quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

HONRANDO AS MINHAS RAÍZES - XIX

 


    

"Os homens estão meio perdidos, precisam de ser ajudados.", escutei isso num desses podcastes da vida. Já lá vamos kompanheir@s, kamarad@s desta existência! Não posso jurar a pés juntos que nós somos almas muito antigas - umas mais que outras- e que de vez em quando encarnamos. Não juro nem desminto. Por isso aqui a bruxela que vai da bruxa até à donzela - por acaso não curto muito o termo donzela, dá sempre aquele ar que todas fazemos parte da nobreza e que queremos ser todas princesas que fechadas numa torre muita alta vem um sapo muito viscoso que nos beija, transformando-se este num belo principe filho do imperador e nós despertamos para a vida e somos libertas e levadas pelos campos afora em cima dum robusto cavalo branco, segurando-nos na cintura do nosso belo principe que se casará com nós outras e viveremos felizes para sempre. Assim sendo substituto donzela por menina, esse arquétipo dos quatros que constiutuem o feminino em consonância com os ciclos lunares. Da menina ( lua crescente) à bruxa/ anciã ( lua nova). passando pela mãe ( lua cheia) e pela feiticeira ( lua minguante).
Se voltarmos uns séculos atrás, uns cinco/ três, na Europa, chamada de " Velho Mundo" - como se outros mundos fora desse continente fossem novos... " Velho Mundo" é um termo eurocêntrico criado nesse projeto de expansão mercantil que se iniciou no século XV- vamos nos deparar com uma história horripilante que se deu por todo este continente!!... A caça às bruxas que não é se não uma patologia coletiva de mal com o feminino, com a figura da mãe, da mulher onde a sexualidade e a líbido são distorcidas e reprimidas, assim como o conhecimento popular ancestral das plantas medicinais e o contato com outros planos é demonizado, perseguido, torturado e queimado.
Esta só eu em 2013 em Évora, Portugal, cidade muito antiga, se os arqueólogos continuarem as suas escavações a cidade precisa de ser evacuada, assim como Lisboa, por exemplo. São cidades que existem muito antes do Império Romano, embora estes tenham tratado de destruir o que já lá estava para se edificar. Em Évora o templo romano ainda está ali firme e forte mesmo que com algumas falhas. Mas viajemos uns belos duns séculos depois, até à Inquisição. Évora foi palco desse sinistro projeto, assim como Lisboa, só para dar o exemplo destas duas cidades, já que Portugal é do tamanho duma unha do mindinho.
Vivia-se o feudalismo que não é se não a posse de terras de uns tantos senhores ou do clero, da igreja. As mulheres consideradas bruxas geralmente eram pobres, por serem mulheres não possuiam terras nessse sistema feudal, logo patriarcal. Assim sendo, a dita líder espiritual que se apresenta como bruxa que falei no texto passado vir dizer que as bruxas posuiam terras e que o rei sempre pedia conselhos às mesmas, logo estas eram ricas e por isso perseguidas.... Isso é uma distorção da História. Como tantas outras. Onde ela foi buscar essa informação? Sim, algumas mulheres da nobreza foram incriminadas como bruxas, mas não eram elas que tinham a posse de terras, quanto muito assumiam a dianteira caso fossem viuvas ou orfãs, mas viviam sobre o jugo da lógica patriarcal. Essa distorção para legitimar que temos que ser todas muito ricas a possuir muitas coisas dentro da lógica capitalista é semelhante aquela distorção que alguns brasileiros atiram à cara de outros alguns portugueses acerca do ouro que Portugal roubou ao Brasil e que o povo português está assim em dívida com o povo brasileiro. Que Portugal roubou ouro, assim como a Espanha, isso é facto. Um facto consumado. Mas por onde anda esse ouro também gostariamos de saber, nós portugueses do povão. Uma parte foi para pagar dividas entre potências coloniais, outra está nas igrejas e em algumas casas senhoriais. Eu sinto muito. Assim como sinto muito o genocidio realizado por essas duas nações neste imenso continente americano. Mas esse saque foi realizado pela coroa, pelo clero e pelos saqueadores aventureiros e degredados . O povão nunca se beneficiou com essa coisa, essa ignorância, essa ganância.
Uma bruxa que se diz bruxa e vem com essas mentirinhas para beneficio próprio, se acredita no sobre natural precisa de ter atenção porque não está a honrar a história dessas mulheres que vieram muito antes dela e que acabaram na fogueira. Vê lá se não levas uma vassourada em noite de lua nova!
Já responder a essa questão dos homens precisarem de orientação agora que as meninas mulheres estão se a levantar das cinzas tal qual Phénix fica para o próximo texto. Olhó o marketing! Mas fica a degustação: queres amar uma mulher menina, uma menina mulher, uma bruxela, uma bruxina? Escuta-la! Tu escuta-la bem sem tomar isso como um ataque, sem ficar à defesa, sem amuar nem invocar amantes, crushes e ex namoradas! Ah! E respeita as ex namoradas ou ex companheiras! Poupa-as de joguinhos! Honra o carinho, amizade e transparência entre vós outros. As meninas mulheres, sejam bruxas ou não, apreciam a amizade como base de tudo mesmo que os destinos se separem para outros destinos se encontrarem. Ai as bruxinas que gostam das outras mulheres e não as enxegam como rivais. Aprendemos umas com as outras e também com os homens, trans e outros géneros existentes na humanidade.
zzzzuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
A Piu
Barrum Gerrum 09/12/2021


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