De origem germânica achtung! servia como interjeção chamativa para perigos e paisagens deslumbrantes. Mais a norte, nos países escandinávos,ACHTUNG!! é considerado o espirro oficial dos vikings. Em terras lusas utiliza-se a expressão "Arre!!" quando alguém está arreliado. "Arretung!" é uma espécie de grito de guerra dos trabalhadores da classe precária, que desunidos nunca vencerão.
quarta-feira, 31 de julho de 2019
PENSO E SINTO ISSO, LOGO RE EXISTO
" Hoje em dia fala-se muito em " assédio moral " e em " assédio sexual ". Tais tipos de assédio não se desenvolveriam tão facilmente se não encontrássemos um clima socialmente propicio. O assédio é um desses padrões culturais que, em graus e intensidades diversos, atingem todas as esferas da vida. Por isso, podemos falar duma cultura do " assédio ", ou seja, de uma cultura no "espírito" do assédio em que se desenvolvem relações humanas, nas quais estão inscritas a questão " moral" e a questão " sexual".
Assédio é uma prática anti ética de opressão baseada na pressão direta a um individuo. O assediador é aquele que pressiona o assediado a fazer sua vontade. Ele trata o assediado como um objeto que lhe pode servir. "
Tiburi, Marcia " Como conversar com um fascista- reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro" , Ed. Record Rio de Janeiro: 2016.
Assediar alguém, seja no campo das relações intimas ou na esfera pública nomeadamente em relações profissionais e até mesmo ocasionais de alguém que se cruza com outro alguém na rua, é demonstrativo duma insuficiência de auto conhecimento que reproduz padrões de comportamento de opressor e oprimido onde a visão de mim e do outro está distorcida. Muitos de nós, se não todos, já fomos alvo de preconceito, de tentativas de subjugação ou até mesmo de subjugação. De assédio moral, no mínimo. Por outro lado, o grande passo de coragem é parar e detectar onde fomos ou temos sido também assediadores, com mais ou menor intensidade.
Entre mulheres, que estão nesse movimento de se fortalecerem entre si, já escutei: " Todas as mulheres são feministas, mas existem umas que não sabem!" Será? Como também já escutei: " Todos os homens são machistas e potenciais violentadores." Essa última deixa-me deveras apreensiva, pois pergunto-me que relações essas mulheres cultivam a partir do seu seio familiar. Qual a imagem que possuem do seu próprio pai. A mim parece-me injusto diabolizar por completo um grupo e romantizar por completo outro. Existem mulheres que são competitivas, que querem ser as gatas gostosas reproduzindo o que a publicidade e outros mecanismos mediáticos mercantis oferecem. Existem mulheres generalas, por isso autoritárias e manipuladoras, em que outras que enxergam nisso um empoderamento, uma emancipação. Sinceramente considero isso uma falácia porque reproduz uma lógica patriarcal que muitas criticam. Mas todas e todos estamos a aprender. Quanto aos homens, mesmo aqueles que nos são queridos, antes de metermos as mãos no fogo por eles, mesmo que seja aquele tio querido ou aquele camarada irmão, precisamos prestar atenção. Uma atenção com amorosidade e firmeza e não cair em argumentinhos balela de " Ai eu fiz aquilo ou eu sou assim porque eu amo e não sabia que isso iria causar danos morais na pessoa que amo." Balela, conversa para boi dormir e roncar.
Já o assédio sexual é fruto dum moralismo carente de liberdade, seja esta de expressão como de libido. O assédio está para a pornografia como a sedução está para o erotismo, assim com o assédio é deigualitário e o desejo de parte a parte é um caminho para a liberdade do prazer de comum consentimento.
Pessoalmente tenho algum ranço com os termos : gostosa, gata, pegação. Talvez daqui a um tempo quando não estiverem mais associados a satisfazer uma lógica de dominio em que as mulheres precisam de transitar esquizofrenicamente entre as desejáveis e as recatadas até possa achar graça. Embora pegação nunca se desassocie de algo peganhento, pegajoso tipo aquelas nhanhas verdes que se vendem num baldinho e que não servem para nada a não ser para entreter as mãos. E penso, posso estar enganada, que nós somos muito mais do que entretenimentos nhanhosos uns para outros. Penso e sinto isso, logo re existo.
in: página facebook: Ar Dulce Ar
Iniciamos a campanha de Crowdfunding para a terceira fase do trabalho. Com as palhaças Maffalda dos Reis (Geni Viegas) e Beltrana de Tall (Ana Ana Piu).
Ar Dulce Ar, O Prelúdio tem como objetivo fazer uma curta temporada num espaço alternativo, para desenvolvermos a linguagem da palhaçaria junto ao público. Todo o processo de criação, roteiro e direção já foram finalizados e nessa última etapa buscamos apoio para continuarmos o desenvolvimento do espetáculo. Entre no site " Catarse" e nos apoie. <3 <3 <3https://www.catarse.me/ar_dulce_ar_preludio_ce42...
A Piu
Br, 31/07/2019
terça-feira, 30 de julho de 2019
SEDUÇÃO OU ASSÉDIO? - - Meninas mulheres moças e meninos homens moços é hora de nos olharmos com os olhos de sentir!
" A inversão é um tipo de distorção. No nível das relações particulares, sobretudo no que concerne à esfera privada, podemos dizer que a distorção é fruto de algo que chamamos genericamente de neurose. Ela pode atingir todas as relações. Pais e filhos, casais, amigos, todos aqueles que convivem e que, por conviver, falam uns com os outros, também distorcem o que uns fazem e dizem. Distorcer nesse caso é adequar o que aconteceu de fato, ou o que poderia ter acontecido, a uma interpretação útil a algum interesse emocional, material ou conceitual. Não há discurso proferido sem a consequência dos seus efeitos. Sabendo disso, constantemente ocultamos nossos interesses no que dizemos.
A neurose é uma categoria psicanalítica, mas ela é também uma categoria ética. Ela é uma manifestação da linguagem em que a desonestidade está em jogo, mas de um modo inconsciente. O neurótico quer provar suas " teorias ", que ele pode criar nas mais variadas circunstâncias. E, para prová-las, basta acionar o mecanismo da distorção. "
Tiburi, Marcia " Como conversar com um fascista- reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro" , Ed. Record Rio de Janeiro: 2016.
Quando falamos de violência contra a mulher, falamos de relações abusivas logo de relações co emergentes em que ambas as partes de algum modo alimentam o ciclo da violência. Assim sendo não são somente as mulheres que sofrem de e com as relações abusivas. Os homens também. O assédio, seja este moral e/ou físico, é em muitas circunstâncias algo que inicialmente é ambíguo. Quem não conhece situações de mulheres que por motivos vários não distorceu factos, encontrando na causa feminina ou feminista, um modo de sujar a ficha de um homem só porque sim, acrescida a essa gravidade de difamação e calúnia competir com outra ou outras mulheres pelo simples facto de se sentir insegura, fora dum protagonismo que tanto almeja o tempo inteiro?
Falar de assédio é muito delicado. Onde começa o assédio e acaba a sedução? Alguém que assedia, numa grande parte das vezes utiliza-se dos seus dotes de sedução para armadilhar aquela ou aquele que acha que é presa fácil. Porém como a distorção é a sua bandeira a coisa não se sustenta. Uma máscara que se derrete ao primeiro e breve sentido de alerta. Mas o grande desafio é olharmos com compassividade para alguém que distorce em prol dos seus interesses, muitas vezes se não sempre, confusos. Alguém que distorce pede atenção, amor mas duma forma distorcida, conhecendo até ao momento a dinâmica da meia verdade ou da mentira que manipula e que causa desconforto a terceiros só para querer provar que a felicidade é um cinismo. Assim sendo, estarmos vigilantes a essas distorções e não as reproduzir igualmente é um grande passo emancipatório em que a vitória é termos a nossa consciência tranquila e usufruirmos duma liberdade leve para amar como quisermos e quem quisermos, apreciando a sedução. Seduzir é bom, ser seduzido é tão bom ou melhor. Assédio? Bilhaque! 'Caria! Côcô!
A Piu
Br, 30/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209
segunda-feira, 29 de julho de 2019
SERMOS QUEM SOMOS É VITORIOSO
" Você sente que precisa de amor e sai procurando por todas as esquinas o tempo inteiro parece que vocês estão prestes a se encontrar e isso porque ele está dentro de ri desesperado para te conhecer - o amor próprio pulsa."
