Todas
as cartas de amor são ridículas escrevia um sujeito que se chamava
Pessoa que escrevia cartas de amor. Esse sujeito, que se chamava Pessoa e
que escrevia cartas de amor apesar de as achar ridículas, viveu
num tempo ridículo, uma vida ridícula, num país ridículo. Ser ridículo
tem a sua graça. Uma dose de vulnerabilidade oferece emoção, humanismo
no caso dos seres serem bípedes e de se comunicarem. Todavia, depende da
ridiculite. Há ridiculitude cuja a inocência, a ingenuidade são
tocantes. Porém a ridiculitude pode assumir contornos para lá do
ridículo, quando se assola uma cegueira, uma surdez que incapacita que o
fluxo espiramidal flua. Lidar com o amor é uma grande dificuldade, pois
lidar com a vulnerabilidades e a ridiculitudes é um caso muito sério!
Fluirmos espiramidalmente é uma emboscada! Uma vida, diria! A
transcendência da fluição espiramidal faz com que nos exponhamos aos
nossos mais profundos sentimentos e isso!!!... Assusta! Demonstrar amor
por quem amamos ou gostaríamos de amar mais profundamente coloca-nos num
lugar de fluidez espiramidal que nos leva ao receio do afogamento.
Cultivar o amor ou "pelo menos" a disponibilidade para aquele que é
diferente das nossas "crenças", "inquietações" e "desejos" é dupla,
tripla, quadruplamente assustador! E porquê? Porque morremos de medo de
sermos dilacerados nas nossas mais profundas convicções. Recusamos subir
a escada, pois receamos não voltar. Só ignoramos uma coisa que lá em
cima existe, no cima dessa escada que flui espiramidalmente , um céu
imenso. Um espaço sideral imensurável. E que!... Ao descobrimos tal
descoberta já não queremos voltar para trás. Bom, mas como quase tudo na
vida essa emboscada, essa aventura, esse empreendimento dá trabalho.
Requer dedicação. Mas sendo de uma fluidez espiramidal é só uma questão
de disponibilidade.
Partida, lagarta, fugidaaaaaaa....
a Piu
Br, 28 de Fev. 2013
Partida, lagarta, fugidaaaaaaa....
a Piu
Br, 28 de Fev. 2013
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