o carissimo Shakespeare diz. Este é o Manuel João Gomes. Critico de teatro que conheci logo no incio da minha viajem teatreira. Eu era uma miúda de 21 anos e e ele um senhor informal que viajava caminhos e ermos para ver espetáculos fora da grande Lisboa e do imenso Porto. Penso que na época, se não estou em erro, escrevia para o jornal O Público. Foi de propósito ao Alentejo profundo para assistir à estreia. Marcou-me essa militância sua. Ao jantar sentei-me ao lado do Manuel João. Perdi a timidez por um momento, depois de conversarmos um pouco, e perguntei audazmente: "Como é possível fazer critica de teatro sem se ser ator, encenador, cenógrafo ou técnico de luz e som?" Se a memória não me falha. ele respondeu nesse Abril de 95: "Eu vou ver tudo e escrevo sobre o que vejo e gosto. Mesmo que não goste escrevo, porque é uma forma das pessoas continuarem a querer ir ao teatro e a querer fazer teatro também."
O que é facto é que guardo algumas matérias suas publicadas no jornal, por curtas que sejam dos meus solos. Uma delas diz mais ou menos isto:"One woman show. Ana Piu não desiste (...)"
Pois é, das duas três: é preciso ser muita maluc@ para não desistir a solo ou acompanhad@ ou é preciso ter uma grande paixão pelo que se faz ou até se sabe fazer outras coisas mas quem nasce torto tarde ou nunca se endireita. Cá continuamos os teatreiros de sempre. E sempre com aquela velha questão:"O que me move a continuar?" E a resposta vai acontecendo no viver do dia a dia, na necessidade da expressão, do encontro, e do seu ritual. Somos feitos de rituais, por isso cá andamos para nos lembrarmos que cá andamos.
Ana Piu
Brasil, 27.03.2015


quarta-feira, 25 de março de 2015

PEDAGOGIA DO PRAZER



Querid@S amig@s colegas palhaç@s,
hoje inevitavelmente vão falar de vocês e de mim por estas bandas. Na verdade não sei se há muito para falar sobre o nosso trabalho, pois mais do que falar é para vivê-lo, presenciá-lo. Na mochila trago aquele livro que muitos de nós conhecemos. Penso que me vai ajudar a me situar no aqui agora e saber o que desejo para mim e para nós todos.
Ah não vos disse! Olhó suspense! Hoje é a qualificação do meu trabalho académico. O titulo é :"Na eternidade cabe lá todo o mundo: visita dos palhaços do Grupo Gandaiá de Indaiatuba, no Estado de São Paulo". Seja qual for a qualidade que ele tiver 9 anos junto de vocês ninguém nos tira. Com os nossos encontros e desencontros. E como na eternidade cabe lá todo o mundo um abraço para a nossa eternidade, em especial à Bia e à Maria que estão na foto e a esta hora devem andar a saltar de estrela em estrela a desarrumar o sistema solar inteirinho.
Fica aqui para nós todos a pedagogia, em que acredito, proposta pelo Jesus Jara:
POR UNA PEDAGOGIA DEL PLACER
La pedagogia del placer es la ciencia y la arte de educar con, desde, hacia, para, por y a través del placer. Pretende recuperar para los adultos la manera de aprender de la infancia desde el juego y la espontaneidad, divirtiéndonos en un proceso de aprendizaje basado en la curiosidad y la experimentación. Sin dramatizar, sin frustrarse, con entusiamo, voluntad y esfuerzo, aceptando con naturalidad la dinâmica de ensayo y error, y entendiendo que siempre es mejor aprender disfrutando que sufriendo.
Jara, Jesus "El Clown un navegante de las emociones" Octaedro, España: 2014.
Ana Piu
Brasil, 25.03.2015




O REGRESSO DE MÁ RI BÔ


Má Ri Bô vai estar na Estação Cultura em Campinas na Mostra Circo Além da Lona no sábado dia 20 de Março às 20h. Ela e um pessoal dessas andanças. Confirme a programação e vá nos outros dias.
Foto de Ana Piu.

