sábado, 31 de dezembro de 2011

"Poesias de trazer por casa"

"Poesias de trazer por casa"
"Num avião de papel existe uma folha em branco/Numa folha em branco podemos escrever o que quisermos/ Num avião de papel há uma página de jornal/ Há uma noticia que diz: A vida é real e não virtual!/ Num avião d
e papel existem mil percursos conforme o vento bater/Num avião de papel não existe o verbo sofrer/ No avião de papel existe o verbo voar/ dentro do verbo voar está o verbo amar/amar sem SES/ amar-SE a SI e aos outros/criando pontes e fontes/ aos montes/ aos montes/ aoooosss m...... Iuuuuuuuu tou a voaaaaar!!!!" 





Rodrigo Leão | Aviões de Papel

http://youtu.be/c7742c00S74

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Saquinhos de sarna

Em amena cavaqueira com um conterrâneo, cuja o anonimato preservarei devido à sua avançada idade e à respeitabilidade de sua figura na nossa praça, o dito lançou uma ideia genial!! Comercializar saquinhos de sarna aqui! Na República dos Falidos!!! O público alvo serão aquele grupo de esquerdelhos que nós todos tão bem conhecemos, duma esquerda caviar que há falta de dissabores reais se queixa só porque sim. Os saquinhos de sarna serão vendidos em doses individuais e/ou familiares com direito a coçarem-se in loco pelos mesmos ou por empregados contratados para o mesmo fim. Haverá serviço de take away e entregas ao domicilio. Pensamos ocupar um prédio devoluto em plena baixa lisboeta. Mais propriamente na Avenida da Liberdade. Atenção que a patente já está registada, mas aceitam-se propostas de marketing numa perspectiva de democracia participativa!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O acordo ortogrânfico

Acerca do acordo ortográfico que tanta comichão faz a alguns compatriotas: Eu ainda não entendo muito bem esta "guerra". De facto, não há fato no Brasil e sim paletó! O espectador é espectador em todos os lados, senão seria espetador. Se me apresento como actriz, também posso ser atriz. Considero atroz tanta história por uma língua que é viva e que não pode nem deve ser igual em cantos distintos do mundo. Faço um contraCto comigo mesma: o país onde estiver adapto-me ao seu modo de falar e escrever. Assim como assim, a língua é viva senão estaríamos a escrever e falando como Gil Vicente. Porém, vou escrevendo como posso e quero. Abrindo mão dos meus vãos orgulhos. É óptimo quando nos entendemos e otimizamos o nosso tempo em construir laços e não lapsos de compreensão.

Workshop de clown com Ana Piu De que tamanho é o céu?

OFICINA DE CLOWN COM ANA PIU


7 de Janeiro de 2012
10h-13h|14h-17h


De que tamanho é que é o céu?

O céu é do tamanho dos meus braços abertos.
O céu vai até onde os meus olhos podem e desejam ver.
O tamanho do céu, às vezes, é um tracinho quase fininho. Quando estou cá em baixo, entre prédios muito altos.
O céu pode ser enorme quando estou em cima de uma falésia de braços abertos. É tão grande que nunca sei onde começa o céu e acaba o mar.
O céu é do tamanho da minha imaginação e da vontade que tenho que ela cresça para dos meus braços abertos.
Quero abraçar o céu! O céu, quando fecho os olhos, é dum tamanho infinito e quando os abro numa noite escura estrelada posso viajar no cimo duma estrela cadente e ir para lá do que se pode ver.

Apresentação

“ O ser humano necessita de rir. Para compreender, para conhecer, para crescer e assimilar a realidade.” (Jara, Jesus pp.26)
“(…) por detrás de cada clown há sempre um ser humano que deseja expressar-se, comunicar-se com o outro e partilhar com os demais.” (Jara, Jesus pp 31)
infinita ternura

O nariz de palhaço é a máscara mais pequena do teatro. Ao contrário de cobrir, de esconder, o nariz dilata o rosto e as emoções que se expressam através de o olhar. Disponibilidade, vazio inocência, curiosidade, liberdade, compromisso, coragem, divertimento, disciplina, humor, imaginação, espontaneidade, prazer, esperança, amor, carisma são as forças motrizes que pautam o trabalho.
A segmentação da acção, o golpe de máscara, o contacto directo com o público, a pausa a três tempos e o foco da acção possibilitarão que a escuta, o estado de alerta, a visão periférica se afinem proporcionando uma limpeza nos gestos e nas acções.
Porém, a chave principal é prazer do jogo. Nesta oficina serão disponibilizadas ferramentas práticas para que esse jogo teatral aconteça. Conhecer o nosso corpo e as suas possibilidades é muito importante para que possamos jogar com ele e essencialmente brincar.

Conteúdos

. O estado do palhaço
. O prazer de estar no tempo presente
. O ridículo e a sua poética: ternura, paixão que o leva a exagerar sem ter consciência disso
. O Eu em relação com o espaço
. O Eu em relação com o outro
. Olhar - porta aberta para expressar, comunicar

Metodologia

Pedagogia do prazer, de estar a gosto.
Cumplicidade entre participantes
O nascimento do clown a partir de trabalho físico e improvisação
Busca do vestuário e objectos
Busca de nomes

Cada sessão será dividida em três momentos:
1. Jogos de aquecimento
2. Jogos de preparação
3. Propostas de improvisação com nariz



Ana Piu (Lisboa 1973)

Faz parte dos Doutores Palhaços do Operação Nariz Vermelho desde 2003. Lecciona clown  e teatro do gesto no Evoé e na Estal (Lisboa).

