sábado, 26 de agosto de 2017

DE QUE LUGAR FALAMOS QUANDO FALAMOS?

Desenho erótico de Picasso. Iiiiiihhhh isto para determinados fanáticos do bem é obra do barrabás. Em nome do bem são capazes sei lá do quê! E eles anadam cheios de moralismos, feitos carrapatos. A melhor maneirados afugentar é cumprimentar assim: "Bom dia buuuuuuuuu!"
Picasso desenhou e pintou a paz. Basta só (?) saber o modo machista como tratava as mulheres. E paz só existe com amor. Machismo é uma enfermidade que urge ser curada com Amor.
Estes dias ouvi uma expressão fantástica: " Os fanáticos do bem". Aproveitando a embalagem ainda acrescento que ele há; " Os militantes das causas quase boa", assim como "Os propagadeores de flores", á não falando dessa mazela que é o " síndrome do oba oba", mazela essa que é como a febre do dengue. É um síndrome que se dá mais preponderantemente em climas tropicais com fortes resquícios de escravatura, desigualdade social  em que para esquecer e/ou abafar os mais profundos sentimentos e emoções abana-se o quadril com os braços levantados como se tivéssemos a acenar para o nada e grita-se: " Oba oba! É tudo fantasticamente MÁ- RA-VI-LHO-SO!!!"

Já os fanáticos do bem, vendo e vivendo num mundo tão cruel e desumano  religam-se a um todo poderoso, que até pode ser ateu. Mas é aconselhável que tenha barbas e cabelos brancos. Rechonchudinho, de preferência.  Cometem mil e uma atrocidades em nome da sua entidade omnipresente. Os fanáticos do bem assemelham-se aos militantes das causas quase boa. Os militantes das causas quase boas criticam, por exemplo, o neo liberalismo. Os seus malefícios, nomeadamente o individualismo, a desumanização e a frieza diante da mãe natureza com os seus seres vivos. Chegam a tecer longas considerações e até mesmo dissertações!!! Mas padecem duma imensa dificuldade de enxergar quem está mais próximo. Essa dificuldade de enxergar também acontece com os propageadores de flores. Dum lugar minimamente cómodo, com o devido merecimento de viver da força do seu trabalho, não entendem ou recusam-se a entender quem não consegue, ainda, viver dignamente do seu trabalho. Ora, aquele que não consegue viver dignamente do seu trabalho traz dentro de si uma inquietação. Mas como o que é politicamente correto é ficarmos de bico calado e agradecer muito as migalhas duma lógica neo liberal que assola as mentes, mesmos dos militantes das causas quase boas  e dos propageadores de flores tomam esses seres pelos braços e dizem com a sua esperança de domingo de manhã:" Mais flores devem sair do teu peito e da tua boca!" Mas quem numa situação de desautonomia financeira está só tem vontade de responder: ###%%%%%%$$$&******** para ti também! Que só consegues ver com metade dum olho e outro está fechadinho cheio de remelas!"

Por exemplo, quem construiu o muro de Berlim eram " fanáticos do bem ou militantes de causas quase boas"? É porreta escutar pessoas que nunca viveram naquele regime, tampouco conhecem pessoas que lá viveram, defenderem aquela #####&&&&%%%%%%%*****.

Também é porreta pessoas que vivem numa condição socio económica no Brasil acima da média, alegarem que alguém que almeja ser valorizado está-se a colocar num lugar de coitadinho. Essas pessoas já saíram do seu sofá, da sua rede ao lado da piscina e conversaram pelo menos com pessoas que não pertencem a uma elite branca e que vivem na periferia? Tem pessoas que  nem o direito a se auto valorizarem tem! Mas a uma elite branca. supostamente informada, considera (ou nem pensa nisso) que as oportunidades são iguais para todos  e ainda são capazes de defender um regime milica ( aquele mesmo que expulsou o Paulo Freire, entre outros, do Brasil).

Enfim, fica a questão: em que lugar e situação nos encontramos quando defendemos nobres causas?

Ah!! E por falar nisso! O que é feito do Santiago Maldonado?