O PODER DA PALAVRA




Meu querido de diário, de manhã a luz está bonita. Logo de manhã a luz é alegre, revitalizante. Mesmo sendo Outono. Um Outono equivalente a uma Primavera quase Verão do lugar de onde venho. A natureza e o clima é um dos principais motivos, não o único, de aqui estar nestas terras que acolhem dentro de si uma força da natureza que ainda não conheço em mais lugar nenhum do mundo por onde tenho passado.
No trânsito está um carro. Diria, um carrão, mas digo um carro. Pronto. Tem um adesivo de um cadeirante, que nos informa que alguém dentro daquele carro tem dificuldade de locomoção motora. Junto a esse adesivo outros adesivos estão, com frases: "A vingança é o amor"; "Vence você mesmo e vencerás o mundo"; "Você se conhece a você mesmo?..."
Meu querido diário, entendo perfeitamente todos esses sentimentos fruto de inúmeros desafios e batalhas. Mas meu querido diário...
A menina Flor, que tem 9 anos, comenta depois de eu estar parada a olhar para aquilo por forças maiores que é o trânsito lento: "Olha o que está escrito ali! A viajem é o amor!"
Minha Flor! Sim, a viajem é o amor! Não a vingança! A vingança é um sentimento negativo e destrutivo, no meu ponto de vista incompativel com Amor.
Cada um de nós é responsdável pela sua viajem e o que desejamos e queremos encontrar no caminho. Cada um terá de fazer essa pergunta para si mesmo. Enfim, a intenção não é má, mas essas frases de apontar no outro o que devemos perguntar a nós mesmos demonstra que ainda estamos desfocados de nós mesmos. Da minha parte, meu querido, não pretendo vencer o mundo. O eterno paradigma da competição... Da minha parte pretendo vencer-me a mim própria, transcender-me como duas árvores de raízes tropicais que se abraçam e se fundem.
Ana Piu
Brasil, 24.03.2015


ERIVALDO, O HOMEM QUE GOSTAVA DE SER (série A De e a Piu à conversa entre rabiscos)




Não é que se achasse bonito. Sempre era aquele. O tal. O menos famoso. “Você não é bonito, mas é simpático!”, habituara-se a escutar. Logo pensava: ‘Sim, sou feio! Com estes dentes para fora sou mais feio que as coisas feias!”Depois se ria com essa boca cheia de dentes. “Sou bonito, porque riu de mim próprio e isso é mais que tudo! Sou bonito! Sooooooooouuuuuu, logo sou bonito!”
Palavrear: Ana Piu
Desenhear : Denise Valarini


LIBERDADE IGUALDADE E FRATERNIDADE


Até à data não me posso nunca comparar com alguém que vive na favela. Tempo algum. Conheço a favela e algumas que aí vivem e seria um desrespeito para com esses seres humanos comparar as minhas dificuldades com as deles. Posso não esquecer quais as origens dos meus avós, mas eles não viveram na favela. Eram pobres materialmente, mas não viviam na miséria. Conheço pessoas que vivem na favela, ricas enquanto pessoas, assim como conheço ricos, não muitos porque não há paciência, que são paupérrimos em conteúdo.
Nem posso comparar a realidade de onde venho com a brasileira, pois o Brasil é dos países mais desiguais do mundo em vias de deixar de ser. Muito trabalho pela frente. Estamos juntos.
Estudei e estudo muitas vezes com bolsa de estudo e se assim não fosse quase seria impossível. Sempre fui trabalhadora prestadora de serviços, logo precária, e nunca recebi apoios sociais e abonos de qualquer espécie. Vim receber no Brasil. Obrigada Brasil e todas as pessoas de coração que tenho encontrado por estas terras! Não assino por baixo do assistencialismo, mas assino por baixo das iniciativas governamentais que apoiam, promovem a educação e a dignidade laboral. Seja aqui seja em Katmandu.
Ana Piu
Brasil, 21.03.2015

segunda-feira, 23 de março de 2015

COMO A GRAÇA DUMA GARÇA


Tinha inventado de correr de uma forma só dela. Pelo menos assim acreditava. Era uma forma de agradar a quem mais amava para a amarem. Cada dia que passava a sua técnica era aperfeiçoada. O peito se abria como se fosse o espelho do céu. Os braços pareciam asas de uma graciosa garça. Os pés pareciam molas que as pernas ficavam direitas como uma flecha desenhando no espaço essa imensa necessidade de amar e querer ser amada.
Palavrear: Ana Piu
Desenhear : Denise Valarini




CARTA ABERTA À MARIA ZAMORA




Que palavras tenho eu que o silêncio não possa exprimir? De que tamanho eu posso desenhar um coração em cima dum curativo? Será sempre um coração pequenino demais para o que sinto, o que sentimos. Todos e todas nós temos os nossos caminhos a percorrer. Onde estiveres que estejas abraçada ao teu coração, batendo suave e entusiasmado.
um grande beijo no teu coração
Ana Piu
Brasil, 23.03.2015
em memória a Maria

árvores


Leonardo da Vinci, A Copse of Trees, 1508. Red chalk on paper



sexta-feira, 20 de março de 2015

ANÁLISES DA VIDA SOCIAL PELA HANNA SCHELEKA CAGANINI PIUSOVSKI STRAUSS

Existe a classe média trabalhadora, aquela em que o pessoal vive dignamente do seu trabalho sem explorar ninguém e reconhece que a igualdade e os direitos de cidadão são fundamentais para o funcionamento de uma sociedade que se deseja sã.

