Caroxs leitores, uns amigos, outros conhecidos e outros nem uma coisa nem outra, hoje vou aqui abrir um pouco da minha vida, um tanto do meu coração. Estão curiosxs ou nem por isso? Seja como for, nesta era do reality show, milk shake do público e do privado vou em frente. Vou-me expor, pronto! 'Tá decidido! Outro dia o face broncas informou que eu sou geradora de conteúdos e que assim posso chamar muitos seguidores. 'Mazolhem' eu cá sou como Brian dos Monthy Pythons, além de que muita gente junta seguidista faz-me ficar reticente eu fico com a dúvida se o meu sorriso está dentro do padrão dos influenceres...
Pergunto isto porque confesso, sim confesso, que assisti ao segundo episódio do BBB presuadida por uma jovem adolescente que quer estar a par do que se passa e não ficar, obviamente, para trás nas conversas de amigos e colegas de escola. Assim que vi aquele pessoal todos agarradinho aos pares com uma anilha tipo pombo a avaliar quem tinha siontonia ou não com quem, surgiu uma pergunta existencial, filosófica sim: " O requisito para entrar o BBB é terem todos a mesma placa dentária? O mesmo sorriso?" GALERADA! Aquele pessoal tem as bocas todas iguais!!! Explicaram-me que vão ao dentista, gastam um dinheirão para transformar a placa dentária num sorriso plástico e padronizado!!! ESTOU CHO-CA-DA. Sim, sou retrô! Não acompanho esse tipo de ventos de mudança. Não, não é a idade. Há 23 anos aparecia o BB em Portugal e o choque foi idêntico! Pessoas de carne e osso dentro duma casa a fazerem-se delas próprias, mas sendo estimuladas para a intriga, a maldicencia, a fofocagem e o grande público a tomar partido delas como se fossem ao mesmo tempo da familia e personagens de novela. Ao inicio, na casa, são todos muito amigxs mas a coisa tá feita para desandar entre o mediático e o imediático. É o que anestesia e vende.
Como é que alguém pode saber, definir se sente e tem sintonia com outro alguém numa primeira abordagem? Principalmente quando se trata dum produto televisivo? Ok, é um jogo. Entendi... Quase entendi, mas não tudo. A cultura do imediato, das conclusões precipitadas deixam-me apreensiva. Podemos conversar com profundidade e presencialmente sobre a nossa vida com alguém e podemos nunca nos conhecermos mutuamente nos pontos mais importantes, digamos, da nossa vida. Há uma semana e meia atrás postei umas fotops de 2004/5 com o meu ex parceiro, pai da minha segunda filha para anunciar o seu falecimento e homenagear alguém que fez parte da minha vida com todos os altos e baixos. Duas amigas conhecidas distintas comentaram que achavam que era um amigo meu e não o pai da minha filha ex parceiro; Mesmo com as fotos nossas lá.. Fiquei dias a pensar nisso. Sobre o facto dele ser negro e talvez para algumas pessoas é inusitado eu ter filhas com pessoas com outro tom de pele e cultura, no caso angolana, e como o nível de intimidade uns com os outros nunca é pleno, mesmo com quem tenhamos partilhado momentos muito intimos. Se nós nem sempre nos auto conhecemos o suficiente, como pretendemos afirmar que sabemos muito ou tudo acerca da outra pessoa e ainda temos ou não sintonia como quem junta água com Tang? Em suma, tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com o meu vigor!
A Piu
Br, 19/01/2023
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