Hoje comemora-se o dia da diversidade indígena. Em 1940, o presidente populista Getúlio Vargas decretou 19 de Abril como dia do Índio que foi proposto pelas lideranças indígenas da época no Congresso Indigenista Interamericano realizado no México. Hoje, uma grande parte dos indígenas e/ou ameríndios não querem ser chamados do Índios, porque é uma denominação preconceituosa, folclorista.
Eu não pretendo escrever sobre os indígenas, nem estudá-los, tampouco tomar a voz e a vez dos mesmos para tirar vantagem nos meus estudos e trajetória profissional. E me dar bem a vários níveis, ficar bem na fotografia, e os mesmos continuarem a serem segregados pela maioria e por poderes de decisão. Pretendo sim, escutá-los, aprender as suas sabedorias ancestrais de cidadãos e cidadãs contemporâneas. E honrar os seus ensinamentos e lutas com contribuições práticas dentro das minhas competências. Incentivar a leitura de escritores indígenas, mergulhar nos seus ensinamentos ecológicos, ser autora de trabalhos artístico educativos de encontros outros - duma portuguesa ( que sou eu) com povos com tanta sabedoria, assim como a dos africanos e afrodescendentes. Livre de modismos, assistencialismos e carreirismos.
Esta breve homenagem estende-se à minha filha Nina cujo pai é indígena, assim como ao mesmo, apesar dos seus inúmeros equívocos em relação à minha pessoa e suas consequências. Isto é, declaro assim publicamente neste momento tão delicado e vulnerável que não lhe quero mal, pelo contrário, muito menos à suas raízes tantas vezes espezinhadas nestes últimos quinhentos anos.
A isso eu enxergo como Nova Era: entendermos que somos um Todo com as nossas múltiplas diversidades e como a sabedoria ancestral dos povos indígenas aponta que é pela via do coração que nós avançamos à leveza.
A Piu
Campinas SP 19/04/2021
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