- Isadora Não Entende Nada
in: Mandala Lunar 2019
Hoje os livros de auto ajuda estão em alta, para algum escárnio, desdém da maioria dos académicos. Pois uma grande parte , além de só lerem os autores da sua disciplina e linha de pesquisa e o que torna as suas referências estreitas, embora achem que não, tudo o que é fora dessa caixinha já não é digno de atenção. O mesmo pode-se tratar da literatura, da poesia. Mesmo alguém das Humanas pode considerar que poesia, literatura, arte são coisas menores nada cientificas. É necessário cultivarmos muito auto cuidado, amor próprio para enfrentarmos tanto preconceito. O preconceito além de demonstrar estreiteza intelectual e emocional é agressivo ao limite. Vejamos então o que a filosofa brasileira tem-nos para dizer num meio muitas vezes, se não a maioria das vezes, segregativo:
" O coronel ri sozinho da impossibilidade de mudanças, pois ele ama a monocultura enquanto odeia o cultivo de ideias diferentes ou de ideias alheias. O autoritarismo intelectual não é feito apenas de ódio ao outro, mas da inveja de que haja exuberância criativa em outro território, em outra experiência de linguagem. Conservadorismo é seu nome do meio.
Coronelismo não é simplesmente a zona cinzenta onde não podemos mais distinguir o ignorante do culto, mas a política generalizada introjetada por todos - salvo exceções - pela letal dessubjetivação acadêmica da qual somos vítimas enquanto algozes e que no campo do senso comum, surge como robotização e plastificação das pessoas entregues como zumbis aos mecanismos do non sense geral que, é preciso cuidar, deve ser aparentemente desejável pela pretensa liberdade de cada. "
Tiburi, Marcia " Como conversar com um fascista- reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro" , Ed. Record Rio de Janeiro: 2016.
Bom, não quero com isto dizer que os livros de auto ajuda de como ficar bem em 200 páginas sejam a solução. Mas a pessoa auto conhecer se é meio caminho para afugentar o autoritáriozinho boçal, serviçal vaidoso que emerge dentro de si. Estado muitas e tantas vezes naturalizado e aceite.
Nem toda a gente tem acesso a uma universidade. Também coloco as minhas dúvidas se esse é o único caminho para as pessoas se sentirem bem sucedidas, visto existirem milhares de possibilidades de ajudarmos a construir um mundo diferente e mais acolhedor onde estão todos incluídos com equanimidade usufruindo dos recursos naturais que o planeta terra nos dá, mas com respeito.. Principalmente quando a produção académica serve uma lógica etnocentrada em prol dum progresso mercantil que já vimos que além de agressivo pulsa destruição, numa lógica patriarcal de possessividade desamorosa.
Já é tempo de resgatar o sagrado feminino, enquanto reverência à vida e a relações auspiciosas. Em que a criatividade, o pensamento livre, porque construtivo e edificante, é vitorioso.
A Piu
Br, 29/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209
- Isadora Não Entende Nada
in: Mandala Lunar 2019
Hoje os livros de auto ajuda estão em alta, para algum escárnio, desdém da maioria dos académicos. Pois uma grande parte , além de só lerem os autores da sua disciplina e linha de pesquisa e o que torna as suas referências estreitas, embora achem que não, tudo o que é fora dessa caixinha já não é digno de atenção. O mesmo pode-se tratar da literatura, da poesia. Mesmo alguém das Humanas pode considerar que poesia, literatura, arte são coisas menores nada cientificas. É necessário cultivarmos muito auto cuidado, amor próprio para enfrentarmos tanto preconceito. O preconceito além de demonstrar estreiteza intelectual e emocional é agressivo ao limite. Vejamos então o que a filosofa brasileira tem-nos para dizer num meio muitas vezes, se não a maioria das vezes, segregativo:
" O coronel ri sozinho da impossibilidade de mudanças, pois ele ama a monocultura enquanto odeia o cultivo de ideias diferentes ou de ideias alheias. O autoritarismo intelectual não é feito apenas de ódio ao outro, mas da inveja de que haja exuberância criativa em outro território, em outra experiência de linguagem. Conservadorismo é seu nome do meio.
Coronelismo não é simplesmente a zona cinzenta onde não podemos mais distinguir o ignorante do culto, mas a política generalizada introjetada por todos - salvo exceções - pela letal dessubjetivação acadêmica da qual somos vítimas enquanto algozes e que no campo do senso comum, surge como robotização e plastificação das pessoas entregues como zumbis aos mecanismos do non sense geral que, é preciso cuidar, deve ser aparentemente desejável pela pretensa liberdade de cada. "
Tiburi, Marcia " Como conversar com um fascista- reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro" , Ed. Record Rio de Janeiro: 2016.
Bom, não quero com isto dizer que os livros de auto ajuda de como ficar bem em 200 páginas sejam a solução. Mas a pessoa auto conhecer se é meio caminho para afugentar o autoritáriozinho boçal, serviçal vaidoso que emerge dentro de si. Estado muitas e tantas vezes naturalizado e aceite.
Nem toda a gente tem acesso a uma universidade. Também coloco as minhas dúvidas se esse é o único caminho para as pessoas se sentirem bem sucedidas, visto existirem milhares de possibilidades de ajudarmos a construir um mundo diferente e mais acolhedor onde estão todos incluídos com equanimidade usufruindo dos recursos naturais que o planeta terra nos dá, mas com respeito.. Principalmente quando a produção académica serve uma lógica etnocentrada em prol dum progresso mercantil que já vimos que além de agressivo pulsa destruição, numa lógica patriarcal de possessividade desamorosa.
Já é tempo de resgatar o sagrado feminino, enquanto reverência à vida e a relações auspiciosas. Em que a criatividade, o pensamento livre, porque construtivo e edificante, é vitorioso.
A Piu
Br, 29/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209
sexta-feira, 26 de julho de 2019
O ÁCARO CAI EM VOCÊ PORQUE AMOR TEM MAIS ESPLENDOR
" Como conversar com um fascista" da Tubiri, " Imagine all the people, uma conversa com Dalai Lama sobre temas polêmicos e atuais " e " A queda do céu, palavras de um xamã yanomani" do Kapinawa e do Bruce Albert são três livros que leio em simultâneo. Todos eles saídos de bibliotecas públicas para todos. Há as públicas que não são para todos. Isto é, não se pode levar para casa. Mas pode-se consultar e ler no local.
Ler não é só para os eruditos! É para todos.Ler e saber ler é saber ler o mundo com sabedoria. Aliás, o termo erudito é um tanto ou quanto elitista. " Ai só uns é que acessam! São os diferenciados. Ai! Os iluminados de algo que não é para todos. Só para os tais. A filosofa brasileira Marcia Tiburi tem dois subtítulos no livro acima citado: ' Coronelismo Intelectual '; ' Intelectual Serviçal '. GRANDE MARCIA TIBURI que desconstrói os achismos, as ideias feitas acerca de si mesmo e do outro. Mas há um momento que é necessário alimentar-nos de esperança e cultivar o sentimento que a Humanidade não está perdida. Inspirarmos-nos em alguém que ganhou o prêmio Nobel da Paz penso que pode ser um caminho. Sim, eventualmente algumas 'dondocas ' e 'dondocos' querem se aproximar da filosofia que Lama segue, o budismo tibetano ou o Zen. Está na moda ter um Buda como decoração em casa? 'TÁ! 'Tá na moda dizer ' gratidão', ' beijos de luz', ' 'namastê', ' amados e amadas', ' é só amor ' ? TÁÁÁÁ. Corre-se o perigo de tudo cair no clichê e se esvaziar de sentido. Mas por outro lado porque não a galerada mais dondoca aprofundar-se no auto conhecimento. EXCELENTE! QUEM SE AUTO CONHECE TOMA CONSCIÊNCIA DOS SEUS ATOS, LOGO TOMA CONSCIÊNCIA DA VIDA PRECIOSA QUE HÁ DENTRO DE SI E AO SEU REDOR. SEM NECESSIDADE DE IMPOR AS SUAS IDEIAS AOS DEMAIS.
Nestes últimos dias tem havido um sururu acerca de hackers nas altas esferas políticas. Eh pá!...Parece aquela série norte americana que passou durante sete anos lá nos anos 80. O Dallas. Um pastel que nunca mais acabava. hoje assiste-se a uma novela com um roteiro medíocre. Hackeiam-se uns aos outros, querendo cada um salvar a sua pele. Às vezes penso se já não está tudo montado para nos distrair e tomarem as decisões que querem, enquanto achamos que estamos informados.
Espiolhar a vida alheia tornou-se um hobby, principalmente com as redes sociais. O que colocamos nas nossas redes sociais é o nosso cartão de visita e os demais vem o que nós queremos mostrar. Até aí a ética está boa. Mútuo acordo. A questão é a INVASÃO QUE CAUSA INTRIGA, DESCONFIANÇA. ISSO É FASCISTA. Todos nós temos o nosso fascistazinho dentro de nós. A questão é baixar-lhe a bola. Se eu não curto ser invadida na minha privacidade e intimidada porque carga de água invado o outro para saber detalhes seus, expo-lo e assim soltar a controladora cheia de suposições julgadoras? Querer saber da vida alheia sem permissão é esquecer-se de quem se é, é estar fora de si preocupando-se com a vida alheia.
