domingo, 7 de janeiro de 2018

OITAVA NOITE: DESCONSTRUÇÃO. CAEM AS MÁSCARAS. REGRESSO AO LAR

Nessa mesma noite, em que tudo parecia acabar o que nunca tinha começado como uma bizarra viagem de assombro onde  caminho de volta para casa mais que urgente era necessário, aconteceu algo revelador, rejuvenescedor, incrivelmente revitalizante. Aquele código de barras invisível que trazemos no chip da nossa inteligência emocional desformatou todo. Na realidade, se é que não existe mais que uma realidade, o código de barras eram os padrões de comportamento que não mais serviam como se de máscaras se tratassem que impediam o encontro intimo, profundo e amoroso com o Eu espiritual. Esse Eu que acolhe. Um Eu sensual, porque inteiro e digno duma existência plena, honrando cada detalhe, cada instante. Fechou suave e docemente os olhos. Sorriu para a vida de peito aberto. Encarou-a de frente. Disse SIM com todas as letras. Um Sim sincero sem o jogo da dúvida, do olhar enviesado, o corpo retrocido. Caso contrário era um NIM, que é uma mistura de SIM mais NÃO.

E as máscaras foram caindo. Caiu a máscara da serenidade que escondia aquele frenesim interior com o seu ruído mental e suas ruminações emocionais. A máscara da bondade também se derreteu. Aquela que parece, mas não é, como qualquer máscara que usamos socialmente para no fundo fugirmos de nós. Da lonjura que criamos para nós mesmos para não estarmos no nosso lar, esse templo que é o nosso corpo, alma e espírito. Mas o auge foi quando a máscara do poder caiu, aquela onde a masculinidade e feminilidade distorcidas se chocam numa valsa grotesca entre relações de poder que tolhe a liberdade do gesto cuidadoso e pleno de carinho. Foi um alivio tão grande cair essa máscara que tudo quer controlar, que diz NÃO ao invés de dizer SIM de peito aberto, frontal com os pulmões esvaziando  e enchendo-se de ar. Quando essa respiração profunda passou a fazer parte da rotina voltou para casa, ao seu lar, abraçando todos aqueles que amava e o seu grande amor com serenidade e entusiasmo. Tudo agora estava fluidamente ao alcance. Porquê? Porque as máscaras tinham caído. Evidentemente como a água ser H2O. Límpida, cristalina e potável. Agora no seu novo código de barras vinha escrito: o amor cura.

A Piu
Br, 07/02/2017

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