Morro de sede em frente ao mar
escuto as ondas, o seu bater
e silencio o meu coração
olho o movimento da luz reflectida sobre a água
e o meu coração abranda
bate de mansinho sem mais sobresaltos ou quereres
fundo-me na areia e sei que sou mais uma das particulas solitárias deste universo imenso, uno e fragmentado
deixo-me aquecer pelo sol
e esqueço-me de mim das minhas vontades vãs
simplesmente sou, mansamente
sou feliz sem expectativas nem desejos
deixando que a brisa leve a minha paixão embora
deixando que a brisa amacie o meu peito
limpando anseios e quereres
Respiro
Sem já nada a esperar
Apenas sou
Uma leve tristeza flutua sobre mim
acarinho-a e faço com que se enrole na areia fina para que o vento a leve.
Sinto-me leve e então levanto voo
Piu
Lisboa, Julho de 2011
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