Ontem re assisti ao filme alemão: " A vida dos outros " passado em Berlim Oriental nos 80 antes da queda do muro. Ufa! Todos iguais! Sejam Adolfos, sejam Estalinhos! Tudo farinha do mesmo saco de desamor.
A corrupção resolve-se com hackers de parte a parte? Tenho dúvidas. A corrupção resolve-se com ética, embutida nas nossas micro relações para não sermos afogados pelo tsunami da intriga, da fofoca, da mentira, da calúnia, da difamação fruto da manipulação. É ESTÉTICO SER ÉTICO! É UM ESPLENDOR VIBRAR AMOR! Caso contrário o céu cairá, como avisou o Kopenawa.
A Piu
B'Olhão GeralZen, 26/07/2019
Ler não é só para os eruditos! É para todos.Ler e saber ler é saber ler o mundo com sabedoria. Aliás, o termo erudito é um tanto ou quanto elitista. " Ai só uns é que acessam! São os diferenciados. Ai! Os iluminados de algo que não é para todos. Só para os tais. A filosofa brasileira Marcia Tiburi tem dois subtítulos no livro acima citado: ' Coronelismo Intelectual '; ' Intelectual Serviçal '. GRANDE MARCIA TIBURI que desconstrói os achismos, as ideias feitas acerca de si mesmo e do outro. Mas há um momento que é necessário alimentar-nos de esperança e cultivar o sentimento que a Humanidade não está perdida. Inspirarmos-nos em alguém que ganhou o prêmio Nobel da Paz penso que pode ser um caminho. Sim, eventualmente algumas 'dondocas ' e 'dondocos' querem se aproximar da filosofia que Lama segue, o budismo tibetano ou o Zen. Está na moda ter um Buda como decoração em casa? 'TÁ! 'Tá na moda dizer ' gratidão', ' beijos de luz', ' 'namastê', ' amados e amadas', ' é só amor ' ? TÁÁÁÁ. Corre-se o perigo de tudo cair no clichê e se esvaziar de sentido. Mas por outro lado porque não a galerada mais dondoca aprofundar-se no auto conhecimento. EXCELENTE! QUEM SE AUTO CONHECE TOMA CONSCIÊNCIA DOS SEUS ATOS, LOGO TOMA CONSCIÊNCIA DA VIDA PRECIOSA QUE HÁ DENTRO DE SI E AO SEU REDOR. SEM NECESSIDADE DE IMPOR AS SUAS IDEIAS AOS DEMAIS.
Nestes últimos dias tem havido um sururu acerca de hackers nas altas esferas políticas. Eh pá!...Parece aquela série norte americana que passou durante sete anos lá nos anos 80. O Dallas. Um pastel que nunca mais acabava. hoje assiste-se a uma novela com um roteiro medíocre. Hackeiam-se uns aos outros, querendo cada um salvar a sua pele. Às vezes penso se já não está tudo montado para nos distrair e tomarem as decisões que querem, enquanto achamos que estamos informados.
Espiolhar a vida alheia tornou-se um hobby, principalmente com as redes sociais. O que colocamos nas nossas redes sociais é o nosso cartão de visita e os demais vem o que nós queremos mostrar. Até aí a ética está boa. Mútuo acordo. A questão é a INVASÃO QUE CAUSA INTRIGA, DESCONFIANÇA. ISSO É FASCISTA. Todos nós temos o nosso fascistazinho dentro de nós. A questão é baixar-lhe a bola. Se eu não curto ser invadida na minha privacidade e intimidada porque carga de água invado o outro para saber detalhes seus, expo-lo e assim soltar a controladora cheia de suposições julgadoras? Querer saber da vida alheia sem permissão é esquecer-se de quem se é, é estar fora de si preocupando-se com a vida alheia.
Ontem re assisti ao filme alemão: " A vida dos outros " passado em Berlim Oriental nos 80 antes da queda do muro. Ufa! Todos iguais! Sejam Adolfos, sejam Estalinhos! Tudo farinha do mesmo saco de desamor.
A corrupção resolve-se com hackers de parte a parte? Tenho dúvidas. A corrupção resolve-se com ética, embutida nas nossas micro relações para não sermos afogados pelo tsunami da intriga, da fofoca, da mentira, da calúnia, da difamação fruto da manipulação. É ESTÉTICO SER ÉTICO! É UM ESPLENDOR VIBRAR AMOR! Caso contrário o céu cairá, como avisou o Kopenawa.
A Piu
B'Olhão GeralZen, 26/07/2019
quinta-feira, 25 de julho de 2019
EXISTÊNCIA SUSTENTÁVEL: DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO AMERICANA E CARIBENHA
" Vejo mulheres negras com medo de serem o centro das atenções. " Não quero que as pessoas pensem que faço isso para me 'amostrar "!" - Dizem! Que mal tem em ser " amostrada"? Está ofendendo quem, além do racismo que só nos enxerga em posto de subalternidade?
" Eita nega espalhafatosa! Procure seu lugar!". Frases corretivas ouvidas desde a infância com uma única função: " cortar as asas". É estranho, porque estas mulheres não dizem " Eu tenho paixão por bastidores! ". É somente medo do que os outros vão pensar se elas estiverem em posição de destaque.
Pague o preço de ser quem você é. Pois, dói menos que se contorcer para caber na caixa.
A sua existência é sustentável. Você apoia o mundo. Apoie a si mesma!
Para não doer, o jeito é se reinventar todos os dias. E se continuar a doer, aprenda rapidamente com a dor, não seja uma pessoa cheia de impáfia que não aguenta ouvir crítica. Use o bom senso! TAmbém não precisa esperar aprovação da família, amigos ou o cônjuge para apertar o play: - Seja hoje!
Eu quero te dizer " mirmã" que está permitido para você se sentir uma pessoa de sucesso, vivendo a sua própria perspectiva de felicidade. "
Sueide Kintê
25/07/2019- O dia Internacional da Mulher Negra Lationoamericana e Caribenha foi criado para trazer a atenção à luta destas mulheres, assinalando os diferentes pontos de partida e necessidades específicas dessas mulheres na luta feminista.
in: Mandala Lunar 2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/ AR-DULCE-AR-162965127817209/
" Eita nega espalhafatosa! Procure seu lugar!". Frases corretivas ouvidas desde a infância com uma única função: " cortar as asas". É estranho, porque estas mulheres não dizem " Eu tenho paixão por bastidores! ". É somente medo do que os outros vão pensar se elas estiverem em posição de destaque.
Pague o preço de ser quem você é. Pois, dói menos que se contorcer para caber na caixa.
A sua existência é sustentável. Você apoia o mundo. Apoie a si mesma!
Para não doer, o jeito é se reinventar todos os dias. E se continuar a doer, aprenda rapidamente com a dor, não seja uma pessoa cheia de impáfia que não aguenta ouvir crítica. Use o bom senso! TAmbém não precisa esperar aprovação da família, amigos ou o cônjuge para apertar o play: - Seja hoje!
Eu quero te dizer " mirmã" que está permitido para você se sentir uma pessoa de sucesso, vivendo a sua própria perspectiva de felicidade. "
Sueide Kintê
25/07/2019- O dia Internacional da Mulher Negra Lationoamericana e Caribenha foi criado para trazer a atenção à luta destas mulheres, assinalando os diferentes pontos de partida e necessidades específicas dessas mulheres na luta feminista.
in: Mandala Lunar 2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/
Aline Miguel: artista carioca |
terça-feira, 23 de julho de 2019
MAIZAMÔ OHFASHFAVÔ! GRATINADOS!
" Dizer amor em tempos de ódio é um gesto anacrônico (...) Quantas vezes não recuamos do desejo de manifestar amor por não saber como sua expressão é recebida? Quantas vezes não controlamos dentro de nós mesmos por achar que o amor não faz sentido? Pensar assim é inevitável quando todos nós estamos confusos com o que chamamos de amor porque a delicada planta do amor não tendo espaço para crescer nesse mundo em que a cultura do ódio avança tão rapidamente quanto o desmatamento da floresta Amazônica, quanto a indústria bélica, o consumismo, , os latifúndios, a economia dos ricos cada vez mais ricos, o autoritarismo. " ( pág.96)
" A democracia flerta facilmente com o autoritarismo quando não se pensa no que ela é e se age por impulso e leviandade. Não sou uma pessoa democrática quando vou à rua protestar em nome dos meus fins privados, dos meus interesses pessoais; quando protesto em nome de interesses que em nada contribuem para a construção da esfera pública. Eu sou autoritária quando, sem pensar, imponho violentamente os meus desejos e pensamentos sem me preocupar com o que os outros estão vivendo e pensando; quando penso que o meu modo de ver o mundo está pronto e acabado; quando esqueço que a vida social é a vida da convivência e da proteção aos direitos de todos os que vivem no mesmo mundo que eu. (...)
