Ali estava prostrado naquela longa noite escura. O coração ora batia devagarzinho, ora batia acelerado feito um cachorro louco que abocanhava os seus próprios calcanhares. O mágico tinha esquecido da sua própria mágica, então auto sabotava-se, criando um emaranhado em crochê de polyester que nem de almofada servia. Muito menos de agasalho para se cobrir. Foram anos nisto! Anos!
Era como se todas as estrelas que vislumbrasse fossem meramente aquelas luzinhas vermelhas aeroplânicas que rasgam o céu, mas não são estrelas que ficam lá acompanhando a noite escura e a aquecendo. Essa letargia devia-se ao facto do mágico, que trazia a fórmula mágica dentro de si, não confiar o suficiente em si, no ímpeto de se levantar tranquilamente, caminhar e acender essa tal luzinha interior que ilumina o seu caminho e enxerga com olhos de ver o amor. Inconscientemente considerava que não merecia ser feliz e também nunca ouvira falar de sagrado masculino!!! Uma vez alguém lhe disse que isso era coisa de maricas... Muito mais tarde percebeu que nós também somos as amizades que estabelecemos e o que não nos alimenta temos o dever de lançar para o universo e transformar dor, atrofio emocional em dom. Tudo se transforma quando estamos dispostos a despertar para nós mesmo, descobriu o mágico quando na sua longa caminhada compreendeu que o amor que cultivamos dentro de nós é aquele que vamos atrair para nós mesmos com simplicidade e muita humildade.
Por mais que isso pudesse vir em escrituras sagradas, o mágico só entenderia que era mágico e que todos os acontecimentos seriam amorosamente mágicos quando estivesse disposto a fazer o caminho de volta para casa, para si mesmo, para a sua essência. Isso era essencial para a fluidez dos dias e das noites, também. E aí sim! O mágico atrairia boa aventurança. Transparente, leve e sem medo do depois. Abrindo essa porta, muitas outras se abririam como brisa fresca, morna e acolhedora ao nascer do sol. Essa grande estrela, cuja terra é sua filha. E ele, o mágico, filho da mãe terra que nos dá os alimentos e a oportunidade de estarmos vivinhos da silva Sem essa gratidão definhamos em letargia. E ninguém deseja isso para si mesmo. Pois não é? Se deseja, precisa dum abraço muito profundo para não desejar mais. E um encontro com um abraço é muito bonito. Que de feiúras... Lança para o cosmicómico.
A Piu
Br. 02/01/2017
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