A Piu
in Braziu, 26/08/2017

Nina Hagen. A garota de Berlim Oriental.Neta duma vitima judia do nazismo. Persona non grata na ex DDR. Qualquer pessoa com dois dedos de testa, sabia que regime imposto pela URSS era como viver dentro duma gaiola.







quinta-feira, 24 de agosto de 2017

UNID@S PELO CORAÇÃO SOMOS MAIS


Sim, sou uma romântica. Não me movimento por interesses políticos. Interesses políticos são interesses individuais. No meu ponto de vista. O que me move é a empatia. Após cinco anos de ter migrado para o ""novo"" continente, cada vez estou mais ciente disso. EMPATIA, esse grandioso paradigma. Empatia é um ato politico apartidário. E, publicamente declaro que o que me move é a arte como ação social, em que a lealdade nas parcerias superam os interesses de ocasião e individuais. Daqui a um mês faço 44 anos. Uma idade capicua, assim como o nome Ana. Lê-se da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. Mas existem as leituras circulares em que discussões de esquerda e direita ficam lineares, sem respiração. Muito menos pulsação. Muitas vezes dogmas, clichés de ideais que nada tem a ver com a urgência de viver do nosso trabalho, da nossa arte. Eu, pelo menos, tenho essa necessidade. De viver da minha arte. Com dignidade. E o que me move é ir ao encontro de seres com necessidades idênticas. Interesses políticos, deixo-os para os políticos. Que são mais que as mães. Façamos a diferença, estando unidos pela pulsação do coração. Leve, calmo, agitado de entusiasmo, critico construtivo, sem engolição de sapos que nos deixam sem respiração. Respiremos , então. fzzzzzzzzzzz para atrair o que é edificante sem pretensiosismo. É bom ser romântic@, embora tenha um preço. Mas todas as escolhas acarretam um preço. É ou não é?
A Piu
Br, 24/08/2017


foto: FIAR- Festival de Artes de Rua Portugal 2012
Foto de Ana Piu.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

AS PIRATAS MEDITERRÂNICAS DO BEM

dedicado à minha tia Julieta

Ah hei! Ah hei! Ah hei!
Ah! Olha la a sobrinha da Juju!
Ah hei! Ah hei! Ah hei!

Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um domingo azul
Azul era Belle da sua tia Juju
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle sobrinha da sua tia Juju!


Oh Belle da Juju!
Oh! Oh!
Bella de Juju!
Diz-me cá tu:
És tu a moça 'má linda
De toda a cidade
E foi justamente pra ti
Que inventaram os blues?

Mas oh Belle da Juju
No azul  tu viajas
teus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul

Oh Belle da tua Juju
Oh Belle do 'oio azu'!

Tu lembras a moça bonita
Da barco dos piratas do bem
' Vem cá, vem!
moça do meio da tarde
de um domingo azul

Azul era o seu agasalho da Belle da Juju
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
É a Bellinha de sua tia Juju!
Porquê lês tanto tu?
Porque pensas tanto tu?
Porque falas tanto tu?
Porque que te silencias tanto tu?
Porque falas, pensas, meditas e lês e falas e pensas e dizes tanto tu?

Bella sem frufru!
Oh! Oh!
Belle como ela, elas e tu!

La Belle de Jour
Era a moça 'má linda
De quase toda a cidade
E foi justamente pra ela
Que vai este blues
assim como para a sua tia Juju

Mas não é que a Belle do 'oio azu'
No azul viajava
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle sobrinha da sua tia Juju!
Ah hei! Ah hei! Ah hei!
Ah hei! Ah hei! Ah hei!

obs: a tia Juju, Julieta e Jaleta em criança, tinha umas revistas lá nos anos 80 em sua casa. A revista " Mulheres", uma revista que alertava para a condição feminina. Houve uma época cheguei a achar essa revista ultrapassada. Hoje, em algumas situações e contextos, é atualissíma. Valeu, tia Juju!