As verdades que muitos compram hoje em dia parecem baratas, mas a médio longo prazo o preço pode ficar muito caro. Juros sociais e políticos não cessam de ser cobrados historicamente. O autoritarismo finge não existir o tempo histórico prega em nome de interesses imediatos. "( pág. 68)
Taburi, Marcia " Como conversar com um fascista- reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro" , Ed. Record Rio de Janeiro: 2016.
Ser artista pode e deve ser um comprometimento com o todo, com todos os seres sencientes. Podemos passar uma vida inteirinha a representar a Frozen, a Bela Adormecida. A questão é perguntar-nos se não passamos uma vida inteirinha congeladas e congelados na nossa dormência. Hoje tenho a honra de citar a pensadora Marcia Tiburi que é graduada em filosofia e artes e mestra e doutora em filosofia. Além de brasileira as suas origens não são oligárquicas. Vem lá de baixo. Isso não impede que outras pessoas de origens mais favorecidas possam não estar despertas para enxergar essa grande paisagem social, económica e politica. Dois exemplos desses brasileiros: Chico Buarque e Jorge Amado.
Por sermos palhaças, e antes de palhaças somos atrizes, não significa que estejamos alheadas de toda esta teia que é a vida com os seus meandros sinuosos. Pelo contrário! Da minha parte não vim somente para entreter as massas enquanto engolem pipocas. O Chaplin também não veio. Agora muitos dirão:" Olha esta que se compara com o Chaplin!" Nããã! Nada disso! Ele é uma inspiração para muitos de nós enquanto artista engajado. E quanto mais engajados menos alienados, logo mais politizados e menos partidários. Porque os partidos existem para servir os seus próprios interesses, tenham o nome de fascistas, comunistas e outros. Veja- se a China Maoista no Tibete. Veja-se os Yankis na América Latina nos anos 70 e 80, já para não falar de outras partes do mundo. O que autoritário não é democrático. E o mundo grita pelo quê? Silêncio, Amor consciente sem clichés de : Ai é só Amor e ninguém larga a mão de ninguém!" E quando bixo pega, nestes tempos ainda individualistas de status e efémera glória, quem fica e o que fica? QUE O NOSSO RISO SEJA SOLTO, LIVRE, CONSTRUTIVO, LIBERTADOR, EMANCIPADO. QUE POSSAMOS RIR-NOS JUNTOS DAS NOSSAS RESILIÊNCIAS!
A Piu
Brasil, 23/07/2019
Aline Miguel- artista carioca |
UMA JANELA PARA O LARGO- teatro lambe lambe- segredos oníricos para tod@s
Ontem foi assim. Nós sempre com amor! Amor é resistência e re existência. A poesia está na rua e em tudo o que nos focarmos. Observando. Escutando. Expressando. Sem invadir o espaço de ninguém. Convidando a se aproximar num posicionamento a partir do coração sem necessidades de ideologias e crenças limitantes. Dignificando a nossa arte, o nosso ofício, a nossa profissão. Valorizar a arte e o trabalho alheio é um ato de respeito e cidadania.
A Piu
Br, 22. Julho. 2019
#NOSSEMPRECOMAMOR
#teatrobalbuinas
instagram e facebook: Teatro Balbinas Beduinas
Br, 22. Julho. 2019
#NOSSEMPRECOMAMOR
#teatrobalbuinas
instagram e facebook: Teatro Balbinas Beduinas
Minas Gerais 19 a 21 de Julho de 2019
quarta-feira, 17 de julho de 2019
SE A POESIA ESTÁ NA RUA, A RUA É POESIA PORQUE PÚBLICA
" Uruboru" , dirigido por Judite da Silva Gameiro do Teatro Ka foi apresentado entre 2003 e 2010 em Festivais de Teatro de Rua em Portugal, Itália, França, Holanda e Alemanha. Este recorte de jornal data de 2005 em França no Festival de Teatro Chalon Sur Saone, contracenando com o grande ator francês Jean- Pierre Billaud, que partiu em 2015 nas asas do destino de todos nós. Enquanto isso, lotou praças em cima das suas andas / pernas de pau. Vida longa para todos os artistas de rua, sala, espaços alternativos. Que a sua arte possa tocar a todos.
A Piu
Br, 17/07/2019
Estreia no Festival de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira Portugal 2003 |
" Uruboru" Teatro Ka dir: Judite S. Gameiro Pintor: Jean Pierre Billaud Florista: Ana Piu |
terça-feira, 16 de julho de 2019
SOMOS TOD@S SUJEIT@S HISTÓRIC@S
Antes de tudo para vivermos em democracia precisamos de saber o que realmente é democracia. Liberdade de expressão, respeito por visões de mundo diversos, capacidade de conjugar esses mesmos pontos de vista para um bem estar social que abranja idealmente toda a população, respeito e igualdade pelo papel da mulher enquanto sujeito social, entre outros sujeitos socais considerados minorias, e por aí vai. Não esquecendo que a autonomia da mulher passa não só pelo financeiro, que é bastante importante, como pela sua realização pessoal que está naturalmente associada à auto estima. Passar isso às gerações seguintes, assim como transmitir factos históricos, que não são opiniões, são factos. Ter havido uma ditadura ou um holocausto não é uma questão de opinião se houve ou não houve. Aconteceu. Ponto. Agora se a pessoa concorda com as atrocidades que se cometem nesses períodos ou nem sequer estar informada sobre os contornos de tais atrocidades... Isso cabe a cada um e cada uma parar e comprometer-se a trabalhar a sua consciência do que é aceitável ou inaceitável. Invadir o espaço de outro ser vivo, humilhá-lo, difamá-lo, mal tratá-lo e ao limite tirar-lhe a vida é aceitável, independentemente da bandeira que erguemos? E se em vez de levantarmos bandeiras furiosamente cuidarmos do nosso jardinzinho interior? Escolhermos cuidadosamente o que pensamos, sentimos e expressamos? Escolher como nos relacionamos com o ' outro ' que somos também nós? Que desafio!!! Principalmente quando passamos séculos e séculos a focar num olhar patriarcal que é de guerra, combate, invasão, estupro, roubo, anexação? Quem estuda nas escolas sobre a história das mulheres? O que elas criaram? Como elas têm contribuído para o mundo, além de serem mães condicionadas à lógica acima descrita?
Se tem havido muitos avanços no último século, principalmente depois do sufrágio universal em que as mulheres podem votar assim como novas formas de controle de natalidade, pelo uso de contraceptivos, muito ainda há avançar diante de alguns aparentes retrocessos que se tem observado não só no Brasil, como em várias partes do mundo ocidental dito desenvolvido. Num sistema neo liberal onde o vínculo empregaticio é quase, se não totalmente, desprezado. A precarização do trabalho é efetiva.
Perder a nossa autonomia financeira, mesmo que momentaneamente, porque as leis trabalhistas neo liberais só enxergam o trabalhador e a trabalhadora como força de trabalho descartavel em que a sua doença. invalidez, gravidez ( gravidez não é doença) , maternidade, velhice não são da sua responsabilidade é uma violência que podemos chamar de simbólica, porque não é física.
Há uns dias atrás assisti a uns episódios na netflix : guerras do Brasil. com. Como estrangeira para mim é importante não só saber a história do Brasil, mas como ela é contada. Muito interessante os dois primeiros episódios com a fala do Krenak e outros sobre a chegada de "nós" portugueses e o que se fez com os povos indígenas e africanos. Sinto muito e só desejo que esse projeto de genocídio tenha fim o mais rápido possível. Mas qual não é o meu espanto que do penúltimo episódio há um salto de décadas!.... Passa-se de 1930, com a chegada do ditador populista Getúlio Vargas, para 1969 superficialmente e sem falar a fundo do Júlio Prestes e somente citá-lo também superficialmente. Da ditadura militar nada se fala e vai logo para os anos 1990 e 2000 sobre a guerra entre facções dentro e fora dos presídios entre si e com o Estado... Enfim, de algum modo está explicado todos este samba do criolo doido no Brasil em que parte da História é omitida, escondida, apagada. Quem não deve não teme nem treme. Então não se esconde ou pinta o rosto da História com talha dourada... Apareça, olhe nos olhos, assuma a sua humanidade! Isso nos mais pequenos detalhes da vida. Muitas vezes reproduzimos inaceitabilidades porque as mesmas foram naturalizadas. Termos a coragem de rirmos saudavelmente dos nossos vícios de comportamento é um caminho de cura individual e coletiva. E agora lá vai clichê, mas que é efetivo: " SÓ O AMOR CURA!"