Depois existem os filhos dessa classe média, umas vezes remediada outra endividada, que hoje no caso sul europeu está na mérdia. Mas com jeitinho a coisa até vai. É preciso é não esmorecer e manter o olhar pousado no horizonte.

Existe ainda a classe média, que coitadinha que já não pode ter três carros à porta e tem dois e meio. O meio é o carrinho de bebé que custa um dinheirão.

Existe ainda classe média abastada, que dificilmente vive honestamente do seu trabalho. Mãozinha daqui, mãozinha dali sai sempre com vantagem. Ou então herdaram a fortuna dos seus avós e hoje podem se dar ao luxo de serem alternativos. Porque não? Desda que não enganem ninguém e até possam dar uma força!

Depois existe a classe mérdia. Pertence à classe mérdia aqueles que mesmo não tendo onde  cair mortos defendem os direitos de quem os explora porque sonham um dia ocupar esse lugar, como aqueles que acham que tem o rei na barriga porque frequentam lugares diferenciados que não passam de presídios de luxo. Dá tanta preguiça debater com a classe mérdia que o melhor é comer um caldinho verde para acalentar o estômago e o verde é sempre aquela esperança que isto não dê molho e que não tenhamos de levar com a cafonada da classe mérdia, que acha que o Paulo Freire é um ator da novela das oito, no caso o mau da fita. E que acha só porque já esteve em Miami e subiu à Torre EIffel conhece o mundo. Uns nem isso, mas há que manter as aparências. Ai classe mérdia, classe mérdia. Até um pobre inocente fica arrepiado!


Ana Piu
Brasil, 20.03.2015





quinta-feira, 19 de março de 2015

SAMBA DO HUMOR

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer humor com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz uma boa palhaçada não
Senão é como amar uma mulher ou um homem só lindo
E daí? Uma mulher e um homem tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber vulnerável
De saber ser humano
Feita para amar
Para cuidar do seu amor
E pra saber perdoar
Fazer humor não é contar piada
E quem faz humor assim não é de nada
O bom humor é uma forma de oração que vem do coração
Porque o humor  é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher ou um homem à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no sua arte de fazer rir
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o humor  nasceu do fundo dos tempos
E se hoje ele é algumas vezes carece de  poesia
Há que lhe dar umas belas doses de delírio
 Pois ele vem do fundo do coração
Eu, por exemplo, o capitoa do cangaço
Ana Piu
Poeta e diplomata
O branca mais colorida do mundo e arredores como tantas outras e outros
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora do Disparate
A maior energia que nos dá neste mundo absurdo

A bênção, non sense
Tu que choraste na flauta dos dias esperançosos
Todas as minhas mágoas de amor
Que se transformem em histórias bonitas para contar junto à fogueira
A bênção, Sorriso para a Vida, a benção, Loucura Sã
A bênção, Imaginação da Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, quem toca Cavaquinho e saxofone e berimbau

A bênção, todos os grandes
Que fazem da vida um local de encontro
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem uma palhaçada, não

SOLIDARIEDADE

La educacion ha de despertar los sueños; cultivar la solidariedade, la esperanza y el deseo de aprender, enseñar y transformar el mundo.
Movimiento de los Trabajadores Sin Tierra de Brasil.


retirado do livro: Jara, Jesus "El Clown un navegante de las emociones". Octaedro Recursos, España: 2014

quarta-feira, 18 de março de 2015

DISPARATE AO PODER (palavras de ordem para dias quase banais, no entanto transcendentais)


Bauhaus Costumes Escola 1920's

DISPARATE AO PODER
O DISPARATE ESTÁ RUA E O HUMOR CONTINUA
ALEGRIA UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA
O DISPARATE É QUEM MAIS ORDENA DENTRO DE TI OH CIDADE
DISPARATE JÁ! DISPARATE JÁ!
TANTO AÍ COMO CÁ!

terça-feira, 17 de março de 2015

"ILINEARIDADES"




Outro dia um amigo pediu a minha opinião sobre um texto que ele estava a escrever em defesa das cotas raciais no acesso ao ensino superior no Brasil. Eu dei a minha bem intencionada opinião. Depois fui para casa a pensar que as opiniões variam e constroem-se segundo as nossas referências e pontos de vista e leituras do mundo. Óbvio ou quase óbvio. Mas o que é óbvio para uns não é para outros. Mas o que é realmente óbvio é que nem nós nem nada é linear.
A minha opinião acerca das cotas raciais em primeira mão, como estrangeira mãe de uma miúda luso indígena brasileira e outra luso negra angolana, não encontro razão para que a esta altura do campeonato ainda se fale em raças, . Muito menos em desigualdade de oportunidades Enfim, dizem que as bruxas não existem. Pero que las hay hay. Assim é o racismo. E como, infelizmente, o racismo ainda é tão vincado as cotas serão necessárias em pleno século XXI.
Mas como não queria deixar essa oportunidade de reforçar esse meu questionamento, para alguns leviano e mal agradecido, acrescentei que o ensino superior que não serve senão para reforçar uma lógica elitista. Lógica essa baseada na recusa de olhar o todo e sim apenas olhar os seus interesses próprios. É esta a minha opinião até à data. Óbvio que existem excepções. E é com essas excepções que desejo o encontro e o diálogo. Como tal não me considero mal agradecida. Nem tampouco leviana, nem arrogante. Arrogantes são aqueles que querem só capital cultural para si.
Sugeri ao meu amigo universitário incluir Paulo Freire na sua argumentação e também se inspirar nas lutas do Maio de 68 em França.
Ao voltar para casa pensei: "Caramba! Não sei se ele estaria minimamente interessado em incluir uma vez mais referências europeias, quando o que urge é o regresso à identidade!" Depois falei para os meus botões: "Mas qual o problema de referir o Maio de 68 em França?! Se o exemplo for inspirador bora lá!"
Ana Piu
Brasil, 17.03.2015



MANIFESTO ANTI-LÓGICA ELITE E POR EXTENSO

baseado no poema do José de Almada Negreiros "Manifesto anti dantas"
MANIFESTO ANTI-LÓGICA ELITE E POR EXTENSO
por Ana Rabitesa Imaculada Piu
POETA D'ORPHEU FUTURISTA e TUDO
BASTA PUM BASTA!
UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UMA CLASSE DITA MÉDIA É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO!
ABAIXO A GERAÇÃO!
FIM ÀS OLIGARQUIAS! PIM!
UMA GERAÇÃO COM UMA OPRESSÃO A CAVALO É UM BURRO IMPOTENTE!
UMA GERAÇÃO COM UM PM À PROA É UMA CANÔA UNI SECO!
A LÓGICA ELITISTA É UM GOURMET DE MAU GOSTO!
OS NOVOS RICOS SÃO CAFONAS!
O ELITISTA ERUDITO SABERÁ GRAMMÁTICA, SABERÁ SYNTAXE, SABERÁ MEDICINA, SABERÁ FAZER CEIAS P'RA CARDEAIS SABERÁ TUDO MENOS ESCREVER QUE É A ÚNICA COISA QUE ELLLE FAZ!
OS DESIGUALITÁRIOS PESCAM TANTO DE JUSTIÇA SOCIAL QUE ATÉ FAZEM FESTAS E CASAMENTOS COM CARROS DE ASSALTO!
O OLIGARCA É UM HABILIDOSO!
O OLIGARCA VESTE-SE MAL!
O ELITISTA USA RELÓGIOS ENORMES DOURADOS PARA DAR NAS VISTAS!
O QUE TEM LÓGICA DESIGUALITÁRIA ESPECÚLA E INÓCULA OS CONCUBINOS!
O IGNORANTE DSPOLITIZADO É IGNORANTE DESPOLITIZADO!
O QUE TEM UMA LÓGICA ELITISTA TANTO PODE SER EXPLORADOR COMO EXPLORADO!
FIM AOS ARROGANTES, FIM PIM!
A ELITE NASCEU PARA PROVAR QUE, NEM TODOS OS QUE MANIFESTAM SABEM O QUE É A LIBERDADE DE EXPRESÃO!
A LÓGICA OLIGARCA AUTORITÁRIA É UM AUTOMATO QUE DEITA PR'A FÓRA O QUE A GENTE JÁ SABE QUE VAE SAHIR... MAS É PRECISO DEITAR DINHEIRO!
A ELITE EM GÉNIO NUNCA CHEGA A PÓLVORA SECCA E EM TALENTO É PIM-PAM-PUM!
O DESIGUALITARISMO NÚ É HORROROSO!
OS PODRES DE RICOS CHEIRAM MAL DA BOCA!
FIM AOS OBTUSOS! FIM!
QUERER OS MILTARES DE VOLTA É O ESCARNEO DA CONSCIÊNCIA!
SE OS MANIFESTANTES DE CAUSAS VIOLENTAS SÃO SERES VIVOS E HUMANOS EU QUERO SER UMA PEDRA, UMA ROCHA!
O ELITISTA É A VERGONHA DA INTELLECTUALIDADE BRASILEIRA! O ELITISTA É A META DA DECADÊNCIA MENTAL!
E AINDA HÁ QUEM NÃO CÓRE QUANDO DIZ ADMIRAR A DESIGUALDADE DE OPORTUNIDADES!
E AINDA HÁ QUEM LHE ESTENDA A MÃO!
E QUEM LHE LAVE A ROUPA!
E QUEM TENHA DÓ DOS FAVORECIDOS!
E AINDA HÁ QUEM DUVIDE DE QUE OS PRIVILEGIADOS NÃO VALEM NADA, E QUE NÃO SABEM NADA, E QUE NEM É INTELLIGENTE NEM DECENTE, NEM ZERO!
FIM À GANÂNCIA E EGOISMOS DA LÓGICA ELITISTA! FIM!
nota: fotos alusivas à época da ditadura militar no Brasil ( 1964- 85)