A Piu in Braziu, 21/08/2017

Mar Mediterrâneo/ Tunísia- Abril 2006





sexta-feira, 18 de agosto de 2017

DIS PUTAS

Reza a lenda que duas mulheres- em algumas versões duas prostitutas- chegaram diante do rei Salomão alegando serem mães dum mesmo bebé. Ora como o rei Salomão era muito, mas muito perspicaz e tinha uma sensibilidade ancestral da mãe terra e do amor incondicional, diz então assim:
 " Minhas amigas!... ( fez uma pausa para pousar o olhar nas montanhas que desenhavam o horizonte dando um gole na sua shuepz) vamos fazer aqui uma coisa já que vocês estão para aí a se empurrarem uma à outra, aos puxões de cabelo e a criaturinha não pára de chorar. E olhem que eu tenho a fama que tenho todas as virtudes do mundo, mas fico neurótico com os decibéis do choro duma criança!!! Proponho que cortemos a criança ao meio e cada uma leve para casa a sua parte." Uma delas ficou radiante com a ideia. Já a outra caiu em prantos dizendo que preferia ficar sem  menino a este ser cortado ao meio. Vai daí, o rei Salomão que era esperto que nem um rato da cidade diz assim: " ' Prontes'! Dito e feito! A mãe verdadeira é a que caiu em prantos."

Há uns dias atrás alguém dizia-me em conversa que só disputam aqueles que não tem direito sobre. O que é nosso a nós nos pertence. Não precisamos de disputar. Eu ainda acrescento um ensinamento da minha avó: " Devolve o que não te pertence". Olhem que eu nestes dias que escorrem como água num rio percebi que esse ensinamento serve para tudo, não só para coisas materiais. Obrigada avó!

Ora vejamos a palavra 'disputa'. Separemos a primeira silaba da restante palavra. Ah! Já tá lá em cima no titulo!
Há também uns dias atrás tive o prazer de assistir ao vivo à palestrante Leila Navarro. Ela  dizia a determinada altura que não é produtivo para o nosso crescimento pessoal e auto confiança compararmos-nos, criticar, fazer juízos de valores.  Sim, comparar não dá com nada. Cada um(a) de nós tem um propósito ou vários nesta passagem pelo planeta terra. Temos o nosso valor e é absurdo desvalorizar @ outr@ para nos valorizarmos ou desvalorizarmos-nos e ter inveja d@ outr@. Já o criticar tenho algumas dúvidas. Muitas vezes temos atitudes, comportamentos criticáveis. A questão é se essas criticas são ou não construtivas. Em relação ao juízos de valores também é delicado; mexe com uma serie de valores que trazemos muitas vezes desde a mais tenra idade como herança geracional.

Voltemos às mulheres da história que em algumas versões são prostitutas. Porque ser prostituta é tão polémico na nossa e em muitas sociedades? Talvez porque toque em questões mal resolvidas, em fantasias desigualitarias onde alguém subjuga alguém ou se auto subjuga. Embora eu já tenha conhecido histórias de mulheres que diziam que gostavam de ser prostitutas. Agora pergunto, sem juízos de valor: onde começa a ninfomania e acaba na prostituição? A que riscos e humilhações uma mulher que diz que gosta de ser prostitua se sujeita ou não? Talvez se saiba defender por sua conta e risco.

Outro dia vi um post onde a pessoa anunciava o seu trabalho, que à partida nada tem a ver com prostituição. Mas acima da imagem comentava que ela parecia mais uma garota de programa, mas até nem era nada disso. Ora pergunto, sem criticar muito menos sem juízos de valor: esse comentário significa o quê? Quer atiçar a curiosidade, as fantasias sexuais de alguns ou algumas? Quer se justificar a sua inocência diante da ousadia da sua atitude corporal mais a sua indumentária? Fica a pergunta retórica. A liberdade é algo precioso e penso que a mesma tem a ver com o lugar que nós conscientemente nos colocamos. Por vezes, as mulheres principalmente, talvez alguns homens colocam-se num lugar de subjugação porque disputam algo. Seja visibilidade, aceitação, prestigio. O que for. Mas o meu ponto de vista é urgente todas e todos nós despertarmos para novos paradigmas, novos padrões de relacionamento com a nossa essência. Sem (auto) subjugações.

A Piu
Br, 18/08/2017

E o bebé olha como quem diz: Os adultos são uma raça 'muita' estranha. Parece que não sabem o que significa liberdade. Até os meus cabelos ficam em pé, mal nasço! Lá terei de lhes explicar que terão de voltar à sua criança livre.