E por falar nisso! Você conhece estas personalidades femininas brasileiras? Eu reconheci a psiquiatra Nise da Silveira e as atrizes Leila Diniz , aquela que veio abalar com as certezas e práticas libidinosas da época que se perpetuam até hoje, e a Cacilda Becker, aquela que um dia falou: "Não me peçam para oferecer a única coisa que tenho para vender!" Que é o quê? A sua arte cênica que é a sua profissão, o seu ofício. Pois é, ser atriz é uma profissão digna, que não precisa de passar pelo do teste do sofá nem do tapete. Requer muita dedicação e estudo. Assim como a arte da palhaçaria. Uma boa palhaça ou um bom palhaço sabe atuar em cena e isso trabalha-se. Ninguém nasce ensinado, como ninguém nasce a saber o que é democracia e liberdade de expressão sem ofender e invadir gratuitamente o(s) outro(s). Cabe a cada um e cada uma de nós dar continuidade a esse exercício ao invés de apontar dedos e enxergar os outros como rivais, inimigos. Ao final isso é uma grande infantilidade, porque somos todos espelhos uns dos outros. Se sorrirmos e rirmos para a vida, mesmo nos momentos mais precários logo desafiadores, será que esta retribui? ;)
Bom! Até ao próximo texto nesta página sobre palhaçaria feminina e relações abusivas!
Ana Piu
Br, 16/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209/
Se tem havido muitos avanços no último século, principalmente depois do sufrágio universal em que as mulheres podem votar assim como novas formas de controle de natalidade, pelo uso de contraceptivos, muito ainda há avançar diante de alguns aparentes retrocessos que se tem observado não só no Brasil, como em várias partes do mundo ocidental dito desenvolvido. Num sistema neo liberal onde o vínculo empregaticio é quase, se não totalmente, desprezado. A precarização do trabalho é efetiva.
Perder a nossa autonomia financeira, mesmo que momentaneamente, porque as leis trabalhistas neo liberais só enxergam o trabalhador e a trabalhadora como força de trabalho descartavel em que a sua doença. invalidez, gravidez ( gravidez não é doença) , maternidade, velhice não são da sua responsabilidade é uma violência que podemos chamar de simbólica, porque não é física.
Há uns dias atrás assisti a uns episódios na netflix : guerras do Brasil. com. Como estrangeira para mim é importante não só saber a história do Brasil, mas como ela é contada. Muito interessante os dois primeiros episódios com a fala do Krenak e outros sobre a chegada de "nós" portugueses e o que se fez com os povos indígenas e africanos. Sinto muito e só desejo que esse projeto de genocídio tenha fim o mais rápido possível. Mas qual não é o meu espanto que do penúltimo episódio há um salto de décadas!.... Passa-se de 1930, com a chegada do ditador populista Getúlio Vargas, para 1969 superficialmente e sem falar a fundo do Júlio Prestes e somente citá-lo também superficialmente. Da ditadura militar nada se fala e vai logo para os anos 1990 e 2000 sobre a guerra entre facções dentro e fora dos presídios entre si e com o Estado... Enfim, de algum modo está explicado todos este samba do criolo doido no Brasil em que parte da História é omitida, escondida, apagada. Quem não deve não teme nem treme. Então não se esconde ou pinta o rosto da História com talha dourada... Apareça, olhe nos olhos, assuma a sua humanidade! Isso nos mais pequenos detalhes da vida. Muitas vezes reproduzimos inaceitabilidades porque as mesmas foram naturalizadas. Termos a coragem de rirmos saudavelmente dos nossos vícios de comportamento é um caminho de cura individual e coletiva. E agora lá vai clichê, mas que é efetivo: " SÓ O AMOR CURA!"
E por falar nisso! Você conhece estas personalidades femininas brasileiras? Eu reconheci a psiquiatra Nise da Silveira e as atrizes Leila Diniz , aquela que veio abalar com as certezas e práticas libidinosas da época que se perpetuam até hoje, e a Cacilda Becker, aquela que um dia falou: "Não me peçam para oferecer a única coisa que tenho para vender!" Que é o quê? A sua arte cênica que é a sua profissão, o seu ofício. Pois é, ser atriz é uma profissão digna, que não precisa de passar pelo do teste do sofá nem do tapete. Requer muita dedicação e estudo. Assim como a arte da palhaçaria. Uma boa palhaça ou um bom palhaço sabe atuar em cena e isso trabalha-se. Ninguém nasce ensinado, como ninguém nasce a saber o que é democracia e liberdade de expressão sem ofender e invadir gratuitamente o(s) outro(s). Cabe a cada um e cada uma de nós dar continuidade a esse exercício ao invés de apontar dedos e enxergar os outros como rivais, inimigos. Ao final isso é uma grande infantilidade, porque somos todos espelhos uns dos outros. Se sorrirmos e rirmos para a vida, mesmo nos momentos mais precários logo desafiadores, será que esta retribui? ;)
Bom! Até ao próximo texto nesta página sobre palhaçaria feminina e relações abusivas!
Ana Piu
Br, 16/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209/
Você conhece a história destas mulheres brasileiras? © |
domingo, 14 de julho de 2019
HERMANAS E HERMANOS
" Hermanas,
Eu assumo, neste momento, a responsabilidade pela cura de minhas relações com todas as mulheres.
Peço perdão por cada momento que me movi em direção à competição, ao territorialismo, à agressividade passiva... e por cada momento em que respondi a isso tudo em desamor.
Peço perdão por cada vez que olhei nos olhos de outra mulher e não consegui ver que via somente a mim mesma... Caindo no julgamento, na crítica e no distanciamento.
Peço perdão por toda e qualquer traição de confiança e perdoo pela expectativa alheia.
Peço perdão pelas palavras ditas indevidamente que criaram desarmonia, intriga ou desavença.
Peço perdão por minha vitimização, pela falta de responsabilidade em minhas relações, pela falta de carinho e cuidado... Sinto muito, por ter sido em muitos momentos, o reflexo obscuro de mim mesma e muitas outras mulheres que encontrei em meu caminho. Sinto muito se a expressão de meu Ser, em algum momento, ter causado dor ou desconforto.
Eu perdoo... Por ter sido traída, julgada, maltratada, hostilizada e subjugada por tantas mulheres.
Perdoo as mulheres por ainda hoje criarem os futuros homens do patriarcado.
Perdoo por não ter sido acolhida em minhas fragilidades, por não ter sido aceita em minhas imperfeições e por não ter sido aceita em minha exuberância.
Perdoo, e peço perdão.
E aceito... Recebo minhas irmãs em meu ventre e meu coração... Me abro, e recebo. Me abro, e acolho. Enquanto faço da minha alma o palco de uma revolução de flores.
Sinto muito, me perdoe, obrigada e eu amo você.
Que as nossas armas e escudos sejam o amor, a união e o fortalecimento de nossa irmandade o matrístico que que nos salta, de dentro pra fora. "
Morena Cardoso
in: Mandala Lunar 2019
www.mandalalunar.com.br
instagram.com/mandalalunar
facebook.com/mandalalunar
No texto desta semana compartilhamos aqui iniciativas, reflexões de outras mulheres e homens inspirador@s. A Mandala lunar é uma agenda criada a várias mãos. Além de ser uma ótima agena com ilustrações belíssimas, tem vários textos, como o de cima, " convida você a perceber os ciclos da natureza e da Terra, da Lua e do seu próprio corpo.. (...) O mundo atual pede presença e união. É chegada a hora de agir com amor - a mais poderosa medicina- para desestruturar as forças desagregadoras e obsoletas e plantar sementes de um novo amanhã. Nessa caminhada, é importante que possamos nos apoiar, escutar, nutrir e cuidar." - in: Mandala lunar -
Nesta caminhada de sabermos quem somos e como lidamos com o que sentimos, compartilho ainda o trabalho inspirador da querida Raquel Anwar que convida também os homens a chegarem mais perto e junt@s transformar dor em amor.
" O ciclo vicioso do machismo -
Insta dos meninos: @italomazzonipsi @pedroratton O ciclo vicioso do machismos que meninos e homens vivem pode não ser tão gritante quanto às consequências que as mulheres sofrem com o machismo, mas sim... há perdas e dores nos dois lados. Dores e traumas diferentes, mas existe e não pode ser negado! Precisamos cuidar dos nossos meninos também, afinal são eles que aprendem que está tudo bem bater na coleguinha que gosta da escola, ou que chorar é sinônimo de fracasso e que ele tem que virar homem! Não pode se negar que a partir do momento que o menino entra neste ciclo vicioso ele perde algo que é fundamental para seu equilíbrio emocional: o contanto com suas emoções, ou seja: o contanto com o seu feminino. Site: www.raquelanwar.com Instagram: @raquel_anwar Fanpage: https://www.facebook.com/RaquelAnwar/
Parte 1 - https://youtu.be/hJ0kT7xzk8w
Parte 2 - https://youtu.be/TeapWQdd8GE
Parte 3 - https://youtu.be/g5Sibez81Wc
A Piu
Br, 14/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209/
Eu assumo, neste momento, a responsabilidade pela cura de minhas relações com todas as mulheres.
Peço perdão por cada momento que me movi em direção à competição, ao territorialismo, à agressividade passiva... e por cada momento em que respondi a isso tudo em desamor.