segunda-feira, 16 de março de 2015

VAMOS BRINDAR


Se a vida é uma passagem, que essa passagem seja o mais leve possível. Se a vida é um sopro que esse sopro soe a melodia. Se a vida é um teatro que a aplaudamos a cada instante. Se a vida é um aqui e agora, que o aqui e agora se perpetue pelos dobrinhas da nossa memória. Se a memória nos faz sorrir então que sorriamos, mesmo quando o nosso coracanito se aperta cá dentro.
em memória ao Zé Ramalho que faria hoje a mesma idade que eu (somos da mesma fornada de pão duro de roer grin emoticon ). à Bia Quintella e à Maria Zamora. E um VIVA a nós todos que continuamos por cá. Um brinde à vida, pois a única certeza que temos é que esta é uma passagem.
Brasil, 16.03.2015

ANJOS DO RISO OFICINA DE CLOWN COM ANA PIU

Vem, gente!
Oficinas aos sábados, das 8:30 às 12:30, na Estação Cultura em Santa Bárbara do Oeste, com orientação da atriz palhaça portuguesa Ana Piu. Atriz desde 1995, formou-se no curso de atores no IFICT (Lisboa), no Centro Cultural de Évora e na École International du Théâtre Jacques Lecoq (Paris, França) como bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian e na International Summer University of Amsterdam (Holanda) como bolsista do programa Caleidoscópio. Apresenta espetáculos teatrais em vários países: Brasil, Argentina, Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha e Holanda

GRANDA MALUQUICE!

Tá tudo maluco! E eu que corri a sete pés da velha Europa por esta estar numa curva acentuada à direita! Tenho de começar a estudar a possibilidade de uma ilha qualquer do pacifico!!!

A INSUPORTÁVEL LEVEZA DO SER surrealidades segundo a mulher Cacto


Hoje a elite saiu às ruas para se manifestar. As avenidas estão lotadas. A elite acotevela-se num consciência de cidadania sem precedentes.
As minorias por sê-lo nunca ocupariam com tanto impacto as avenidas como a elite. Os negros, os índios, Cafuzos, mamelucos e mestiços, assim como mulheres e homossexuais e excluídos socais são minorias que ocupam somente um quarteirão duma pequena cidade de interior.
Culta que é, a elite tem sempre um livrinho do Tio Patinhas para citar acerca de possíveis debates políticos. É tão culta que acha que o muro de Berlim ainda existe e que Cuba um dia será um belo resort ou até mesmo um paraíso fiscal para as negociatas honestas dessa culta e esclarecida elite.
No Pão de Açúcar não está o rapaz de colete e arma para ver se ninguém rouba uma manteiga ou frasquinho de pimenta do reino. Talvez tenha saído para a rua para proteger a elite que não gosta mesmo nada que as minorias comam tomate seco, rúcula e viajem de avião no natal para visitar a família no sertão.
Visto o rapaz da arma com colete não estar sou quase tentada a dar uma bela dentada naquele pão italiano com nozes antes de chegar no caixa. A elite é muito nossa amiga. Quando saem à rua tal qual 1964 lembram-nos que ela, a tal da elite, é tão fofinha que até tem gosto a marchemelaus com sabor corantizado de pé de moleque.
Ana Piu
Brasil, 15.03.2015