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A LONGA CAMINHADA PARA A SUPERAÇÃO DA MENTALIDADE SUBURBANA


Numa das biografias dos " The Beatles", John Lennon diz que quando conheceu e se apaixonou por Yoko Ono e se despedia dela era como se voltasse para o seu subúrbio mental. Uau!Que honestidade em se dar conta disso para ele mesmo e que humildade em assumir isso publicamente! Um pop star reconhecidissimo, embora casado e cheio de fãs à sua volta, reconhecer que ama diante de alguém que o desafia, logo o estimula. Uma grande coragem para amar. Sim, é preciso termos coragem para amarmos. Reconhecermos-nos a nós mesm@s, as nossa virtudes e limitações,e por sequência @ @utra é um profundo exercício de auto conhecimento e vontade de auto superação. Amamos quando nos sentimos estimulados. Não? Sim?

Viver numa grande cidade, como Londres, Tokyo, Nova York, São Paulo, Paris, Berlim e viajar  o mundo inteiro não nos livra de deixarmos de ter uma mentalidade suburbana, partindo do principio que essa mesma mentalidade fixa-se em certas e determinadas crenças e referências sem conseguir vislumbrar  que o horizonte é imenso.

Somos curiosos quando sentimos curiosidade. Redundância. Somos interessantes quando nos interessamos. Outra redundância que é sempre bom lembrarmos-nos.

Nesta capa deste livro o Lennon aparece nuzinho, como foi colocado no mundo, em posição fetal a beijar a Yoko, que está toda vestida. Para mim não é uma capa pornográfica, tampouco erótica. É uma capa de renascimento em que o amor está presente. Não sei o que as fãs pensarão. Talvez, algumas gostariam de estarem no lugar dela. Mas agora pergunto-me: alguém que assume a sua suburbanidade mental diante duma amante , o que viria em alguém que se coloca no lugar de fã, logo de baixo para cima? Já não falando dos guinchinhos e dos desmaios. E do " Ai leva-me nem que seja só por um instante!" Não tem problema nenhum os instantes, mas é volátil. Sei lá. Um autografo carnal e pouco mais.

Segundo a biografia que eu li do grupo, os outros ficaram desconfortáveis com esse caso amoroso que era mais que um caso. Era Amor. Esse desconforto tinha a ver com o facto de terem medo que o John Lennon deixasse de amar o seu grupo para amar unicamente a Yoko Ono. Pois é... E o que é o amor?... Quais as suas trajectórias e nuances? Na mesma biografia descrevem que ele quebrou a regra do grupo ao se apaixonar primeiro que a mulher. Olha que interessante!

Há uns anos atrás havia uma revista feminista portuguesa "Mulheres" que certa vez  alertava para o facto da midia em várias ocasiões falar da Yoko Ono como a mulher do Lennon e não como sendo a Yoko Ono. Sendo que esta já era uma artista conceituada internacionalmente antes de conhecer o beatle. Na época eu achei um pouco exagerado essa revista ver machismo nisso. Hoje, cada vez mais, compreendo esse posicionamento. Enfim, ainda há muito emancipação em curso.

Obs: matéria curta e interessante sobre o tema: http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/silvioosias/2017/02/18/o-lennon-que-o-mundo-conhece-deve-muito-yoko-ono/

Ana Piu
Brasil, 17/08/2017

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

LOUCOS SÃO OS QUE NÃO AMAM


Saudosismo é uma coisa, memória viva. É bom viver no tempo presente, olhando para trás com discernimento, sabedoria. Em adolescente desejava ter sido adolescente/ jovem nos anos 60. Mas não em Portugal! Claro! Imagina viver a ditadura fascista, mais a guerra colonial e toda uma série de atrasos comportamentais  que isso acarreta! Mas acredito profundamente que foi muito bonita essa utopia (?) que se viveu nos anos 60 e 70. Uma geração cansada de tanta guerra, espantada com a sociedade de consumo e capitalismo selvagem que acenava com o seu sorrisinho rosa choque. Mas bem vistas as coisas uma revolução contra cultural baseada na tríade de sexo, drogas e rock and roll não passava desse consumo "obrigatório" de nos alienarmos de nós mesmos, causando muitas leviandades e  várias perdas irreversíveis.

