sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

A CURA DE NÓS #eumeamo #eumecuido #eudecido





" Quem entre nós, meus amigos, nunca usou transar como uma forma de aumentar nossa auto-estima? (...) Também usei sexo e a afeição de uma mulher como uma forma de amenizar minhas inseguranças e como unguento para minhas feridas de auto-rejeição. Em outras palavras, acho que as ações de Jared e Jacob estão em um continuum com minhas próprias atitudes e ações, o que me faz hesitar em me juntar ao apedrejamento público que parece estar em curso (...) O desenlace que gostaria de ver é de cura, tanto dos dois homens como das mulheres e da comunidade maior que machucaram. Muitas das pessoas que comentam no blog que expôs o caso acreditam que os dois homens apenas passaram a se sentir mal porque foram pegos. Mas talvez eles quisessem inconscientemente ser pegos.(...) Pessoalmente, eu gostaria de ver algo como uma comissão da verdade e da reconciliação surgir desse incidente. Eu gostaria de ver os homens confrontados por aquelas a quem fizeram mal e realmente ouvir como foi para essas mulheres ser humilhada, como foi para suas famílias e para a comunidade. Ser pego traz arrependimento. Mas somente sentir plenamente o impacto [das ações] de um sobre o outro é que traz remorso. E do remorso surge a possibilidade de cura. A sociedade está ficando ciente do estrago feito pelo patriarcado sobre as mulheres — da opressão econômica à violência doméstica, tráfico sexual, estupro e mutilação genital. Mas o patriarcado também arruina os homens. Muitos de nós cresceu em uma história cultural tóxica do que seja ser homem. Quando as mulheres são transformadas em objetos e o sexo é feito artificialmente escasso (tudo se torna escasso quando sujeito ao pensamento de propriedade), então, é evidente que os homens ficarão inseguros. (...) Tragicamente, o comportamento dominante, controlador e abusivo adotado por homens inseguros e estragados pelo patriarcado não satisfaz suas necessidades. Eles desviam a necessidade de intimidade para o sexo, desviam a necessidade de aceitação incondicional para o controle. Por isso, não importa o quanto transem, não importa quantas mulheres dominem, nunca será suficiente. Sempre precisarão aumentar a dose, elevar a degradação da mulher a novos níveis. E mesmo assim não será suficiente. (...) Eu gostaria de ver homens como Jared e Jacob em um círculo de homens que os oferecesse uma história do sagrado masculino em um mundo pós-patriarcal. Nesse mundo, um homem não domina nem abusa da mulher, mas busca protegê-la, apreciá-la, agradá-la, ser inabalável para ela, fazê-la rir, trazê-la presentes e, como em uma dança de salão, sentir para onde ela quer ir e convidá-la para lá com clareza e confiança. Ele coloca suas qualidades de linearidade, capacidade de decisão, humor, calma, solidez, direção, força, persistência, generosidade, mobilidade e assertividade a serviço da dança. Ofereço isso como uma descrição parcial do que um sagrado masculino possa ser, vivendo em diferentes graus dentro tanto de homens e como de mulheres (...) Eles não ficam impressionados com histórias de conquista sexual. Eles não ficam impressionados com fraqueza mascarada de força. Eles não ficam impressionados com insegurança expressa como dominância. Eles diriam, “Seja homem!”. Estou esperando muito? Imaginar esses dois chegando em um círculo de irmãos para cultivá-los em uma nova História da Masculinidade? (...)"
Charles Eisenstein é professor, palestrante e escritor especializado em temas que envolvem civilização, o inconsciente, dinheiro e evolução da cultura humana.
Misoginia e a cura do masculino http://www.justificando.com/…/misoginia-e-a-cura-do-mascul…/
Dando continuidade à escuta do que os homens tem para falar sobre misoginia, sexismo, machismo e cura do masculino compartilha-se aqui parte dum texto do Charles Eisenstein sobre um caso de dois homens que foram chamados ao lugar por terem um blog misógino.
Antes de tudo é reconfortante saber que existem homens como o Charles que tem A CORAGEM DE ASSUMIR QUE TODOS TÊM UM POUCO OU UM TANTO OU ATÉ MUITO DE MISOGINIA E MACHISMO. A questão é a pessoa tomar consciência que há milhares de anos, que não é um ou dois mas em torno de nove mil quando a caça começou a ser um modo de subsistência. Isso ainda é um outro texto e não há vida para ler mantas de texto em redes sociais, mas tem que haver vida para parar um pouquinho para refletir para decidirmos como nos queremos relacionar e com quem. Qual a qualidade qualitativa da vida dos sujeitos envolvidos nas tramas da relação que não precisa de ser uma ralação. Quando a coisa rala é sinal que precisa duma pausa com várias inspirações e expirações para que não haja piração.
A ESCOLHA DA MULHER É IMPORTANTE, KAMARADAS, KOMPANHEIROS, AMIGOS. Um " bom" machichi acha que ainda pode decidir e até boicotar as escolhas da mulher!!!!! Por vezes até acredita que pode formar um concilio entre amigos e familares para decidir as escolhas amorosas da mulher! Granda viagem na maionese! Estamos em que ano? Mais um pouquinho e já 2020!!!
Ah e também respirar de alivio por saber que há homens que já estão a fazer a sua parte para que outros seres viventes se possam contagiar e podermos respirar com mais ar. A História está em curso e depararmos-nos com um bom cafageste que muitas vezes faz pela calada e não tem bolinhas, vulgus colhonis, para assumir a porcalheira que realizou e/ou que tem vindo a realizar e pedir desculpa leva outros homens a perceberem que não querem ser mais uns cafagestes ou serem confundidos com aqueles que só pensam com a cabecinha de baixo como se isso lhes desse algum status e pudesse ser colocado no curriculo lattes. Até pode dar mas dentro duma lógica cafageste. E quem quer ser ou continuar a ser cafageste? Ninguém, não é mesmo?  
Aliás, assim, só para terminar, os homens atentos, sensíveis, que cultivam o auto cuidado e cuidado pelo próximo não necessitam de rivalizar com ninguém. Nem cabe. Além de não ser nada atraente, muito menos sexy, no meu ponto de vista claro! Quando as pessoas sabem quem são não se comparam e sabem para onde a química de corpos e almas fluem e aceitam quando essa química acontece ou não e aí seguem a sua vida sem infernizar as dos restantes, até mesmo invadir a privacidade. Quem invade a privacidade e não aprende nada do mundo da outra pessoa é porque não a ama, muito menos a respeita, e sim quer somente exercer um poder másculo que já não serve nos tempos correm ora rápidos, ora devagar. VITÓRIA À CONSCIÊNCIA! VITÓRIA À CONFIANÇA NA AMOROSIDADE QUE A TOXIDADE JÁ ESTÁ FORA DE MODA!!! E as modas são chatinhas porque não brotam do coração, por isso passam! Mas nós continuamos cá para reescrever a história.
Resumindo e concluindo: sabermos quem nós somos é muito sexy e respeitar a base de tudo. De tudo mesmo!!!!!
Beijos e abraços e até ao próximo texto!!
A Piu
Brasil, 13/12/2019
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