Peço perdão por cada vez que olhei nos olhos de outra mulher e não consegui ver que via somente a mim mesma... Caindo no julgamento, na crítica e no distanciamento.
Peço perdão por toda e qualquer traição de confiança e perdoo pela expectativa alheia.
Peço perdão pelas palavras ditas indevidamente que criaram desarmonia, intriga ou desavença.
Peço perdão por minha vitimização, pela falta de responsabilidade em minhas relações, pela falta de carinho e cuidado... Sinto muito, por ter sido em muitos momentos, o reflexo obscuro de mim mesma e muitas outras mulheres que encontrei em meu caminho. Sinto muito se a expressão de meu Ser, em algum momento, ter causado dor ou desconforto.
Eu perdoo... Por ter sido traída, julgada, maltratada, hostilizada e subjugada por tantas mulheres.
Perdoo as mulheres por ainda hoje criarem os futuros homens do patriarcado.
Perdoo por não ter sido acolhida em minhas fragilidades, por não ter sido aceita em minhas imperfeições e por não ter sido aceita em minha exuberância.
Perdoo, e peço perdão.
E aceito... Recebo minhas irmãs em meu ventre e meu coração... Me abro, e recebo. Me abro, e acolho. Enquanto faço da minha alma o palco de uma revolução de flores.
Sinto muito, me perdoe, obrigada e eu amo você.
Que as nossas armas e escudos sejam o amor, a união e o fortalecimento de nossa irmandade o matrístico que que nos salta, de dentro pra fora. "
Morena Cardoso
in: Mandala Lunar 2019
www.mandalalunar.com.br
instagram.com/mandalalunar
facebook.com/mandalalunar
No texto desta semana compartilhamos aqui iniciativas, reflexões de outras mulheres e homens inspirador@s. A Mandala lunar é uma agenda criada a várias mãos. Além de ser uma ótima agena com ilustrações belíssimas, tem vários textos, como o de cima, " convida você a perceber os ciclos da natureza e da Terra, da Lua e do seu próprio corpo.. (...) O mundo atual pede presença e união. É chegada a hora de agir com amor - a mais poderosa medicina- para desestruturar as forças desagregadoras e obsoletas e plantar sementes de um novo amanhã. Nessa caminhada, é importante que possamos nos apoiar, escutar, nutrir e cuidar." - in: Mandala lunar -
Nesta caminhada de sabermos quem somos e como lidamos com o que sentimos, compartilho ainda o trabalho inspirador da querida Raquel Anwar que convida também os homens a chegarem mais perto e junt@s transformar dor em amor.
" O ciclo vicioso do machismo -
Insta dos meninos: @italomazzonipsi @pedroratton O ciclo vicioso do machismos que meninos e homens vivem pode não ser tão gritante quanto às consequências que as mulheres sofrem com o machismo, mas sim... há perdas e dores nos dois lados. Dores e traumas diferentes, mas existe e não pode ser negado! Precisamos cuidar dos nossos meninos também, afinal são eles que aprendem que está tudo bem bater na coleguinha que gosta da escola, ou que chorar é sinônimo de fracasso e que ele tem que virar homem! Não pode se negar que a partir do momento que o menino entra neste ciclo vicioso ele perde algo que é fundamental para seu equilíbrio emocional: o contanto com suas emoções, ou seja: o contanto com o seu feminino. Site: www.raquelanwar.com Instagram: @raquel_anwar Fanpage: https://www.facebook.com/RaquelAnwar/
Parte 1 - https://youtu.be/hJ0kT7xzk8w
Parte 2 - https://youtu.be/TeapWQdd8GE
Parte 3 - https://youtu.be/g5Sibez81Wc
Abraços, beijos e abreijos e até ao próximo texto!
A Piu
Br, 14/07/2019
Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209/
terça-feira, 9 de julho de 2019
MEMÓRIAS COLORIDAS E A PRETO E BRANCO DA POLÓNIA DOS ANOS 90
Não sei por acaso ou não começo a escrever sobre a chegada a Varsóvia enquanto no you tube o Caetano canta Sampa. Por incrível que pareça, o que até pode até parecer estranho, São Paulo com todas as suas bizarrarias e friezas é uma cidade onde as pessoas sorriem e consoante a forma como nos relacionamos e com quem nos relacionamos, por vezes até nos esquecemos que estamos naquela selva de pedra.
Depois duma breve passagem por Pilsen, na atual República Checa onde nos hospedamos no anexo independente duma casa duma senhora super simpática e atenciosa que nos levava logo pela manhã um saboroso pequeno almoço/ café da manhã por uma quantia irreal, o que era uma festa para aquelas estudantes que viajavam com algumas economias básicas. Ainda não se falava de hostel nem de airbnb. Visitamos assim a cidade da cerveja pilsen e dos emblemáticos e coloridos carros da skoda. Já dá para ver que fazíamos uma espécie de visita de estudo com baladinha. Ihihih
Chegar à Polónia, leio à distância, que foi mesmo uma prova dos nove se realmente queríamos ali ir e ali estar e fazer o que nos tínhamos proposto. O Xico já tinha avisado que depois de Berlim voltaria para Lisboa ou até mesmo antes. Mas nós os três estávamos dispostos a visitar o campo de concentração de Auschwitz. A primeira paragem seria Carcóvia. Como viajámos durante a noite adormecemos e às 7/8 da manhã estávamos em Varsóvia. A carruagem vazia, o comboio/ trem a andar. O Xico ainda deu um salto à para quedista e eu o Tiaguini a entrar para dentro dum túnel. achamos que iríamos direto para a garagem. Não! Fomos ter aos subúrbios de Varsóvia, onde massas de pessoas caminhavam em sentidos únicos. O ambiente era cinza, pesado. Tentamos pedir informações em inglês e francês. Inglório. Nunca me senti tão turistona ocidental colorida como naquela situação. Eu que passara a vida inteirinha na Península Ibérica, entre Portugal e Espanha, e a primeira vez que fui a França fora no ano anterior para apresentar num festival de teatro estudantil curiosamente " Os Possessos" do Dostoievski encenado por uma polaca/ polonesa que adorava cueca cuela e o ocidente.
Conseguimos voltar a Varsóvia e encontrar, após várias peripécias, o nosso amigo Xico. Ah! Mas queríamos ligar para casa para informar que estava tudo a correr sobre rodas! Em 1992 até já deveria haver aparelhos eletrónicos, mas a maioria não os tinha. Eu fui ter em 98. Ligavamos de cabines telefónicas/ orelhões ou dos correios. Este gesto que aqui mostro foi o gesto que fiz para perguntar onde havia um telefone público em Varsóvia. " Telephono", " Telefone" " Tel fonne". Nada. Nem o gesto... Deram-me um cigarro. Pena que não tinham um cachimbo igual ao do gesto ou um charuto havana. Bom acho que foi o blá blá que salvou. Não lembro.
Descemos finalmente para Cracóvia e depois para Auschwitz. É uma redundância dizer que essa visita foi a mais marcante e pesada da viagem. Se muitos não sabem o que é um campo de concentração, seja nazi ou não, urge informarem-se. Aqui no Brasil é muito urgente o cidadão comum informar-se sobre tudo isso. O que é comunismo, fascismo, etc. Ah! E hoje é feriado no Estado de São Paulo ao movimento contra a ditadura de Getúlio Vargas realizada pelos paulistas em 1932. Conhecermos a História é um ato de cidadania consciente para que não defendamos princípios, ideias e pessoas que seguem o caminho da mediocridade e ao limite da boçalidade nefasta. O Jair Coisinho é um medíocre e quem o ainda defende, não porque acredita nele mas por orgulho ferido de ter apostado no cavalo errado só para não dar um voto ao PT, precisa de escutar o seu coração, abri-lo para desejar felicidade a todos os seres e que estes se libertem do seu sofrimento e do sofrimento que causam aos outros e ao meio ambiente.
Em Auschwitz tive um piripaque - adoro esta palavra que aprendi no Brasil, soa a onomatopeia de desenho animado. E que piripaque foi esse? Na época eu tinha o cabelo muito curto. O nariz e os olhos de sempre. Claro! Revi-me nas fotos das prisioneiras. Eu tenho rosto de judia e também entre polacos/ poloneses perguntam se sou uma deles. Mas nesse campo não estiveram só judeus. Estiveram ciganos, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e défices mentais, todos os que se opunham ao nazismo, nomeadamente alemães. Por isso, muita atenção quando se fala, como já escutei, que todos os alemães são nazis....Também há que estarmos atentos ao lobby judeu, cujo respeito nutro pelas vitimas e todos que contribuem para a Humanidade, que só fala deles próprios como vitimas do Holocausto e que até hoje são cometidas atrocidades na Palestina com o povo que já lá vivia, em que muitos são árabes.
