" Você sente que precisa de amor e sai procurando por todas as esquinas o tempo inteiro parece que vocês estão prestes a se encontrar e isso porque ele está dentro de ri desesperado para te conhecer - o amor próprio pulsa."
- Isadora Não Entende Nada
in: Mandala Lunar 2019
Hoje os livros de auto ajuda estão em alta, para algum escárnio, desdém da maioria dos académicos. Pois uma grande parte , além de só lerem os autores da sua disciplina e linha de pesquisa e o que torna as suas referências estreitas, embora achem que não, tudo o que é fora dessa caixinha já não é digno de atenção. O mesmo pode-se tratar da literatura, da poesia. Mesmo alguém das Humanas pode considerar que poesia, literatura, arte são coisas menores nada cientificas. É necessário cultivarmos muito auto cuidado, amor próprio para enfrentarmos tanto preconceito. O preconceito além de demonstrar estreiteza intelectual e emocional é agressivo ao limite. Vejamos então o que a filosofa brasileira tem-nos para dizer num meio muitas vezes, se não a maioria das vezes, segregativo:
" O coronel ri sozinho da impossibilidade de mudanças, pois ele ama a monocultura enquanto odeia o cultivo de ideias diferentes ou de ideias alheias. O autoritarismo intelectual não é feito apenas de ódio ao outro, mas da inveja de que haja exuberância criativa em outro território, em outra experiência de linguagem. Conservadorismo é seu nome do meio.
Coronelismo não é simplesmente a zona cinzenta onde não podemos mais distinguir o ignorante do culto, mas a política generalizada introjetada por todos - salvo exceções - pela letal dessubjetivação acadêmica da qual somos vítimas enquanto algozes e que no campo do senso comum, surge como robotização e plastificação das pessoas entregues como zumbis aos mecanismos do non sense geral que, é preciso cuidar, deve ser aparentemente desejável pela pretensa liberdade de cada. "
Tiburi, Marcia " Como conversar com um fascista- reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro" , Ed. Record Rio de Janeiro: 2016.
Bom, não quero com isto dizer que os livros de auto ajuda de como ficar bem em 200 páginas sejam a solução. Mas a pessoa auto conhecer se é meio caminho para afugentar o autoritáriozinho boçal, serviçal vaidoso que emerge dentro de si. Estado muitas e tantas vezes naturalizado e aceite.
Nem toda a gente tem acesso a uma universidade. Também coloco as minhas dúvidas se esse é o único caminho para as pessoas se sentirem bem sucedidas, visto existirem milhares de possibilidades de ajudarmos a construir um mundo diferente e mais acolhedor onde estão todos incluídos com equanimidade usufruindo dos recursos naturais que o planeta terra nos dá, mas com respeito.. Principalmente quando a produção académica serve uma lógica etnocentrada em prol dum progresso mercantil que já vimos que além de agressivo pulsa destruição, numa lógica patriarcal de possessividade desamorosa.
Já é tempo de resgatar o sagrado feminino, enquanto reverência à vida e a relações auspiciosas. Em que a criatividade, o pensamento livre, porque construtivo e edificante, é vitorioso.
A Piu
Br, 29/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209
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