entre a vegetação. A
mulher tem de abrir caminho. Só tem as mãos para o fazer. Arranja mil e
uma distracções para não arregaçar as mangas. O caminho está na frente.
Voltar para trás? Porquê voltar para trás? As pernas fraquejam, mas não
caem totalmente. Abre os olhos. Fixa um ponto. Mantêm o equilíbrio. Cai
no chão. Sentirem pena, não. Levanta-se devagarinho. Restabelece-se.
Vira uma página, vira outra. Lança mãos, pés, tronco ao caminho. Não
olha para trás. Olha para os lados, para a frente. Mas para trás não. E
num impulso dá um salto erguendo o peito como se duas molas os pés
tivessem. Tenta agarrar uma nuvem. Cai e repõe-se. Percebe que uma nuvem
se esvai entre as mãos. Fixa o olhar num troco de uma árvore de grossas
raízes e záááásssss! Nunca mais pára! De galho em galho de árvore em
árvore sempre se lançando no espaço e de olhar fixo no horizonte.
A piU
Br, 23.08.2012
A piU
Br, 23.08.2012
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