Bom, depois da Polónia seguimos para Berlim onde ainda vimos pedaços de muro, mas desta vez eu ainda me alojei na parte oeste. Nos anos seguintes conheceria Berlim leste que ainda estava assarapantado com o capitalismo. Numa dúvida existencial se afinal tinha sido uma boa escolha ou não. Qual o preço da liberdade? Esse é o próximo texto para quem gosta de ler e compartilhar a sua escrita nestes tempos de rapidez e imagem.
A Piu
Br, 09/07/2019
Depois duma breve passagem por Pilsen, na atual República Checa onde nos hospedamos no anexo independente duma casa duma senhora super simpática e atenciosa que nos levava logo pela manhã um saboroso pequeno almoço/ café da manhã por uma quantia irreal, o que era uma festa para aquelas estudantes que viajavam com algumas economias básicas. Ainda não se falava de hostel nem de airbnb. Visitamos assim a cidade da cerveja pilsen e dos emblemáticos e coloridos carros da skoda. Já dá para ver que fazíamos uma espécie de visita de estudo com baladinha. Ihihih
Chegar à Polónia, leio à distância, que foi mesmo uma prova dos nove se realmente queríamos ali ir e ali estar e fazer o que nos tínhamos proposto. O Xico já tinha avisado que depois de Berlim voltaria para Lisboa ou até mesmo antes. Mas nós os três estávamos dispostos a visitar o campo de concentração de Auschwitz. A primeira paragem seria Carcóvia. Como viajámos durante a noite adormecemos e às 7/8 da manhã estávamos em Varsóvia. A carruagem vazia, o comboio/ trem a andar. O Xico ainda deu um salto à para quedista e eu o Tiaguini a entrar para dentro dum túnel. achamos que iríamos direto para a garagem. Não! Fomos ter aos subúrbios de Varsóvia, onde massas de pessoas caminhavam em sentidos únicos. O ambiente era cinza, pesado. Tentamos pedir informações em inglês e francês. Inglório. Nunca me senti tão turistona ocidental colorida como naquela situação. Eu que passara a vida inteirinha na Península Ibérica, entre Portugal e Espanha, e a primeira vez que fui a França fora no ano anterior para apresentar num festival de teatro estudantil curiosamente " Os Possessos" do Dostoievski encenado por uma polaca/ polonesa que adorava cueca cuela e o ocidente.
Conseguimos voltar a Varsóvia e encontrar, após várias peripécias, o nosso amigo Xico. Ah! Mas queríamos ligar para casa para informar que estava tudo a correr sobre rodas! Em 1992 até já deveria haver aparelhos eletrónicos, mas a maioria não os tinha. Eu fui ter em 98. Ligavamos de cabines telefónicas/ orelhões ou dos correios. Este gesto que aqui mostro foi o gesto que fiz para perguntar onde havia um telefone público em Varsóvia. " Telephono", " Telefone" " Tel fonne". Nada. Nem o gesto... Deram-me um cigarro. Pena que não tinham um cachimbo igual ao do gesto ou um charuto havana. Bom acho que foi o blá blá que salvou. Não lembro.
Descemos finalmente para Cracóvia e depois para Auschwitz. É uma redundância dizer que essa visita foi a mais marcante e pesada da viagem. Se muitos não sabem o que é um campo de concentração, seja nazi ou não, urge informarem-se. Aqui no Brasil é muito urgente o cidadão comum informar-se sobre tudo isso. O que é comunismo, fascismo, etc. Ah! E hoje é feriado no Estado de São Paulo ao movimento contra a ditadura de Getúlio Vargas realizada pelos paulistas em 1932. Conhecermos a História é um ato de cidadania consciente para que não defendamos princípios, ideias e pessoas que seguem o caminho da mediocridade e ao limite da boçalidade nefasta. O Jair Coisinho é um medíocre e quem o ainda defende, não porque acredita nele mas por orgulho ferido de ter apostado no cavalo errado só para não dar um voto ao PT, precisa de escutar o seu coração, abri-lo para desejar felicidade a todos os seres e que estes se libertem do seu sofrimento e do sofrimento que causam aos outros e ao meio ambiente.
Em Auschwitz tive um piripaque - adoro esta palavra que aprendi no Brasil, soa a onomatopeia de desenho animado. E que piripaque foi esse? Na época eu tinha o cabelo muito curto. O nariz e os olhos de sempre. Claro! Revi-me nas fotos das prisioneiras. Eu tenho rosto de judia e também entre polacos/ poloneses perguntam se sou uma deles. Mas nesse campo não estiveram só judeus. Estiveram ciganos, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e défices mentais, todos os que se opunham ao nazismo, nomeadamente alemães. Por isso, muita atenção quando se fala, como já escutei, que todos os alemães são nazis....Também há que estarmos atentos ao lobby judeu, cujo respeito nutro pelas vitimas e todos que contribuem para a Humanidade, que só fala deles próprios como vitimas do Holocausto e que até hoje são cometidas atrocidades na Palestina com o povo que já lá vivia, em que muitos são árabes.
Bom, depois da Polónia seguimos para Berlim onde ainda vimos pedaços de muro, mas desta vez eu ainda me alojei na parte oeste. Nos anos seguintes conheceria Berlim leste que ainda estava assarapantado com o capitalismo. Numa dúvida existencial se afinal tinha sido uma boa escolha ou não. Qual o preço da liberdade? Esse é o próximo texto para quem gosta de ler e compartilhar a sua escrita nestes tempos de rapidez e imagem.
A Piu
Br, 09/07/2019
Hello! Salut! Tele phone? Tele fono! Telephen! |
Cigarro? Só se for um havana com sabor a banana! |
segunda-feira, 8 de julho de 2019
PRAGA PRAHAHAHA
domingo, 7 de julho de 2019
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE UM ABRAÇO ECO LÓGICO
" What Else Mag Cultura Arte-Pop Art" Andy-Warhol |
Naquele Agosto de 1991 a primeira cidade que paramos para ficar, após vários dias de comboio/ trem, foi Budapeste. Era incrível perceber a riqueza e o desenvolvimento de cada país através da qualidade e conforto das carruagens. Portugal era aquela zoeira. Por vezes parecia que estávamos na segunda grande guerra. Um monte de rapazotes fardados que cumpriam o serviço militar, mais um monte de gente com um monte de cacarecos que parecia que saíam às pressas da sua casa. Bom, em Espanha a coisa melhorou um pouco. Mas quando chegamos em França, ao norte glamouroso da Itália, que nada tem a ver com o sul, e a Áustria ali sim era a Europa que todos sonhavam; cheia de conforto, instâncias balneares de perder o fôlego. Se não passamos por Cannes andamos lá perto. Mas era o estilo, mas visto da janela da carruagem. O destino era Budapeste.
Eu já tinha bebido coca cola. Claro! Quem nunca! Bom, até 1974 em Portugal não entrava essa água barrenta do imperialismo norte americano. Penso que era proibido. Assim, como nesses países do Leste Europeu até 1989. Quando lá chegamos em 91!!!! Caramba, parecia que estávamos a entrar num filme do Tarantino ou do David Lynch. Nós que vínhamos da terra das bifanas, dos pregos, das sandes de molho e das sopas como comida rápida era só os burgueres e as fritas em estilo "amaricano"! Estavam entregues. O muro caiu, a Perestroika abriu as portas e lá vai " american way of life" para o Leste. Assim os "amaricanos" ganharam com estilo a guerra fria. Não foi só assim, mas o consumismo é onde pega as pessoas. Termos consciência do que consumimos é transformador. E não falo só de como nos alimentamos com comida! Podemos ser vegetarianos, veganos, macrobióticos e nos alimentarmos de pensamentos, sentimentos e ações negativas.
A grande maioria das pessoas ainda quer ter, consumir. É compreensível que a pessoa que nunca teve acesso a nada ou quase nada queira experimentar. Queira ter aqueles sapatos, aquele boné, aquela tecnologia topo de gama como vê nos clipes de música. Aquele carro branco com mulheres em cima dele de peito e nádegas fartas, como se fosse também um produto de consumo. Se formos observar bem, num contexto onde o consumo é exacerbado a mulher, assim como o homem, são aquisições momentâneas e descartáveis.
Então, o que o PT - Partido dos Trabalhadores - no Brasil fez foi tirar muita gente do limiar da miséria. Estas não se tornaram ricas, "só" saíram de miséria. Criou Pontos de Cultura, democratizou uma série de coisas nomeadamente a educação. O PT também abraçou o discurso de país emergente, enquanto o resto do mundo ocidental estava em mãos com a especulação imobiliária, taxa alta de desemprego, pessoas nos EUA morando nos carros por não terem como pagar as suas dívidas E o Brasil era emergente. Porquê? As multinacionais e os bancos estavam de olho num dos países mais ricos do mundo, com tecnologia avançada e uma série de recursos naturais. O PT também vendeu a floresta amazônica e também delegou aos ivan bélicos o trabalho que eles deveriam ter feito entre a população, nomeadamente nas periferias. Desmobilizou movimentos sociais. Não abriu mão da corrida ao poder nas últimas eleições. Porque não fez uma coligação? Ou mesmo sem coligação e deu foco em alguém que fizesse frente aquele Coiso?