Orienta workhops de Clown em diferentes locais, nomeadamente no Teatroesfera, Mil e uma Danças entre outros. 
  Actualmente lecciona no Espaço Evoé aulas de Clown. No Teatroesfera encenou, juntamente com Paula Sousa, Achtung!  e Tim tim por tom tom, uma pesquisa em teatro do gesto e técnica de clown  
Trabalha como actriz de teatro, desde 1995, em várias companhias e projectos (Teatro ao Largo, O Bando, Teatro Joana, CENDREV, Teatro Meridional) e encenadores João Ricardo no Teatro Nacional em “Sonho duma Noite de Verão”, com John Mowat na companhia do Chapitô em “O Café”. Em 1999 criou Bip Bip Teatro apresentando o espectáculo “Das duas, duas e o chapéu de coco” em Portugal, Espanha e Brasil.
Colaborou com o Chapitô em animações teatrais. E é contadora de histórias em bibliotecas e outros espaços.
Faz parte do Teatro Ka, companhia de artes de rua, onde actua em “Uruboru” (espectáculo em andas)
Actualmente tem dois espectáculos em carteira “Dona Estrela” (teatro e contação de histórias) e “Já Tá” (espectáculo para bebés) a solo.
Em 1999/2000 leccionou aulas de improvisação e movimento teatral no Estabelecimento Prisional de Tires, orientou aulas de Expressão Dramática  alunos do 1º ciclo através do Teatro Esfera.

Protagonizou alguns spots publicitários, entre 1998/99, para a Mega fm, Sumol, Telecel, TV Marcelo.
            Fez dobragens no País Basco em 1999.
             Inicia a sua formação artística em 1991 no curso de actores do IFICT (Lisboa), ingressa em 1992 na Escola de Teatro de Évora. Em 1996/97 é bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar na École International du Thêatre Jacques Lecoq.
Ao longo do seu percurso artístico participa em vários workshops (Theatre du Mouvement, Stan, teatro do gesto com J. Mowat, etc…), assim como na formação interna promovida anualmente pelo Operação Nariz Vermelho direccionáda para o trabalho de clown. André Riot-Sarcey, Ângela de Castro, Sergio Claramunt, Ricardo Pucceti, Amy Hatab são alguns dos formadores internacionais desta vertente da arte performativa.
Participou em Agosto de 2011 no Odin week festival, Dinamarca.
             Licenciada em Antropologia no ISCTE- Lisboa.

Público alvo: 6 aos 666 anos
Horário: 10h-13h|14h-17h


Local
Junta de Freguesia de Santos-O-Velho 
Rua da Esperança 49, 1200 Lisboa
213 969 498 


+ info e inscrições


    sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

    Eu vou-me embora porque quero, porque viajar proporciona outros encontros, outros estímulos. Não me vou embora só porque os incompetentes que supostamente "lideram" esta bandalheira corrupta querem sacudir as pessoas daqui para fora. O país tá à venda, desta vez, sem escrúpulos alguns. ÀS VEZES, sinto vergonha de ter nascido aqui. E é duro sentir isso, porque nunca hei-de esquecer as minhas raízes. Porque não quero esquecê-las.


    A questão está em valorizarmos-nos enquanto pessoas, seres pensantes e actuantes e nessas características não existe pátria. O que o senhor Passos de Coelho está a pedir é que as pessoas se exilem, porque não lhe interessa ter pessoas pensantes e actuantes no "seu" país. Isso dá-lhe muito trabalho e não dá lucro. E o seu discurso, além de paternalista é caduco. Pedir ao aos professores para irem ensinar para Angola e Brasil? Ensinar o quê? Cidadania para a democracia? Então, serão necessários muitos professores cá para lhe ensinarem a ele e à sua comitiva. Caduco, porque é numa perspectiva neo colonialista. Ensinar ao terceiro mundo?É isso? Eu quero ir aprender! Aprender a aprender. A trocar conhecimentos.

    terça-feira, 20 de dezembro de 2011

    A old fashion!

    Há 11 anos atrás, precisamente, voltava eu de uma estadia de uns 6 meses pelo Brasil. Durante um almoço as pessoas começaram a falar dum tal Zé Maria.Zé Maria? Não tava a perceber nada. Era um daqueles amigos recentes que nos conquistam de primeira, uma personagem dum telenovela? "Pois, o Zé Maria é muito bom rapazinho. O Zé Maria quando disse não sei o quê na cozinha." Depois explicaram-me o que era o Big Brother... E eu que não assisto TV viajei numa dialéctica: estupefacção, "repugnância", riso e novamente estupefacção. Eu acabara de trazer uma alma ao mundo e o Zé Maria, naquele momento, estava mais presente na vida de cada um que a estroininha da Piu que foi dar à luz lá para o Mato Grosso. Ora, pergunto-me e questiono: Esta coisa do voyerismo, do real e do ficticío. Do virtual que se tornou uma realidade. Isto é o quê?Hoje o facebook pode ser uma ferramenta interessante para que a informação circule fora dos media oficiais e uma modo das pessoas se organizarem. Pode ser, claro, um local de encontro de pessoas que estejam à distância. Urge, no entanto, estamos atent@s a que as relações profissionais, assim como as relações afectivas e/ou efectivas se degenerem em qui pro quós (mal entendidos) pelo facto da esfera pública e privada se misturarem. E essencialmente nós seres humanos esquecermos de nos olharmos nos olhos, escutarmos-nos e tocarmos-nos. Assim como assim o telefone fixo permitia ouvirmos a voz uns dos outros e num arrebate de impulsividade de bater com o telefone. E não havia cá desculpas para a chamada cair ou acabar o crédito! Sou uma old fashion, mas acho que prefiro.

    segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

    Historietas de bolso da viscondessa da república dos falidos

    “Menina! Oh! Menina!”
    “Quem é esta? O que é que ela quer?”
    As duas ciganas aproximaram-se.
    “É pá! Insistentes!”
    “Menina! Oh! Menina! Não se lembra de mim?”
    Abrandei o passo e parei com o preconceito que teima em se instalar em nós mesmos, mesmo que façamos tudo para o descartar.
    “A menina não é a menina da poesia? Não se lembra de mim das prisões de Tires? JÁ CÁ TOU FORA!”
    Admito que naquele momento frases moralistas assaltaram o meu pensamento. Contive-me, controlei-me.
    “Agora vê lá o que faz!”;  ”Serviu-te de lição ãããhhh?!”; “ É muito melhor estar cá fora…”
    Baaaaahhhh! Moralismos da treta.
    Despedimo-nos e caminhei com um sorriso no peito. Estar presa não será obviamente agradável nem trará muito boas memórias aquela mulher. O facto de vir ter comigo daquela maneira foi um elogio para mim, uma lisonja. Eu faço parte das suas boas memórias e que não se esquecem. Ela lembrou-se da poesia! Curioso! As aulas eram de teatro. Mas o que é o teatro senão poesia?

