sexta-feira, 8 de março de 2019

EU TENHO FILHOS E TU?

Bom, parece-me a mim que ter filhos não é nada de outro mundo. Se fosse não estavamos aqui. A Humanidade seria algo muito remoto que inteligências outras se recordariam como recordamos a Era dos dinossauros. O que ainda pode ser de outro mundo, mas naturalizado, são os pais ou as mães abandonarem os filhos. Isso sim é esquizoide, mas a constelação familiar que o alemão Bert Hellinger desenvolveu como terapia poderá explicar.

Cada uma e cada uma terá a sua forma de se relacionar com os filhos. Uns duma forma mais rígida, outros duma forma não tão rígida mas que também precisa de ter algum punho sobre a situação.

Imagino que para quem não tenha filhos dê que pensar se se quer envolver com esse pacote. Eu pessoalmente não sei se teria capacidade de enfrentar os dramas familiares alheios, se estes forem acentuados, acabadinha de chegar numa relação. Nunca experimentei, mas na verdade quero paz o mais possível na minha vida. Mas vai da paixão, do amor que uma pessoa sente e quer investir na outra.

Como mãe, de filhas relativamente já crescidas, não seria agora, a esta altura do campeonato, que sonharia em ter um pai de empréstimo para elas, muito menos que elas se intrometam na minha intimidade. Agora pergunto:  alguma mulher ou homem maduro que já encarou mancadas daqui e dali vai misturar águas? Quanto muito saber mais a fundo com quem se está a envolver para que a coisa flua. No meu ponto de vista e por experiência própria  de ter sido enteada ou os meus companheiros terem sido padrastos há algo fundamental: respeitarem o filho ou os filhos dos companheiros, a educação que lhes é dada e já agora também sentirem afeto. Parece que não custa nada, mas pode não ser evidente.

No caso, se quem é parceiro não entender que a pessoa precisa de trabalhar para sustentar os seus filhos e ter autonomia, assim como se dedicar aos mesmos, o melhor é escolher alguém que não percebe até ao momento que isso não é amor e sim subjugação. Essa faz lembrar uma charge argentina: apaixona-te pelo Che Guevara e depois queres lhe cortar a  barba. Assim funcionam, por vezes , os companheiros e companheiras. Apaixonam-se por alguém e querem moldar, podar ou desvitalizar as suas vidas, demandas, deveres e direitos adquiridos e desenvolvidos.

Ah! Por último ou penúltimo! É injusto e até pesado um companheiro ou companheiro saltar par o colo da sua parceria e querer assumir o papel de filho. Educar um marmanjona ou marmanjona é inglório. A educação tem de vir de lá de trás da infância e adolescência, assim como o auto conhecimento trabalhado no presente, para que possamos caminhar ombro a ombro ao invés de termos que aturar caprichos e birrinhas uns dos outros. Bora dar colinho uns aos outros doutra maneira? Colinho leve e  simbiótico.

Agora por último, quando as relações mais intimas chegam ao fim o ideal é a amizade se manter, mesmo que haja aquele período de luto, e já agora não misturar a relação de amizade com os seus filhos ou filhos dos companheiros com o término da relação amoroso.

Vivendo e aprendendo. Ninguém nasce ensinado, mas a diferença está em queremos aprender a aprender com as nossas sombras e luzes.

Vitoriosos aqueles que se amam auto conhecer e sem precipitações vão ao encontro de quem amam!

A Piu
Bolhão Geralden's 08/03/2019

Anita há uns anos atrás na cidade onde nasceu a Rita Lee, esse ícone porra louca mas também de amorosidade e emancipação da mulher

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