Agora lá vai bufonada: a classe mérdia não suporta que a maioria da população saia da mérdia, porque querem ser os tais. Os que viajam para a Europa ou para Disney e Miami e comem tomate seco e uma boa posta de carne. E ainda alegam que a escola pública não é boa e eles andaram em escolas distintas, diferenciadas. Essa lógica é mesquinha, mas quando escutamos o que tem para dizer sobre a história do Brasil, as conjunturas sócio económicas e politicas nacionais e internacionais... A pessoa só se pergunta: por onde viajaram e que escolas são essas? Devem ser aulas transmitidas pela Globo.
Enfim, a mudança está na forma consciente do nosso consumo e qual o lixo que produzimos e damos foco. Se estamos sempre a compartilhar coisas negativas para provar que o mundo está errado, talvez não saímos do mesmo lugar. Começar por nós a cultivar mais leveza, cultura da paz, caminhos possíveis de ação como as coisas fixes legais que já se fazem: hortas comunitárias, bancos de tempo, ações culturais e artísticas. Enfim estarmos mais presentes no nosso presente e também contemplar mais, observar mais quem está na nossa frente e que nem nos demos conta por estarmos ininterruptamente na frente do telemóvel, do celular. Esse objeto da democracia capitalista que pode e dever ser usado a nosso favor e não contra nós. Nada como sermos gente de carne e osso, onde os olhos são o espelho da alma. E assim os equivocos, os mal entendidos e acontecimentos fakes virtuais se dissolvam num abraço com a vida.
A Piu
B'Olhão Geralzen Bêerre 06/07/2019
sexta-feira, 5 de julho de 2019
ISTO NÃO É UM CACHIMBO COMO ISTO É O QUE NÃO É MAS É - este texto é longo, pense antes de dispender o seu tempo
Como quase iniciante das práticas meditativas e seus ensinamentos dentro duma linha budista tibetana, muitas vezes pego-me a pensar: " Será que a irreverência não cabe na reverência à vida? "
Bom, se seguimos esses ou outros ensinamentos que nos levem a estarmos cientes de quem nós somos tudo é possível de ser verbalizado, dentro da prática do silenciamento da mente. A questão não é nos omitirmos e sim como expressamos o que pensamos. Não sei se pensar dá muito trabalho. É uma prática como outra qualquer. Pensar pela nossa própria cabeça mais do que ser trabalhoso é um ato de coragem. Porquê um ato de coragem? Porque assumirmos quem nós somos, com as nossas sombras e claridades, é audaz.
Vamos ao que interessa para quem não se importa de ler até ao fim, e que ao invés de afirmar que é confuso e longo o texto, coloca o seu ponto de vista, questiona e pergunta o que não entende.
Antes de tudo, este texto não pretende ter uma escrita nem seguir uma lógica acadêmica nem ideológica. Então, quem bater pala cegamente ao academicismo e aos ismos pode ir beber um choppe sem alcóol, pois não pretendo que ninguém se sinta fora do estar a gosto.
Primeiramente, o comunismo acabou faz muito tempo. Talvez nunca tenha existido de facto como se propunha. Ou talvez a sua proposta ditatorial não era um vislumbre dos utópicos. Desde o stalinismo que o comunismo virou algo autoritário e totalitário, configurando-se de igual modo ou pior aos negros anos do domínio alemão.
Nesta foto aí minha, com os meus 17 anos e um ano antes de viajar de mochilão com uns amigos pela Europa de Leste para constatar a queda do regime komuna e o seu muro de Berlin, o meu olhar é de alguém que está a começar a vida que já estava aí. Antes de nós sermos o mundo já existia e se renovava e se repetia e se reinventava.
Como sou jovem há já algum tempo, mas não tanto como o Tom Zé e o Mick Jagger, em 1991 constatei com o Tiago e com o Xico que a Hungria, Ex Tchecoslováquia, Polónia e Alemanha estavam entregues ao consumismo, logo ao capitalismo. O PT comunista? Democratizou entre o povão o cartão de crédito!!!! Mais consumista e capitalista que isto não há!!!
Como europeia, que não me faz mais nem menos que ninguém, vivi na Europa até 2011. Em 2012 passei a morar no Brasil. Alguém vir falar do perigo do comunismo a esta altura do campeonato causa-me surpresa e até alguma preguiça. Não é legal ter preguiça, principalmente para quem está aberto para dialogar. Agora quem faz da sua ignorância arrogância eu vou meditar para quebrar com as estruturas cármicas que trago dentro de mim e tornar-me uma libertária om de verdade sem sarcasmo nem chute nas mesas e cadeiras. Ihihih Embora a ironia seja uma ótima ferramenta de humor, desde que usada com intenção de beneficiar verdadeiramente todos os seres do reino animal, vegetal e mineral. Sim, porque também há quem se use de nobres causas mas com raiva e juízos de valor. Isso é também uma questão a ser trabalhada. De que vale levantarmos bandeiras de nobres causas se não somos honestos e sinceros para com nós mesmos? Se é para meter alguém no barulho que seja para meter os outros ao barulho do nosso silêncio. VITÓRIA AO AMOR E AO DISCERNIMENTO! VITÓRIA AO AMOR COM DISCERNIMENTO!
A Piu
B'Olhão Geralzen Bêerre 06/07/2019
Bom, se seguimos esses ou outros ensinamentos que nos levem a estarmos cientes de quem nós somos tudo é possível de ser verbalizado, dentro da prática do silenciamento da mente. A questão não é nos omitirmos e sim como expressamos o que pensamos. Não sei se pensar dá muito trabalho. É uma prática como outra qualquer. Pensar pela nossa própria cabeça mais do que ser trabalhoso é um ato de coragem. Porquê um ato de coragem? Porque assumirmos quem nós somos, com as nossas sombras e claridades, é audaz.
Vamos ao que interessa para quem não se importa de ler até ao fim, e que ao invés de afirmar que é confuso e longo o texto, coloca o seu ponto de vista, questiona e pergunta o que não entende.
Antes de tudo, este texto não pretende ter uma escrita nem seguir uma lógica acadêmica nem ideológica. Então, quem bater pala cegamente ao academicismo e aos ismos pode ir beber um choppe sem alcóol, pois não pretendo que ninguém se sinta fora do estar a gosto.
Primeiramente, o comunismo acabou faz muito tempo. Talvez nunca tenha existido de facto como se propunha. Ou talvez a sua proposta ditatorial não era um vislumbre dos utópicos. Desde o stalinismo que o comunismo virou algo autoritário e totalitário, configurando-se de igual modo ou pior aos negros anos do domínio alemão.
Nesta foto aí minha, com os meus 17 anos e um ano antes de viajar de mochilão com uns amigos pela Europa de Leste para constatar a queda do regime komuna e o seu muro de Berlin, o meu olhar é de alguém que está a começar a vida que já estava aí. Antes de nós sermos o mundo já existia e se renovava e se repetia e se reinventava.
Como sou jovem há já algum tempo, mas não tanto como o Tom Zé e o Mick Jagger, em 1991 constatei com o Tiago e com o Xico que a Hungria, Ex Tchecoslováquia, Polónia e Alemanha estavam entregues ao consumismo, logo ao capitalismo. O PT comunista? Democratizou entre o povão o cartão de crédito!!!! Mais consumista e capitalista que isto não há!!!
Como europeia, que não me faz mais nem menos que ninguém, vivi na Europa até 2011. Em 2012 passei a morar no Brasil. Alguém vir falar do perigo do comunismo a esta altura do campeonato causa-me surpresa e até alguma preguiça. Não é legal ter preguiça, principalmente para quem está aberto para dialogar. Agora quem faz da sua ignorância arrogância eu vou meditar para quebrar com as estruturas cármicas que trago dentro de mim e tornar-me uma libertária om de verdade sem sarcasmo nem chute nas mesas e cadeiras. Ihihih Embora a ironia seja uma ótima ferramenta de humor, desde que usada com intenção de beneficiar verdadeiramente todos os seres do reino animal, vegetal e mineral. Sim, porque também há quem se use de nobres causas mas com raiva e juízos de valor. Isso é também uma questão a ser trabalhada. De que vale levantarmos bandeiras de nobres causas se não somos honestos e sinceros para com nós mesmos? Se é para meter alguém no barulho que seja para meter os outros ao barulho do nosso silêncio. VITÓRIA AO AMOR E AO DISCERNIMENTO! VITÓRIA AO AMOR COM DISCERNIMENTO!
A Piu
B'Olhão Geralzen Bêerre 06/07/2019
Anita ainda é isso aqui? |
Isto não é um cachimbo, mas é! |
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