    “Aaaahhh! Um dia quando tiver tempo hei-de fazer o que a menina faz!” Porreiro! Porreiro chamar-me menina!
    “Bom, um dia quando tiver tempo também hei-de fazer o que o senhor faz.”

    O que me deixa fora de mim é chamarem-me palhacinho! Palhacinho?! Não é que me incomode a questão de género. Assim como assim o palhaço é visto como um anjo ridículo sem sexo… é mesmo verdade que os anjos não têm sexo?
    Mas palhacinho?!... Fico podre com tudo o que seja diminutivo. Criancinha, velhinhos, caridadezinha.

    Então como vai o teu teatrinho? Isso dá para alguma coisa? As pessoas não vão ao teatro, não é?
    Por acaso nunca nos cruzámos.
    É preciso ter lata, jeito, não é?
    Lata… Talvez nós, os atores, sejamos uma cambada de enjeitados. O pianista pratica, o bailarino, o artista plástico. E o ator? Decora texto? E quando não há texto? E o corpo e a voz? Comé?
     Talvez eu seja maluca! Fechar-me numa sala a trabalhor o pré expressivo, o training. O physical training. Tou maluca! Sou uma free lancer. Sou livre para me lançar no espaço e zás! Não há rede, não há nada! E lá vou eu!! Se me esborrachar… Azar. Posso ir em voo picado ou planar por cima dos subsídios aos quais nunca tive direito. Nada pelo bigode.
    Olha, hoje sinto-me muito mais acompanhada. Hoje eu e o s meus colegas ar tristes não somos os únicos precários.

                Sinto-me a Viscondessa do país dos falidos. Vou auto gerindo o meu trabalho numa inquietação que só assim faz sentido me auto proclamar artista. Essa inquietação permite-me nunca estar desocupada. Tenho trabalho, mesmo que nem sempre seja emprego.

                Mas afinal o que é que nos move para continuarmos aqui? Conheci um encenador Iraniano na Dinamarca. Confesso que levei tempo a aproximar-me dele. Receios sócio culturais. A uma dada altura disse-me que o que o motivava estar no Irão era poder acreditar que poderia ser útil na mudança, por mais subtil que fosse. De seguida fui para Berlim e percebi que aquele iraniano com bigode de aitola era mais alternativo que os alternativos de Berlim. Onde a repressão é prato do dia mantermo-nos firmes na nossa motivação é um ato de resistência. É uma alternativa ao menu. Ser alternativo numa sociedade do excesso e “permissiva” é bem mais simples.
                Berlim passou por várias fases históricas bastante obscuras e hoje sente-se no dia a dia que as pessoas querem paz. E a paz deve começar dentro de nós. Mas confesso que tenho cá uma vontade de queimar os recibos verdes. Mas agora são electrónicos… E queimar o computador não dá muito jeito…

                Melhor artista, melhor pessoa.

                Por vezes sinto uma curiosidade mórbida quando me perguntam se custa muito trabalhar com crianças em fase terminal ou se só trabalho com crianças nesse estado.
    O que é acham?
    Há uma coisa que evito fazer: apiedar-me das pessoas, porque estas devem ser tratadas. De igual para igual. E é no lado saudável que devemos nos focar. E de vez em quando sermos politicamente incorrectos. Porque esta coisa de vivermos numa paz podre, sempre a sorrir e a acenar.
    Fingir que não se vê também é uma tomada de posição.


    Ana Piu,
    Lisboa, 19 de Outubro de 2011

    sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

    Já ganhei o dia!

    Depois de duas horas de espera, que deu para adormecer no elevador do Lavre e degustar um almoçito, lá fui atendida. Duas funcionárias para atender aquela malta toda. Uma mostrava um papel à outra e dizia:" Ah! Isso não dá!" A outra lá entabulou qualquer coisa."Ah! Só se a dótora permitir! A dótora é que decide!" "Pois, aproveitaram a ponte para vir tratar de papeis! Por isso é que eles querem acabar com os feriados!" Como se as pessoas tivessem real prazer em tratar de burocracias... E tivessem ali para tirar o descanso às senhoras...Bom, e por aí a fora...

    Lindo, lindo foi notar que uma daquelas molas de prender papeis segurava o seu arrumadinho cabelo. Perfeito! Par quê fecharmos-nos numa sala a criar? Primeiro há que sair à rua e observar a trágico comédia da vida! Já ganhei o dia!

    quarta-feira, 30 de novembro de 2011

    Passaporte de coelho

    A minha amiga Catarina, que antes de deputada é atriz/fazedora de teatro, dá, uma pequena ideia do panorama atual do estado do Estado onde a arte e a cultura não puxa carroça. Tudo isto é fado! Então, dassseee para o fado! Ou cultura é futebol e marchas populares? hhmm, olha a outra senhora a voltar da tumba!! A dita, a dura... de roer. Já teve tempo de tricotar umas pantufinhas de lã, o raça da outra senhora. Ta ca pariu! Vou arranjar um passaporte de coelho e pôr me a salto!

    Para quem não sabe passaporte de coelho era uma expressão utilizada nos anos 60, durante a ditadura de Salazar. As pessoas, principalmente os homens, fugiam a salto, íam clandestinamente de Portugal para França, Bélgica e outro destinos, em condições de risco de vida. A maioria para fugir à pobreza, à guerra e à ditadura. Muitos ficaram pelo caminho, apanhados pela guarda cívil, traídos por quem os "ajudava" a passar, mortos de cansaço e fome. Que a memória da nossa História nunca se apague. Uma História recente, ainda para mais. Que afectou os nossos avós e os nossos a pais. E a nós! Mas parece que já sublimamos...

