Há mais que uns belos, mas belos mais que belos pares de anos que a ficha vem a modos que caindo. " A modos que" é uma expressão que significa " de certa maneira', vá.
Quando eu era criança, muito, mas muito criança, mais criança que sou hoje - porque nunca podemos deixar ir embora a criança que nos habita ( agora emocionei-me com esta! Espero que não vire cliché!... Oppps já virou!) - eu pensava que idade eu teria no ano de 2000. O ano de 2000 foi chegando, pé ante pé, e lá estava eu com os meus 26 prontinhos para os 27! Nesse meio tempo zás! Nasceu a minha filha Nina. Catrapum pum pu buá buá buá. Vai daí, depois desse choro lá no Hospital universitário de Cuiabá, que era o hospital publico da cidade, pois nmos para o nosso lar doce lar na Chapada dos Guimarães. Mais um buá buá aqui e ali,coisa normal duma criatura que nasce e comunica-se assim para mamar, dormir, limparem-lhe a fraldoni. Coisas de rotina. A única coisa que eu não estava habituada a viver na minha rotina é que seu progenitor, o pai, além de me tratar de qualquer jeito mesmo antes da criatura cegar à luz do mundo a coisa foi-se tornando crónica, crônica. A tónica, tônica era o fulano considerar que as mulheres, mães dos seus flhos, são para oprimir, enfiar o dedo na cara, ameaçar com o argumento que ou nós somos duma determinada cor, ou duma determinada classe social que não vive do seu trabalho explora tudo e todos comos, lá está, uma determinada fatia do meu povo portguês numa determinada época histórica.
Só que não podemos adormecer na fila, pronto a cabeçear como se tivessemos a dar gol de cabeça mas ao lado. Esse perfil de machismo e ao limite de misoginia é realizado com todas as mulheres que lhe passam pelos beiços, como se diz na terra duma das minhas avós.
Em criança eu ouvia a minha mãe de brincadeira tratar a minha tia de Madame Croquete, sendo que elas são filhas de pessoas muito humildes que aqui se denominam de retirantes. Era uma piada interna, seguida por vezes de: Tens a mania que és fina. Já a minha perna grada, grossa, tipica de portuguesa herdo da minha avó paterna que ontem faria 95 anos,mais coisa menos coisa. A minha avó era analfabeta, nunca pintou as unhas como a minha mãe e só pintei quando comecei a morar aqui no Brasil porque sempre estou em casas térreas com terra. Só paradar aquela camuflada que me cuido como uma procesinha bixa grilona e confundir algumas mentes tropicais que não vislumbram que eu, como os meus semelhantes não somos nem filhos de fazendeiros, coroneis e sim netos de camponeses do latifundio e filhos de pequeno burgueses assalariados.
Há uns 20 anos ainda a entender o que aconteceu comigo, naquela relação abusiva ede vez em quando alguns cidadãos e cidadãs brasileiras, para tristeza minha confirmam o preconceito, manifestado em desprezo e desconsideração. Enfiam o dedo na cara por ser portuguesa ebranca, e algumas passam a perna. Mas agora já estou avisada. Assim que percebo faço uma vénia,vênia e pernas para que te quero. Na caminhada encontrarei com toda a certeza seres viventes que se disponham a conhecer paralá da História Oficial, nomeadamente a História Anti fascista Portuguesa entre outras Histórias, como a da Guerra Civil Espanhola e outras resistências que podemos etar a favor ou não dos modos de resistência, mas são o oiutro lado da moeda dos carrascos que um dia invadoram outros continentes. Não quero nem serconfundida com carrascos e algozes, tampouco passar novamente pelo abuso de alguém de quem um dia amei, acreitei e confiei.
Resumindo: Mais vale só e incompreendida do que cair anos e anos na mesma esparrela. E escrever é muito liberta dor. Como rir. Rir da dor não é rir da dor alheia e sim da nossa, logo sinto muito pela dor desse e outros sujeites quesão vitimas duma sociedade classista, racista e segregatória. Mas eu, como nenhuma mulher, crinaça ou homem merece ser mal tarade com preconceito e agressividade.
Namachá shangrilá
A Piu
Campinas SP 28/09/2021
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