terça-feira, 26 de janeiro de 2016

PAÍS TROPICAL


obs: No sábado de manhã quando me dirigia de bicicleta ao supermercado, acompanhada do meu cachorro de biotipo magrela, fui avisada entre os congelados e as bebidas por uma amiga que iam levar o meu cachorro. Porque coitadinho não tem coleira e é muito magro. Depois ofereceram uma saqueta de ração trangénica, ao qual ele nem uma mordisca deu. Só me pergunto porque é que em vez de andarem no meio de Barão à cata do que fazer ao sábado de manhã não se juntam para fazer um trabalho efetivo nas periferias e favelas, pois a desigualdade é uma violência. E esta começa de cima, de quem não inclui e considera-se mais merecedor que os demais. Caso contrário andamos aqui a brincar hipocritamente às grandes causas. Já não falando de alguns comentários xenófobos que ainda tive que escutar. Mas como as redes sociais estão aí, num segundo o mundo internacional está no nosso teclado. Opinião pública dá saúde e faz crescer.

Aqui vão uns versos para começarmos a saltar ao polêmico Carnaval de Barão:


Moro num país tropical, eu e os  meus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro!)
Tem carnaval (tem carnaval ?)

Tenho uns gatos, uma cadela e um cão
Sou lisboeta
E sou uma nêga
Chamada Ana Tereza

Sambaby
Sambaby

Sou uma menina de mentalidade cosmoplita rural
Pois é, mas assim mesmo sou feliz da vida
Pois eu não devo nada a ninguém
Pois é, pois eu sou feliz
Muito feliz comigo mesmo

Por isso eu trato desse magrela
que é o meu cachorro!
ai socorro! quando aparecem as senhoras caridosas ao sábado de manhã
dizem que são protetoras do animal
e que eu cuido mal
e toda essa moral!

mas que beleza
num país tropical
se fosse esse o mal
onde a favela ao longe é bela!
mas de perto cai fora
que não é aí que a gente mora!

e o apartheid existe
mas a beneficência insiste
na bolha de Barão
faz-me cá uma confusão

deixem-me a mim e ao meu cão
em paz
se andarmos na rua sem coleira tanto faz

Barão vai verticalizar
e querem o meu cão azarar
e coloca-lo num canil?
com problemas mil...

ai!

Eu posso não ser uma band leader
Pois é, mas assim mesmo lá em casa
Todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam
Pois é, essa é a razão da simpatia
Do poder, do algo mais e da alegria

Sou do mundê
Tê uma nê
Chamá Terê
Não sou da bolhê
Tê uma nê
Chamá Terê

No nosso Brasil
agora vive a Piu

firifiu

Ana Piu
Barão, 26.01.2016




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