    Ai o amore!

    Na parede da casa de banho do botequim (antigo bar da falecida poetiza portuguesa Natália Correia) está hoje escrito a giz: "Amor triste e (e)terno/ amor triste não existe... amor triste... triste amor." AMOR TRISTE.... hmmm. Amor triste existe, mas o amor é para se viver, para se desfrutar. Eu gosto mesmo é do amor e da paixão do Vinicius: "Ser alegre é melhor que ser triste! É a melhor coisa que existe(...) Porque a vida, minha gente, é para quem se dá!" Amor triste?... Não, obrigadinho. Nein danka. Non, merci thank you. Eterno e terno não precisa de embrulhar! É para jazz! amor triste...tzzzz aque faduchuuuu

    Agá dos Ós


    Eu cá vivo na aldeia da roupa branca perto do pátio das cantigas. Já vivi na Costa do Castelo, mas agora vivo aqui. Tenho vista para um jardinzinho de onde posso ver o céu. Mas da minha janela! Vivo num sítio com sol, daí os óculos, mas nem sempre transparente, por isso sou um garrafão de H2O. Estou vazio, porque a minha dona (dona...) trabalha o vazio numa coisa que se chama a arte do palhaço... Ele há coisas!... é a vida! Vai-se andando como se pode

    domingo, 27 de novembro de 2011

    Impulses!


    Ontem (24 de Novembro) deu-me na veneta e subi a Avenida da Liberdade. Logo de manhãzinha um sol de Inverno resplandescente que até fazia calor. A sorte foi levar na bolsa um bloco de recibos verdes para me refrescar! Dá sempre aquele estilo vintage. Caminhei e caminhei e lá cheguei à Praça de Espanha, mas conclui que Espanha também anda muita engripada. Deve ser deste tempo! Ora chove, ora faz sol. Chegando ao de...stino um jovem rapaz comentou que o trânsito estava encravado. Bonita imagem, pensei. E perguntei-lhe: "E os cravos tão frescos ou já murcharam?" Como resposta recebi um sorriso. Bom, tá bem. Vou acreditar que no nosso jardinzinho à beira mar plantado ainda possam florescer cravos, rosas, violetas e afins. Porque se algum dia já não der para oferecer flores isso será Expulse! Desci Avenida abaixo e depois outras ruelas subi. Muito bem acompanhada e protegida. Uns senhores muito aprumadinhos todos vestidinhos de azul guardavam a rua. Só não entendi quando do alto duma escadaria eles em coro desceram e as pessoas começaram a correr. Mas o namoro lá continuou. Bom, espero que se algum dia alguém me oferecer flores isso seja Impulse. E se eu oferecer flores, isso seja Impulse outra vez. Um gag de Impulses!

    pensamentos pensados

    O que eu gosto mesmo é de fazer as coisas em cima do joelho, colado a cuspo ao som dum sonzito! faz-me sentir integrada no Portugal dos Pequenitos! e também não chateia muito quem manda.
     
    Acho que sofro do síndroma do Peter Pan! vou me dedicar ao sumol ananás e à batata frita pála pála e ver os episódios do "Verão Azul". Até jazz!

    quarta-feira, 9 de novembro de 2011

    Crescer dá trabalho. É preciso sonho realizável

    Ao sol alentejano, amazónico, siciliano, marroquino, espanhol, holandês, germânico,escandinávo amadureço ideias, quereres, fazeres. Debaixo do céu azul, cinzento, chuvoso, luminoso com ventania levo, de vez em quando, com uns baldes de água fria e amadureço seres, quereres, fazeres. Quantos sois se seguirão? Quantos baldes se despejarão? Quantas picadas nas costas acontecerão para que a desconfiança não se instale? E que fazeres, ideias, quereres e seres se tornem flexivelmente mais fortes? Mais maduros... Acho que depois desta chuva só um belo sol de Verão de São Martinho..

    qual o valor do nosso trabalho?- pensamentos


    Ando aqui às voltas com um tal de "Negotion Cultures, Eugenio Barba and the intercultural debate" do Ian Watson and collegues. Bom... Fala de trocas culturais e afins. Em 1995, tinha uns 21 anitos, lançei-me à profissão de teatreira após umas passagens por cursos de atores. A primeira companhia onde trabalhei foi o Teatro ao Largo. Viajar pelo Alentejo, montar e desmontar palcos, atuar, seguir via...gem. Mostrar teatro a gentes que nunca vira teatro ou tinha uma vaga memória dos saltimbancos. Os espetáculos eram apresentados na praça da aldeia e eram de graça. Levar a cultura onde o povo está. Cultura e arte para o povo DE GRAÇA. Para mim era um sentido de vida, uma missão. Muitas vezes escutei: "Aquilo também eu sei fazer!". Cool... Hoje pergunto-me: "Mesmo que simbólico as pessoas devem pagar?"; "Que valor tem o meu trabalho? As horas de dedicação e pesquisa não conatabilizáveis, não remuneradas e investidas em formação?" Mas o que me entristece é quando malta do meio artistico quer que trabalhe de borla por dá cá aquela palha. EU DOU BORLAS, MAS A QUEM EU ESCOLHO, PORQUE ESTA É A MINHA PROFISSÃO. Aqui há 2 meses escutei do Barba (ao vivo e a cores):"Dar borlas é ser estúpido, há que fazer trocas. O nosso trabalho tem um valor". Ando a pensar nisto e adaptando à MINHA REALIDADE, ONDE O DINHEIRO, NESTE MOMENTO, NÃO É A ÚNICA MOEDA DE TROCA. Mas há contas que só em dinheiro mesmo. To be or not to be. Where is the question?
     
