terça-feira, 10 de agosto de 2021

AGORA A SÉRIO! - série: ESTUPEFACÇÕES



 


Agora a sério ou agora falando sério ou fala sério: tenho ou não tenho mesmo ar de geração X? Até coloquei aqui um filtro na minha self made woman alaranjado a dar uma de polaroid. Aliás, o tal do Douglas Coupland também escreveu um livro, entre vários além da "Geração X : contos para uma cultura acelerada", " Polaroides de figuras extintas".
Antes de tudo e demais venho aqui desfazer um equivoco que escrevi no texto passado: o Coupland é canadiano, canadense e não californiano, californiense (?). Os contos da Geração X passam-se na California, mas o autor é de outras bandas. Importante revermos informações que muitas vezes passamos e são meias verdades e que passam a serem verdades de tanto repetirmos.
Já no penúltimo texto escrevi que os retornados portugueses das ex colónias portuguesas em África além de serem mal recebidos no Portugal pós 25 de Abril por ser vistos como colonos exploradores... E não dei continuidade ao além... Bora lá, como nós os da geração X falamos, além disso foram vistos como virem tirar, roubar trabalho aos que já lá estavam. Um clássico.... Mesmo em tempos de suposta solidariedade os bodes expiatórios e as insolidariedades acontecem. Até 1974 muitos poucos questionavam-se sobre o direito que Portugal tinha em subjugar outros povos, mesmo não beneficiando nada com isso. Muitos aprenderam a bater com a mão no peito e a gritar em uníssono: Angola é nossa. A revolução chega e entre a alegria da liberdade e a miséria humana muitos aproveitam para descarregar os fígados no vizinho,que por dá cá aquela palha o chama de fascista ao ponto de este correr sérios riscos, ou a descarregar em pessoas que vinham de África, umas reacionárias mas outras não. Não podemos esquecer que durante o fascismo todos viviam desconfiados de todos, pois qualquer um seria um potencial bufo, delator. Mecanismos usados por regimes autoritários e/ou totalitários. Pensarmos pela nossa própria cabeça dá trabalho e não nos deixarmos arrastar pelas euforias de massa ainda mais. Já não falando do individualismo que é um bixinho marafado.
Ontem uma frase de aparente efeito assaltou-me as ideias: " O motivo que me faz estar no Brasil não é o mesmo que faz você ir para Portugal. " Olhem, esta frase quase de efeito faz todo o sentido para mim, cada vez mais.
Não saia do seu lugar. É bom ler, pois não é? Ora pois pois. Até ao próximo texto sobre este assunto: os motivos das nossas escolhas e seus desafio.
Beijus!
A Piu
Campinas SP 10/08/2021


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