sexta-feira, 31 de julho de 2020

HABANA AS IDEIAS

Eu tenho muitas impressões sobre o sistema de Cuba (...) O que eu posso dizer é que vi um país pacífico, onde não existe violência. Vi bastante gente feliz com a condição, mas também ouvi reclamações de pessoas que almejam liberdade. Então, como tudo na vida, existem os prós e os contras.
(...) Tudo estava em silêncio, um silêncio absoluto se fez. Agradeci imensamente por todas as pessoas e todos os corações que estavam presentes ali dentro. (...) Vi ali a pureza do olhar de todas as crianças que fotografei. Crianças que pararam de brincar na beira da estrada para me ver passar. (...) Vi ali os animais, as florestas, os desertos, os oceanos, as ilhas, as imponentes montanhas. Vi as danças, as fantasias, os carnavais. Senti naquele pote de ouro a dor, a luta e a força do povo latino-americano. Vi as mãos calejadas, os rostos rachados, os olhares sofridos e agradecidos da nossa gente. Ali naquele pote estava presente tudo o que há de mais maravilhoso nesse mundo.
(...) Uma mensagem simples, que diz que não existem barreiras para o amor e que todos nós podemos encontrá-lo. Basta fechar os olhos, respirar e olhar para dentro de nós mesmos.

 Ambrósio, Beto" Fé Latina" Uma volta de bicicleta pela América Latina

Pessoalmente não tenho nenhuma ideia fechada sobre Cuba e como se lá vive. Nunca estive lá e apenas conversei umas breves horas com um a estudante universitária cubana numa visita casual à minha casa aqui no Brasiu tropicau. Fiquei super feliz com essa visita, pois queria conhecer alguém que nasceu e cresceu em Cuba. Sim, o Beto Ambrósio tem razão. Ele tem apenas impressões de um ciclista que passou uns dias em Cuba e é estrangeiro. O que as pessoas querem ou podem, lhes é permitido, mostrar numa breve passagem de alguém é muito distinto de quem lá vive. Ah! Um casal amigo da Argentina, que conheci em Lisboa, também viveu em Cuba durante um tempo quando eu também vim para o Brasil. Perdemos contato, pois a internet em Cuba pelo menos até há bem pouco tempo o acesso era restringido. Mas com essa amiga dum amigo eu tive a oportunidade de escutar o que ela tinha para dizer. Que o avô teve um problema de saúde e que precisava duma dieta especial e que não foi fácil conseguir essa dieta pois era cara. Que o sistema de saúde já foi eficaz, agora tornou-se um mito. E que ela mesmo acreditando nos princípios de direitos dos trabalhadores ela prefere a liberdade dum sistema capitalista, pois sempre pode de alguma forma ser alternativa acesse sistema. Falou que certa vez ao conversar com um norte americano de esquerda este a desmentia para não desfazer o seu ideal sobre Cuba. Ah! Também assisti lá nos anos 90 aquele filme " Fresa e chocolate" que trata dum casal homossexual que tem as suas dificuldades em viver naquele regime. Também já ouvi dizer que muitos norte americanos vão fazer tratamentos e cirurgias em Cuba, pois a medicina está mais bem desenvolvida e e é mais em conta que nos States.


Se por um lado existe um embargo a Cuba há 58 anos por parte dos vizinhos yankis ( deve ser osso duro de roer ser vizinho dos yankis...), por outro, um regime que restringe a liberdade para se salvaguardar dá que pensar. Só ver para crer, mas ver com olhos de enxergar e para enxergar é necessário conviver por um longo tempo.

Por isso, este assunto como todos os outros o "achismo" não entra. Aqui no Brasil 'a frase' reacionária é: " Não está bem, vá para Cuba! Comunista" Nossa, vixe Mária!!! Comunista.... Essa é outra... Em pleno século XXI (21) quando alguém não é conservador, refletindo ou não, é comunista!!!!!... Ou seja, para alguns ser comunista é como carregar uma chaga ou uma doença contagiosa....Se fosse nos anos 30 ou 40 do século passado do milénio anterior  ainda dava para entender. Mas a esta altura do campeonato?.... Já alguns simpatizantes, pelo menos dos princípios o que não significa que o pratiquem no seu dia a dia quando estão num lugar de poder, acham que por exemplo o PT é comunista... O PT pensa mais no povo,  mas não é santinho nenhum e precisa de se rever, e democratizou o cartão de crédito. Mais capitalista que isto? Eheh Porém  a elite ou aqueles que acham que são da elite ou almejam sentem nojo dos pobres, os pobres precisam de se manterem pobres para os servir. Mas aí, já não é preconceito com os (novos) ricos e sim conceito: a desigualdade, a exploração e usufruto da mesma é um discurso e postura de desamor. E como o autor lá em cima escreve: SÓ O AMOR CURA!!!! E para isso é necessário nos auto observarmos. Querer o bem aos outros, mesmos aos desamorosos, é O DESAFIO. Desejar o melhor para os outros é desejar o melhor para nós porque afinal de contas somos uma grande teia cósmica.


A Piu
Campinas SP 31/07/2020


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