     
    Trocar é comunicar, criar uma eventual relação de igual para igual. Há uns anitos atrás viajei para Marrocos com uma malta de Espanha. De carro até ao Sahara com medicamentos, material escolar e roupas para dar. De repente, a meio da viagem..., percebi que estava a fazer turismo humanitário. Ao cruzar-me com um vendedor de tapetes e túnicas ele não quiz dinheiro, porque não lhe servia para nada. Precisava de uns sapatos e dumas peças de roupa. Trocámos. E o mais curioso é que eu não tendo jeito nenhum para regatear, regatiei. Era essa a regra do jogo onde a dignidade do senhor era visivel. Nessa viagem confirmei que ninguém gosta de ser tratado como pobre e o que é dado sem reciprocidade causa ganÂncia entre as pessoas que recebem e não se cria nenhuma relação com quem dá somente. Trocar é valorizarms-nos mutuamente, sem paternalismos

    terça-feira, 18 de outubro de 2011

    DE QUE TAMANHO É O CÉU? Oficina de Clown dos 6 aos 666 anos


    Estão abertas inscrições para o workshop de clown por Ana Piu. Palmela de 17 a 21 de Dezembro.
    Dos 6 aos 11 anos - das 10H00 ás 13H00
    A partir dos 12 Anos - Das 15H00 ás 18H00
    Preço: 30,00€
    Info e inscrições: fiar.producao@gmail.com
    Tel: 00351 93 93 45 113

    DE QUE TAMANHO É O CÉU?

    O céu é do tamanho dos meus braços abertos.
    O céu vai até onde os meus olhos podem e desejam ver.
    O tamanho do céu, às vezes, é um tracinho quase fininho. Quando estou cá em baixo, entre prédios muito altos.
    O céu pode ser enorme quando estou em cima de uma falésia de braços abertos. É tão grande que nunca sei onde começa o céu e acaba o mar.
    O céu, quando fecho os olhos, é dum tamanho infinito e quando os abro numa noite escura estrelada posso viajar no cimo duma estrela cadente e ir para lá do que se pode ver.
    O céu é do tamanho da minha imaginação e da vontade que tenho que ela cresça para lá dos meus braços abertos.
    Quero abraçar o céu!

    sexta-feira, 29 de julho de 2011

    Levantar voo

    Morro de sede em frente ao mar
    escuto as ondas, o seu bater
    e silencio o meu coração

    olho o movimento da luz reflectida sobre a água
    e o meu coração abranda
    bate de mansinho sem mais sobresaltos ou quereres
    fundo-me na areia e sei que sou mais uma das particulas solitárias deste universo imenso, uno e fragmentado

    deixo-me aquecer pelo sol
    e esqueço-me de mim das minhas vontades vãs
    simplesmente sou, mansamente
    sou feliz sem expectativas nem desejos
    deixando que a brisa leve a minha paixão embora
    deixando que a brisa amacie o meu peito
    limpando anseios e quereres

    Respiro
    Sem já nada a esperar
    Apenas sou

    Uma leve tristeza flutua sobre mim
    acarinho-a e faço com que se enrole na areia fina para que o vento a leve.

    Sinto-me leve e então levanto voo

    Piu
    Lisboa, Julho de 2011

    Ses

    Se quizeres eu quero
    Se vieres eu espero
    Se demorares eu esmoreço
    Se acenares eu aceno
    Se a tua inconstância for constante
    largo os ses aos sete ventos e deixo-me enrolar na espuma dos dias
    até que a areia absorva todos os meus desejos e vontades

    Piu
    Lisboa, 29 de Julho de 2011

    Baixa as saias! Baixa as saias, Maria Bonita!

    segunda-feira, 25 de julho de 2011

    Paz e liberdade

    Pensar o caminho para a paz, o caminho para a liberdade... Hmmmm. Posso pensar em termos teóricos ou pensar a partir da prática. E prefiro a última. A teoria da prática. Todos nós temos polos negativos e positivos e isto não tem nada haver com o bem e o mal que a religão cristã dita. Potencializar a nossa disponibildade ou a nossa obscuridade é a nós e somente a nós que compete. Todos nós temos lados obscuros assustadores. Afirmar o contrário seria hipócrita. Existem circunstâncias que nos condicionam, também. Mas acima de tudo cabe a nós mesmo, individualmente, colocar as lentes e a postura que queremos adoptar diante daquilo que se apresenta. "Precisamos de desaprender para começar a aprender a ser livres." (Pilar, jornalista e companheira de Saramago). A religião cristã açambarca sentimentos, valores tais como: amar o próximo, ter compaixão, não sentir ódio, and so on,and so on. Tudo isto está certo! Mas só poderá vir duma escuta interior que não se ensina com doutrinas, mas aprende-se em auto gestão.
    Posso, então, sugerir (sem pretensões filosóficas) que só se pode atingir a liberdade quando estamos em paz com nós própri@s.

    domingo, 26 de junho de 2011

    ensaio Maria Bonita sem música


     
    Pretendo trabalhar o estado do  clown, estado esse de alerta e disponibilidade, o silêncio, a imobilidade, a espera, a organicidade dentro duma partitura dramaturgica simples e subtil.
    Ir ao encontro de outros universos poéticos que não a obrigatoriedade do riso pelo riso.
    Que qualidades de riso ou sorriso podemos provocar ao explorar a vulnerabilidade?
     

    Ensaio da Maria Bonita com Música


     
    Improvisação com um objecto. Transformar o objecto noutra coisa.
    Maria Bonita é doce, é impulsiva, nostálgica e revolucionária,púdica, sensual.
    O que me interessa explorar são estas características aparentemente opostas ao máximo. E ver a que caminhos me leva essa exploração.

    ENSAIO- AS AVENTURAS DE MARIA BONITA-ANA PIU


     
    improvisação sobre a espera e imobilidade, respiração, ritmo.
    O que se passa quando não se passa nada?

    quarta-feira, 22 de junho de 2011

    quem é Maria Bonita?

