sábado, 6 de janeiro de 2018

A REVOLUÇÃO DA SENSUALIDADE

No fundo, no fundo, entretanto, com a vida das feministas era que, nelas, o caNto e a dança tinham participação insuficiente. Chama podia gostar de encená-las, mas a plateia apreciava muito mais assistir a Asmahan ou a uma das aventureiras de Mil e uma noites. Pelo seguinte: essas histórias tinham muito mais amor, mais sensualidade, mais aventura.  As vidas das feministas pareciam girar, todas, em torno de lutas e de casamentos infelizes- nunca sobe momentos felizes e as belas noites- enfim, sobre aquilo que lhes dava forças para ir em frente. "  Todas essas damas superativas foram pioneiras das ideias novas fascinavam o homens árabes", dizia tia Habiba. " Os homens viviam apaixonando-se por elas, mas jamais ouvimos suma só palavra sobre os abraços envolvidos nessa sedução, seja porque as feministas os consideravam politicamente irrelevantes, ou porque censuravam a si próprias, receosas de serem julgadas imorais." (...9 Qualquer que fosse a razão, decidi ali na mesma hora que, se algum dia eu estivesse à frente de uma luta de libertação das mulheres, com toda a certeza não deixaria de lado a sensualidade. Como dizia tia Habiba, " para que alguém rebelar-se e mudar o mundo se não for capaz de conseguir  que está falando em sua vida? E, sem dúvida alguma, o que está faltando em nossas vidas é amor e sensualidade. Para que que organizar uma revolução se o novo mundo vai ser um deserto emocional?!

Mernissi, Fatima " Sonhos de transgressão, minha vida de menia num hárem". Companhia das Letras. SP: 1996

Fatema Mernissi ou Fátima Mernissi (Fez1940 - Rabat30 de novembro de 2015) foi uma socióloga e feminista marroquina.
Como feminista islâmica, Mernissi estava em grande parte preocupada com o Islã e os papéis das mulheres nela, analisando o desenvolvimento histórico do pensamento islâmico e as suas tendências actuais. Através de uma investigação detalhada sobre a natureza da sucessão de Maomé, ela lançou dúvidas sobre a validade de alguns hadices e, portanto, a subordinação das mulheres que ela vê no Islã, mas não no Corão. Na sua opinião, o ideal muçulmano da "mulher silenciosa, passiva e obediente" não tem nada a ver com a autêntica mensagem do Islã. Pelo contrário, é uma construção dos ulemas, os juristas-teólogos masculinos que manipularam e distorceram os textos religiosos para preservar o sistema patriarcal.
Ela escreveu extensivamente sobre a vida dentro dos haréns, do gênero e das esferas pública e privada. Como socióloga, Mernissi realizou principalmente trabalhos de campo em Marrocos.

Homens destacam mulheres de mérito excepcional e as colocam em um pedestal para não terem que reconhecer as capacidades de todas as mulheres. ( Huda (ou HodaSha‘rawi (em árabeهدى شعراوي Hudá Sha‘=

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