quinta-feira, 12 de março de 2015

SEMPRE APRENDENDO A APRENDER A VIDA INTEIRA

No Japão há um ditado que diz que é melhor gastar três anos procurando um bom professor do que ocupar o mesmo período de tempo fazendo exercícios com alguém inferior.
Temos de praticar para nos desenvolver, mas não podemos estudar com qualquer um. Temos de encontrar o professor certo. Realmente não importa o estilo ou a técnica que estamos estudando. Na verdade podemos praticar diferentes disciplinas tais como  o aikidô, judô, balé ou mímica. Isso porque estaremos aprendendo alguma coisa que vai além da técnica.

Oida, Yoshi (com a colaboração de Lorna Marshall) "O ator invisível", prefácio de Peter Brook, Vialettera, São Paulo 2007

ODIN WEEK, 2011, Odin  Teatret, Dinamarca  




OFICINA DE CLOWN COM ANA PIU


DONOS DO SEU NARIZ
oficina de clown
por Ana Piu
Onde: Rua Dr. Olimpio da Silva Miranda, 190, Cidade Universitária 2, Barão Geraldo
Que horas: 19h às 22h.
Quanto: 200 reais
a sua participação e divulgação merece um abração
gratidão do fundo coração
ão ão ão
miauuuuuu miauuuuuu miauuuuuuuuuuuuuuuu

OBJETIVIDADE SONHADORA


O Brasil tem me dado ferramentas para eu me perceber. Poderia ser o Brasil como Islândia ou Trinidad Tobago ou até mesmo Zimbabué. Isto é, o facto/ in fact de ter de emigrar é aquela redundância subjacente, inerente, latente de sairmos da nossa zona de conforto muitas vezes confortavelmente desconfortável. Repercebi, voltei a perceber, que sou uma idealista com o que de vantagens e desvantagens tem. O idealismo é bom. É ótimo, mas temos de abrir a pestana, a pestanola. Como o velho reclame, /anúncio/publicidade/ spot publicitário dos 80's apregoava acerca dum cosmético qualquer:"Se eu não gostar de mim quem gostará?" Pois é, e assim são os tempos modernos: " Se eu não me publicitar e me valorizar naquilo que sou e faço para viver quem o fará? Quem o valorizará?"
Tenho um idealismo do qual não abro mão: ninguém em mais que ninguém, embora cada um com os seus questionamento, uns duma maneira outros doutra. Cada um com o seu trabalho de casa. O que nos une? Essa é a questão paradigmática! Em busca do paradigma perdido aí vamos nós!
"Se eu não me questionar e me reinventar mais firme, também mais doce, porém mais concreta abstrata objetiva sonhadora quem o fará por mim?" In fact: "se eu não me valorizar quem me valorizará?"
making off:
- Bahhhhh oui Loulou!
- Lou Lou?
- Oui! C'est moi!
-Lou Lou da Cacharel! Un eau de parfum ...................
Ana Piu
Br. 11.03.2013

quarta-feira, 11 de março de 2015

OLHAR PARA A LUA

"Neste livro, eu disse muitas coisas que outros já disseram. Mas vocês não devem aceitar simplesmente o que está escrito assim sem questionamento. Na verdade, se acreditarem em cada coisa que lerem, é melhor nunca ler.
Havia um famoso ator de kabuki, que morreu há cerca de 50 anos, que dizia:" Posso ensinar o padrão gestual que indica olhar para a lua. Posso ensinar-lhe como fazer o movimento da ponta do seu dedo que mostra a lua no céu. Mas da ponta do seu dedo até a lua, a responsabilidade é inteiramente sua."
Oida, Yoshi (com a colaboração de Lorna Marshall) "O ator invisível", prefácio de Peter Brook, Vialettera, São Paulo 2007
imagem: Yoshi Oida, actor and director of Japanese origin supervised an international workshop in the Hungarian Theatre of Cluj. he organizer of the event is ARTHOC International Centre of Performing Arts.