    Em idade casadoira, Maria Bonita procura continuar a procurar, espera continuar a esperar, vive porque sabe que um dia morrerá, morre de amores pela vida!!

    quarta-feira, 1 de junho de 2011

    Diário de Bordo da Maria Bonita

    Cá vai mais um momento do meu processo de trabalho. Aquilo que digo no inicio não corresponde na íntegra ao que vai acontecer a seguir... Ai a memória curta do palhaçinho!!E aqui batemos num ponto frágil. O palhaçinho... Lá vai desabafo!! Também já sou largamente tetragenária (outro dia ouvi esta expressão logo às 9 da manhã e gostei, não sei o que quer realmente dizer, mas soa bem) por isso vou-me permitir dizer o que me vai na alma! E o blog é meu!
    Bom, lá vai desabafo: dá-me fornicoques na barriga quando alguém nos chama de palhaçinhos. Soa-me a benevolência e a uma admiração por uma arte menor. O equivalente às considerações que se tecem em torno do teatro para a infância...
    Então, tenho o maior prazer de partilhar este momento inacabado do meu trabalho com os demais.
    Baseado na improvisação, viajo pela minha gramática gestual (gestos/ movimentos próprias da minha palhaça). Não utilizo nariz porque quero explorar para lá do código que o nariz oferece de imediato. Pretendo explorar a vulnerabilidade, a imobilidade e o silêncio.
    Ao visionar este vídeo percebi que posso ir mais longe nesse estado de vulnerabilidade,onde o vazio toca o espectador sem ter que necessariamente fazer rir. Que riso quero provocar? Quero provocar riso?
    Até onde quero expôr os medos e os sonhos? São algumas questões que me perseguem e que eu as persigo.
    Instintivamente movimento-me muito. Como contrair esse movimento que muitas vezes pode ser ruído? Qual a força da imobilidade? O silêncio!... O silêncio permite um outro estado de comunicação que sei que me leva para universos profundos e delirantes. O que digo quando não digo nada? E apenas sou.
    Aqui a música serviu como estímulo. Não sei ainda se será aproveitada para o espectáculo, enquanto resultado final.
    O próximo texto será em torno da minha revisita à MÁSCARA NEUTRA com a ilustrissima Pepa Diaz Meco, neste Maio que finalizou.

    ENSAIO- AS AVENTURAS DE MARIA BONITA-ANA PIU .avi

    ENSAIO- AS AVENTURAS DE MARIA BONITA-ANA PIU .avi

    http://youtu.be/GQEM5rzSZg4

    domingo, 29 de maio de 2011

    novidades do retiro

    Saída: 6 de julho (quarta feira) 17h na Praça do Martim Moniz, junto aos táxis. Vamos em dois carros. Regressamos dia 10 de Julho (domingo) ao fim do dia.
    Destino: Safira, perto de Montemor o Novo. Caso não seja possivel fazermos o retiro nessa quinta, existe a hipótese de irmos para a quinta de uns amigos perto de Figueiró dos Vinhos ( a seguir ao Pombal).

    Quinta da Natasha e do Cedi: teremos de levar tendas e sacos cama e a troca feita com eles é podermos ajudar, durante um dia, na manutenção dum canil da associação pegadas e bigodes, assim como nos tronarmos sósios da mesma pagando uma cota de 1 (um) euro por mês.

    Logistica: vamos dividir o combustivel e cada pessoa leva comida para cozinhar uma refeição para todos e para um pequeno almoço. Não levem coisas que se estraguem facilmente, para não haver desperdicio.

    Pedido: gostaria que lessem ou dessem uma vista de olhos pelo livro "O espírito da Dádiva" do Godbout, edições Piaget

    Troca/Banco do tempo: no dia 6 de Julho à chegada ao local vou apresentar a proposta de trabalho e haverá um espaço para reflectirmos em conjunto sobre a troca.

    Participantes:
    Inês d' Espiney
    Luis Magalhães
    Benja
    Pedro Borges
    Carlos Moreira
    Mariana (a confirmar)
    Victor ( a confirmar)

    OBS: gostaria que me confirmassem com antecedência se estão de acordo com a informação acima colocada

    sexta-feira, 27 de maio de 2011

    oficina de Clown em Assis/ Brasil com Ana Piu

    Estão abertas as inscrições até dia 6 de Junho para oficina "Onde está o meu nariz" com Ana Piu.
    Enquadrada no Encontro de Palhaços de Assis/ Estado de São Paulo, a oficina terá lugar nos dias 20, 21 e 22 de Junho entre as 9h e as 13h.
    Mais informações: encontrodepalhacos.blogsopt

    terça-feira, 12 de abril de 2011

    retiro de clown

    Clowneadores amigos!

    Neste sábado fui visitar o espaço no Alentejo, onde poderá acontecer o retiro de clown em Julho (7 a 10). É uma quinta com bastante espaço. Não é preciso levar tendas, pois há lugar para toda a gente dormir. No entanto, será necessário levar ou roupa de cama ou saco cama e toalhas de banho. Em Julho está muito calor naquela região!!!
    Há partida será naquele espaço.

    Gostaria de vos informar o modo como arranjei este espaço, que de algum modo vai ao encontro de um espírito que pretendo criar, pelo menos exprimentar. O dono daquela quinta está a organizar um festival de multi disciplinar (música, artes plásticas, artes performativas) naquele espaço, no mês de Junho. E dada a impossibilidade de pagar caché disponibilizou a quinta para este efeito. Et voilá!

    Penso que estamos a passar por um momento histórico de transição. Todos os ismos que ainda não cairam estão prestes a cair. Penso que devemos criar alternativas construtivas para que possamos continuar a viver das nossas escolhas. A minha, pessoalmente, é viver do teatro e das relações que consigo estabelecer com as pessoas.
    Então, este retiro será alicerçado numa espirito de reciprocidade. Isto é, pretendo convosco dar continuidade a um trabalho de pesquisa da arte do clown e em colectivo pensarmos o que cada um pode contribuir para que eu possa dedicar horas de trabalho a esta pesquisa.

    Vamos esquecer o dinheiro!!!..........................................................................................................
    Já tá? Eu acho que foi um dinheiro que já se esqueceu de nós... Hi!Hi! Just a joke!

    Neste momento o grupo está com cinco membros. Atenção! Aqui não haverá principiantes nem veteranos! É um espaço de partilha de experiências e de entrega no trabalho! E eu não carrego verdades absolutas, apenas viajo no trabalho e exprimento essa partilha.

