Aqui temos uma adolescente, como outra qualquer, no ano da graça do setor do anos 80. 89, um ano quase quase como outro qualquer, mas não.
Reparem na golinha da bluseta: preta com contorno vermelho. Uns dirão: " Ah são as cores da bandeira anti fascista!" Ok, pode ser, mas a garota das argolas grandes não a vestiu com esse propósito embora aquele adesivo, auto colante, amarelo com um sol smile ' armas nucleares não obrigado' fizesse parte do visu da sua mala escolar. Já o seu sorriso é uma tentativa de driblar as fotos burocráticas, o que pode transmitir um " Ah tá! Então é isso!"
Na noite de 9 para 10 de novembro de 1989 o Muro de Berlim cai, dando início ao fim da guerra fria. Se está acabou ou não já é uma outra história. Para uns parece que o Muro ainda lá está e em terras brasileiras uns ainda enaltecem a União Soviética como um exemplo de regime a seguir. A garota de 16 anos continua a ir a Festa do Avante, promovida pelo partido comunista português, nos anos seguintes mas fica ainda mais atenta a propaganda política e a omissão do que foi realmente aquele regime totalitário e assassino. É agradável tomar conhecimento disso? Não, não é. Muitxs viram as suas ideologias e certezas ruir. Mas um regime totalitário, logo militarizado, que se apropria de princípios igualitários é como os que defendem o porte de armas em nome de Jesus.
Hoje a garota que não tem mais 16 anos, naturalmente, comemora a queda do Muro de Berlim e o fim desse totalitarismo. Não comemora a vitória do capitalismo selvagem e o consumismo desenfreado. De jeito nenhum maneira!!! Comemora as pessoas terem liberdade de expressão e circulação e de não serem perseguidas, torturadas e mandadas para os campos de trabalhos forçados na Sibéria ou serem mortas.
Esse regime Soviético é farinha do mesmo saco do fascismo e do capitalismo só muda, aparentemente, o sistema econômico. Mas a oligarquia e os privilegiados também existem. É que há uns mais iguais que outros, pois pois. E quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte, ora pois! Morreram as vacas e ficaram os bois.
Hoje, com todos os desafios que é viver e enfrentar o neo liberalismo existem vários movimentos individuais e coletivos onde a pauta do dia é o auto conhecimento, consumo e alimentação consciente e formas mais saudáveis de nos relacionarmos. Se é uma utopia ou não cada um deverá fazer a sua parte na prática o resto é conversa, despotismo e seguidismo sem escuta, nem observação e reflexão.
Há quem diga que a religião é o ópio do povo... Basta saber o que se entende por religião e espiritualidade. Não serão as instituições, sejam religiosas ou políticas, o ópio do povo assim como o materialismo que escarnece do que não é palpável, visível? Até a vista social clube! Até ao próximo texto!
Viva a liberdade e a democracia!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário