sábado, 11 de dezembro de 2021

HONRANDO AS MINHAS RAÍZES - XX

 





Gostaram desta composição duma Flor do Natal, também conhecida por bico-do-papagaio dentro duma empoeirada bota que eu comprei por R$5 numa feirinha/ festa de rua no centro de São Paulo em comemoração ao dia da consciência negra? Isto, lá está, antes do pandemónio da pandemia. A composição encontra-se em cima duma mesa de bar que eu encontrei há uns anos jogada na rua com as respectivas cadeiras . O dito bar remodelou e a minha casa passou ter esta mesa casual que hoje está aqui nesta composição, onde o preto e vermelho resaltam aos olhos como se duma alusão à bandeira anti fascista se tratasse  com apontamentos de folhas verdes, lembrando que o mundo vegetal é muito importante para a nossa vida, com um pedaço de grama/ relva a compor. Temos um cordão/ cardaço azul que alude ao azul do céu e do mar, que nada tem a ver com o azul monárquico. Pronto, este é o meu olhar imagético, destes meus olhos ora azuis, ora verdes, cinza conforme a luz do dia e a alegria espressa no brilho do olhar.  

Bom, antes de tudo quem me deu a ideia desta composição foi uma das minhas filhas que para me definir para @s amigo@s diz que eu sou daquelas que decora a casa com uma flor dentro duma bota. Quando escutei isso ri tanto mas tanto que acolhi essa ideia e aqui está aos olhos de todes! Além de que eu adoro esta planta, chamada de flor do natal ou bico-de-papagaio. Ela é muito resistente e mesmo quando caiem as folhas vermelhas e parece que morreu se continuar a beber água renasce.

Eu tinha uma outra aí, tenho de coloca-la no colo. Caiu quando vieram aqui fazer a poda dum arbustro. Contratei um sujeito para prestar esse serviço, já que além de não ter ferramentas adequadas a coisa tinha chegado a um ponto que o quintal estava prestes a virar mata atlântica densa. Em suma, contratei um serviço. Não tenho empregados. Não sou patroa. Se contrato um serviço para mim é uma relação de troca: a pessoa presta o serviço e eu pago. Ponto final. O que é curioso de observar, não sei se isso acontece por eu ser mulher e talvez estrangeira, é a confiança, " o tu cá tu lá" como se diz na minha terra dos fulanos.Ao limite o abuso de confiança. Chegam às horas que querem sem avisar, umas quatro hora depois, mesmo com horário marcado avisam logo que vai chegar no dia seguinte à hora que puder, mas aqui a mané paga tudo direitinho na hora à vista. Daí o fulano assim que olha já sabe tudo acerca da vida da cliente: " Ah! Você é boliviana. Você é juíza." ao que a resposta zás: " Juíza? Não. Quanto muito não tenho é juízo algumas vezes." Arrependo-me no mesmo instante, pois vai saber se o sujeito não achará que estou a me insinuar para ele. Pode acontecer.... Ai que desafio este de ser mulher numa lógica da pegação, da safadice. Que desafio e preguiça. Respiro de alivio por ele não ter levado para esse lado. " Você ganha uns R$3.000. Tá bom, né?" EXTRÓDINÁRIO! ESTRONDINÁRIO essa capacidade sociológica que um sujeito pode ter. Já traça o perfil do outro e sabe o que a pessoa ganha, de onde ela vem e o que ela exerce e ainda dá nota! Eh pá, fico impressionadissima. Ainda bem que ele não me veio com a história da dívida do ouro! 

Fica aqui o convite a todes que acham que o @s tugas no geral devem ouro aos brazucas, principalmente aqueles que vivem rodeados de cercas elétricas e com muitas medidas de segurança para protegerem os seus privilégios: " Ouro não tenho como devolverporque não tenho nem nunca o tive, mas posso oferecer um café, uma água de coco, um caldo de cana e conversarmos um pouco e ficar de boa, desfazer equivocos, rir de bobagens, das noticias e informações fake e de tudo o que é fake, nomeadamente nós algumas vezes. Rir de nós mesm@s, vá." Que eu não sou menina de chutar os outros literalmente. Isso lembra aqueles adolescentes da minha geração  armados em punks rebeldes que no fim da noite, do rolé, da balada chutavam os contentores/ containeres do lixo. Eh pá! Aquilo sempre me incomodou. Sim, incomodou justamente porque esse tipo de rebeldia é tão parva, tão babaca, tão rebelde sem consciência de cidadania....Eu curto caminhar pelos lugares onde o lixo não está largado no espaço público ou no meio da natureza, como curto saber que apesar de tudo vivemos em sociedade e que chutar o lixo ou os outros gratuitamente não eleva a lugar nenhum e fala muito do que devemos limpar cá dentro.

O prestador de serviços que limpa a mata atlântica do meu quintal propõe eu pagar mais R$100 para se colocar veneno no arbustro  e este não crescer mais. Morrer. COMO ASSIM?!?! VENENO? NÃO, CLARO QUE NÃO.! Uma coisa é podar outra é envenenar. Como tudo na vida, nas relações que estabelecemos uns com os outros sem partir de pressupostos e de pões e dispões.  E isso é EXTRÓDINÁRIO! Isto, lá está, na minha visão de sermos todos iguais cumprido as funções ao qual nos propusemos nesta vida,. Fora das relações de disputa de poder e de querer levar vantagem.

Mural na história: Não me chutes que eu também não te chuto. E cuidemos das flores vermelhas em botinhas pretas empoeiradads que há dentro de nós.

'Bunito', né? Até eu estou comovida com esta metáfora que vem do cerne deste meu ser, Ihihih 

Beijus e abraçus inté ao próximo texto sobre bruxas, mulheres meninas, feiticeiras e tudo! Piu!

zzzzuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

A Piu
BarOm Gerhaux 11/12/2021



Sem comentários:

Enviar um comentário