    Voltando à reciprocidade. Vou lançar algumas propostas e voçês dizem o que vos aprover em relação a tal.
    Proponho à Inês, por exemplo, que me crie um cartaz para o espectáculo que estou a preparar da Maria Bonita. Proponho a quem souber inglês ou outro idioma que dê uma pequena oficina às minhs niñas. No Verão preciso de pintar um compartimento da minha casa. Aceitam-se mãos e braços disposto a dançar com rolos de tinta. Et voilá! Digam coisas, proponham outras.

    Relativamente ao número de participantes, não pretendo estender muito mais, pois procuro algo concentrado e com a possibilidade de dar continuidade. Quem sabe.

    Para garantir que o retiro se realize, vou procurar outra quinta que tenho em vista. Essa é mais alternativa e são necessárias tendas. Na outra quinta do Alentejo eles fazem turismo rural, pode acontecer haver gente naquela altura.

    Vamos apontar para sair dia 6 de Julho (quarta) ao fim da tarde daqui de Lisboa. Podemos dividir combustivel. No meu carro posso levar 3/4 pessoas. Quem se chega mais à frente?

    Quanto às comidas podemos delinear quem leva o quê. Fica ideia, combinamos mais em cima do acontecimento.

    Peço ainda que as pessoas contactadas confirmem até ao final do mês de Abril a sua presença para fechar combinação com as pessoas do espaço e para organizar o trabalho a desenvolver.

    Podem responder-me para: piunina@gmail.com e para o facebook em mensagem.

    Sem mais delongas, despeço-me!

    Até jazz inho!

    Dionísiacas da Primavera

    Lembramos a todos que no dia 16 de Abril (este Sábado) haverá as Dionisíacas da Primavera! Nesse dia, todas as turmas do Espaço Evoé apresentam um pequeno exercício daquilo que estão a fazer nas aulas, seguido de uma conversa. É uma festa informal na qual todos devem trazer uma comida especial e uma bebida especial para se ir comendo e bebendo ao longo da noite (já sabem, nada de batatas fritas ou frangos assados!). A ordem das apresentações é sorteada ao longo da noite. Começamos às 19h. Às 21h, teremos na sala da Rua da Padaria, uma Roda de Capoeira, com alguns convidados. Cada um de vocês poderá trazer um amigo para assistir.

    Esperamos que todos possam vir. É um grande dia de festa, partilha e encontros!

    Abraço,
    Carolina Abrantes


    ESPAÇO EVOÉ - O Corpo das Artes
    Rua das Canastras n.º36|40, 1100-112 Lisboa
    tel/fax: (00351) 218880838
    telm: 963816505 | 964462602
    e-mail: evoe@evoe.pt | sítio: www.evoe.pt
     

    quarta-feira, 6 de abril de 2011

    curso de clown com Jango Edwards- Barcelona

    CURSO DE CLOWN CON JANGO EDWARDS
    CLOWN WORKSHP WITH JANGO EDWARDS
    July 18th to 22nd 2011
    from 16h to 20h
    Del 18 al 22 de Julio
    de 16h a 20h

    Place: Barcelona
    Lugar: Barcelona
    Price/Precio: 180€  20h

    contact and information: Cristina - cristigarbo@gmail.com

    EnglishEspañol

    CLOWN THEORY

    The art of the clown actor is not just a profession, but a lifestyle that demands an understanding of emotion, sensitivity, passion, pathos and the heart.
    The essence of clown, in the pure sense, is a combination of innocence and maturity. The Clown Theory Encounter is a way of uniting these qualities so each participant can discover and develop their personal clown, and apply it to their life after the course is completed. A combination of 20 years of professional experience, simple awareness and common logic, enables the instructor to reveal the clown character within each of us.
    Through the use of assorted games, physical activities, socio-logical demonstrations, improvisations and performance, each student will find his or her comic simplicity, innocence and logic, which are the fundamental ingredients of the clown formula. A play-environment is created, in which trust within the group ensemble can develop. This motivates the students to remember the innocence they have forgotten. It will also reveal present social and human conditions. It may sound complicated but in fact it’s simple; it is the simplicity that is difficult for us to grasp.
    Clown is a social character in all realms of life. The performance situation, be it theater or circus, is probably the most common form through which we know clowns; but it’s the least important. The primary requirements to reveal your personal clown is a knowledge of the comic formula and the creation of a clown heart. You have always had, and always will have, a clown heart, but to revive it demands the simple desire to regain and sustain your youth throughout all aspects of life.

    The Clown Theory Class first reveals the innocence each of us has surrendered; and then proves it is never too late to recapture it again. It’s a challenge, it’s revealing but most of all it’s fun.
    Jango Edwards

    TEORÍA DEL CLOWN

    El arte del clown actor no es sólo una profesión, es un estilo de vida que requiere la comprensión de la emoción, de la sensibilidad, de la pasión, del patetismo y del corazón.
    La esencia del clown, en el sentido más puro, es una combinación de inocencia y madurez. El Encuentro con la Teoría del Clown es una forma de unir esas cualidades de manera que cada participante pueda descubrir y desarrollar su propio clown y aplicarlo en su vida. La combinación de 20 años de experiencia profesional, de simple conocimiento, lógica y sentido común permite al instructor revelar el personaje del clown dentro de cada uno de nosotros.
    A través del uso de juegos variados, actividades físicas, demostraciones socio-lógicas, improvisaciones y representaciones, cada estudiante encuentra su propia simplicidad cómica, su inocencia y su lógica; ingredientes fundamentales en la fórmula del clown. Se crea un contexto de juegos en el que desarrollar la confianza y la unión del grupo. Esto motiva que los estudiantes recuerden la inocencia que han olvidado. Y también revela el presente social y la condición humana. Puede sonar complicado pero de hecho es simple; es esta simplicidad lo que nos es tan difícil de agarrar.
    El clown es un personaje que socialmente se puede manifiestar en todas las esferas de la vida. Las representaciones en el teatro o en el circo son, probablemente, las formas más comunes a través de las cuales conocemos a los clowns; pero no son las más importantes. Los requisitos primordiales para revelar tu clown personal son el conocimiento de las fórmulas cómicas y la creación de un corazón de clown. Siempre hemos tenido y siempre tendremos un corazón de clown pero revivirlo requiere el simple deseo de recobrar y conservar la juventud en todos y cada uno de los aspectos de la vida.

