quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

HONRANDO AS MINHAS RAÍZES - XVI


 Tenho aqui dois textos na mente do meu coração que vai e volta do útero até à glândula pineal. Gostaram? Bem Nova Era, conexão feminina, o 'Eu' entre o céu e a terra. , Eu aposto nessa conexão mas sem tretas, balelas da positividade tóxica com inconsciência de classe social. Espiritualidade de boutique é tudo menos espiritualidade, mas fica a boutique e quem sabe o boteco. Pronto, esta é a introdução do próximo texto. Volto então à série " Honrando as raízes" para vós outres que curtem (me) ler, com a salvaguarda que o meu intuito é simplesmente escrever o que vai da mente até ao útero passando pelo coração numa dança, diria... cósmica, cósmicómica, tragico cómica e por aí vai. Não sou colecionadora de seguidores. Escrevo para so meus amigos, conhecidos e outros que curtem ler nesta Era do excesso de informação e das relações liquidas.

Esta é a incrivel, fantástica, inanarrável cantora de jazz e outras cantorias que eu não me canso de escutar durante décadas sempre com o mesmo calor na alma. MARIA JOÃO! Uma cantora portuguesa de pai português e mãe moçambicana. Uma menina mulher chocolate! Sim, observando bem ela tem traços africanos e a sua voz tem uma tacitura que lembra lá muito atrás, a avó da sua avó da sua avó. Ela é uma artista internacional há muitas décadas. Em Portugal ela é vista como portuguesa e branca, mesmo a linhagem materna seja negra. como ela  há muitas e muitos em Portugal. Em Portugal são brancas e em África em muitas situações também o são. Não sei se ela já foi alvo de preconceito. Será que no sul do Brasil é vista como preta? Na Alemanha não é. Ou é? Mas se ela quiser se apresentar como preta está no seu direito, mas muito provavelmente não faz parte da sua cultura, que é a a minha. O ter de se afirmar constamente pela cor. Isto não quer dizer que em Portugal não haja racismo. Há. Com pessoas mais escuras. As forças policiais portuguesas são racistas só que fazem um tanto às claras mas mais às escondidas as suas marotices sinistras com os "pretos". Logo,  uma mulher, por exemplo, brasileira com a tez semelhante à Maria João chegar em Portugal e nos primeiros dias ficar encantada pelos policais não estarem armados até aos dentes como no Brasil precisa de mais um tempo de convivência no território, ao invés de não ler com olhos de ler e tenatar entender uma mulher branca portuguesa com filhas da mesma mistura que ela e que a Maria João quando esta dá um uivo e fala que as forças policiais portuguesas ainda são faxixi com os"pretos". Assim como chama a atenção para os vicios de relacionamento por conveniência no meio artistico, no caso brasileiro. A mulher " branca" pede perdão no privado se falou algo que a magoasse, porque afinal de contas não era nada pessoal. A mulher de tez como a Maria João e as filhas da mulher branca não lê a mensagem e posta uma publicação ridicularizando o trabalho, a vida , as parcerias profissionais da outra mulher sem sequer a conhecee pessoalmente. Pronto, depois apagou... Percebe-se... Foi um momento de ira descontrolado. Mas fica a reflexão: onde começa e acaba o nosso orgulho sano de estarmos num outro país para realizar o nosso de trabalho e/ou estudos e continua a vaidade cega imposta pela lógica vigente: desigualdade social, neo libearl, preconceituosa, meritocrata, clientista, competitiva, pouco ou nada solidária, insensivel às informações de resistência antifascista desta mulher branca portuguesa e dos seus próximos queridos. Enfim. Esta é a forma que a mulher "branca" portuguesa encontrou para se apaziguar com uma situação que não é mais que uma ilustração de tantas outras situações vividas com outras pessoas de nacionalidade brasileira. Escrever e ler é uma forma de estarmos mais perto e levar para a prática outras formas de nos relacionarmos. 

Ao lado da Maria João está o incrivel pianista Mário Laginha, parceiros de sólida e longa data. Já foram casados, mas poderaim ter sido simplesmente parceiros profissionais como muites de nós somos. Eu nunca tive uma parceria profissional aliada À intimidade conjugal. Mas isso sou eu e admiro muito pessoas como este casal que trabalham juntos, já foram casados, e mantém uma amizade sólida. Isso é mais que saudável, além de demonstrar profissionalismo. Não os conheço pessoalmente mas já tive a grande oportunidade de assistir a dois shows deles. Um na cidade maravilhosa do Rio e outro na cidade das luzes lá na Francia. Olhem... Eles, como portugueses, representam-me. Eu sinto um imenso orgulho de termos as mesmas origens, porque o seu trabalho musical para mim é tão sublime que lá está.... tenho uma viagem sideral daquelas descritas lá em cima. Não conheço a vida intima de ambos, mas quero  acreditar que trabalho é trabalho e conhaque é conhaque, como se diz na nossa terra, e quando passa a ser uma amizade é uma amizade para sempre e os caminhos amorosos de ambos estão abertos sem se (auto) sabotarem um ao outro. Essa é a minha projeção daquilo que faz sentido para a minha vida neste casal. 

Beijinhos e abraços e até à próxima!

A Piu

Baronni Gerau Zen, 02/12/2021

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