    La Teoría del Clown primero revela la inocencia de la que cada uno de nosotros ha claudicado para luego probar que nunca es demasiado tarde para recuperarla. Es un desafío, es un descubrimiento, pero sobre todo, es divertido!
    Jango Edwards

    sábado, 2 de abril de 2011

    Diário de Bordo de Maria Bonita

    Esta é uma primeira viagem das aventuras e desventuras da Maria Bonita, apresentada no 40º cabaré do Espaço Evoé, em Lisboa.

    Este número foi criado a partir de algum material encontrado no workshop de clown orientado pelo Amy Hatabb.
    O trabalho foca-se no objetivo único,no obstáculo, no conflito interno e com o objeto, no desenvolvimento ritmico da repetiçãoa.

    A simplicidade e o desenvolvimento da mesma é algo que pretendo aprofundar. Como podemos "falar" sem palavras de questões universais sem descurar as particularidades culturais.

    Escrita e atuação: Ana Piu
    Filme: Mariana Moreira
    Tratamento cibernético: Carlos Moreira
    Cedência gentil do espaço de ensaio e apresentação pública: Susana Cecilio e Pablo Fernandes do Espaço Evoé

    Ana Piu disse...

    O sucesso pode ser uma armadilha

    Ontem, dia 25 de Março, apresentei pela segunda vez As aventuras e desventuras de Maria Bonita no cabaré do Operação Nariz Vermelho.
    A segunda vem sempre depois da primeira,naturalmente, e se houver uma treceira a segunda já ficou para trás. E é nessa sequência que está o cerne da questão. Haver uma primeira, uma segunda, uma terceira... Ou seja, uma continuidade, um não desistir, um insistir com preserverância confrontando e contornando obstáculos, dúvidas. Aceitando as fragilidades de um trabalho em processo, aceitando a minha vulnerabildade enquanto pessoa e artista. E seguir.

    Quando apresentei pela primeira vez o número foi filmado e colocado no you tube. Pedi ao meu amigo Sérgio Fernandes, que de momento vive em Berlim, para me enviar virtualmente a sua opinião e criticas construtivas. O Sérginho assim o fez, de forma honesta e sincera. As suas indicações revelam humor,sensibilidade e perspicácia.

    Voltei a visionar o filme. Bloquei!
    COMO REPETIR A MESMA SEQUÊNCIA SEM PERDER ORGANICIDADE E LIBERDADE DE IMPROVISO NA INTERACÇÃO COM O PÚBLICO?
    COMO ACRESCENTAR AS INDICAÇÕES DO SÉRGIO?

    Voltei para a sala de trabalho e solitariamente continuei a trabalhar. Uma primeira parte focada nos exercicios de treino de actor trazidos do Brasil, através do Lume Teatro e uma segunda parte improvisando momentos precisos de Maria Bonita. Mas sem fixar na escritura da cena.

    Ontem apresentei diante da "familia" do Operação Nariz Vermelho e de alguns convidados. Confesso que que prefiro uma relação anónima com a plateia. Amigos e conhecidos em certos momentos intimidam-me, assim como aquela malta que traz as expectativas num patamar elevadissimo. Sinto uma responsabilidade acrescida... Um receio de me estar a repetir, um receio que só vem da insegurança. E o remédio para isso é continuar a trabalhar. Citando o Luis Otávio Burnier: "Ser generoso é ser exigente".

    No final da apresentação perguntei ao meu amigo e colega Carlos Moreira a sua opinião. E ele falou que considerava a primeira apresentação com uma partitura mais fechada e desse modo mais eficaz. Que desta vez a escritura da cena não era clara. Foi isso que falaste, Carlitos, não foi?
    Considero que a questão, não é a de partitura estar fechada, e sim de estar claro o objectivo a realizar, os seus obstáculos, a precissão do gesto e da acção. Em suma, começar de forma simples e ir construindo, justapondo gags e afins.

    O sucesso pode ser uma armadilha, porque pode fazer com que não avançemos. Mesmo que o sucesso surja penso que o devo encarar como algo de efémero e como um estimulo para continuar procurando, exprimentando, errando, refazando, repetindo.

    Estar seguro da insegurança. Estar confortável no desconforto.

    Amanhã apresento terceira vez no Bacalhoeiro. Depois conto.

    Ana Piu disse...

    Maria Bonita nunca está no lugar certo há hora certa. Não conhece as pessoas certas, nem se dá bem, assim, tão fácilmente. É incoveniente, inocente, descarada e púdica. É mais uma Maria na terra. É Maria à sua maneira. É Bonita do seu jeito.
    Simplesmente Maria Bonita

     

    No passado domingo, dia 27 de Março, dia mundial do teatro.Uuuuu! Que reponsabilidade!
    Bom, no passado domingo apresentei no cabaré do Bacalhoeiro as adventures de Maria Bonita. Para já, para já, o lugar é muito cool! Um lugar cool em Lisboa! Hmmm! Que cosmopolita!
    Bom, focando no lugar, aliás no espaço. De facto, as dimensões do espaço, a sua envolvência, o tipo de público influenciam na qualidade do número. E quando falo na qualidade não estou a dizer se o número é bom ou é mau, simplesmente. Todos estes factores acima referidos obrigam, de algum modo, a que o performer se adapte e recrie em cima da partitura de acção pré estabelecida.
    Apresentei pela terceira vez. Nada como ir rodando.
    Perceber os ritmos e seus silêncios. Jogar em três níveis: imobilidade, quotidiano e extra quotidiano. Dentro desses três níveis existir duas palavra chave: poesia e cartoon.
    Bom, sem mais delongas me despeço. Assim que houver novidades aviso.