Sinceramente sinto-me muito grata de participar desse movimento nova era ancestral, em que o modismo é e deve ser dispensável. Voltar ao lar é entregar o coração ao amor e isso significa respirar, esvaziar a mente de lixo emocional. Oh desafio herculico!

Loucos são os que não amam, que não vislumbram a paixão alheia e não se deixam inspirar.  Não se permitem tocar pelos  "loucos" que querem viver dignamente do seu trabalho, seja este qual for. Loucos são aqueles que conotam os outros de loucos, do seu sofá vermelho desbotado com manchas de vinho das eternas e efémeras festas da tal esquerda festiva. ( Os da direita? Na verdade já não sei quem é quem? Se realmente existe direita e esquerda e se isso é realmente importante. Desculpem a dúvida existencial...) Continuando, manchas essas em  que há sempre alguém que vai faxinar que não os mesmos.  Oh fofinha esquerda caviar!... ;) 

Enfim, " sejamos a mudança que queremos ver no mundo" como sinalizava o Gandhi. Estas duas imagens são da Yoko Ono e o Lennon são tão inspiradoras que dá para escrever vários textos acerca. Mas resumindo e concluindo, o que trazemos dentro do coração é o que nos revoluciona ou não. E a paz e o amor é grande revolução vinda do coração. ( Esta última frase poderia ter escrito na minha adolescência, talvez seja uma eterna adolescente. Não faz mal!)

Ana Piu
Br, 16/08/2017

Não odeies o que não entendes

A guerra acabou

domingo, 13 de agosto de 2017

ERA UMA VEZ AGORA


Havia um coração jovial que durava há mais de mil anos. O seu trabalho era brincar, fazer de conta em ser o que sempre fora. Procurava nos outros o que cultivava dentro de si, embora de vez em quando tropeça-se nas nuvens para logo se abraçar a uma estrela. Distrações. Sabia que no fundo no fundo atraía o que trazia dentro de si. E isso inspirava atenção.Uma espécie de medidor de leveza.
E quando tropeçamos nas nuvens é porque uma pirueta lembra-nos que existe chão e que as asas são infinitamente generosas para acolher o circuito da fluidez. Por isso existem nuvens, assim como asas, sorrisos, estrelas e todas as coisas que nos deixam maiores. Muito maiores. Do tamanho do espaço sideral, vá.
A Piu

Foto de Viajantes Solitários.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

DE VOLTA AO LAR DOCE LAR


" Nunca perder o rumo dos nossos sonhos é um passo para os realizar"
Hanna Piuzivich
" Ilustres Honrarias" é um projeto concebido e coordenado artisticamente por Ana Piu, Hanna Piuzivich num circuito internacional.  Este projeto visa levar artistas profissionais na arte do encontro a um público alvo depois da casa dos 60 anos. Mas quem estiver por perto pode ficar.
Esta é a palhaça Bia, cujo nome é dedicado à minha mãe Bia ( in memoria) e à Bia Quintella, diretora do Operação Nariz Vermelho ( in memoria).
Eternamente grata a todos que acreditam neste trabalho.
foto tirada no Lar de Idosos de Campinas.



domingo, 6 de agosto de 2017

A IMPORTÂNCIA DA DEMOCRACIA


Há uns anitos atrás fiz parte dum elenco dirigido pelo querido João Ricardo. Eu fazia de Puck, que na versão da Hélia Correia era o duende Traquinas. Ora que certa vez um canal televisivo, penso que o Panda se a memória não me falha, numa entrevista perguntou-me qual a sensação de ser actriz/atriz do Teatro Nacional Dona Maria II em Lisboa. Pois... Talvez não tenham perguntado à pessoa certa... ou sim perguntaram. Nunca assisti a essa entrevista nem nunca me veio parar às mãos, mas deixo aqui a resposta que dei na época: " Este espectáculo é uma produção independente que é acolhida pelo Teatro Nacional. Como atriz de teatro é sempre muito gratificante ter a sala cheia, sendo que estamos a apresentar na sala principal. Por outro lado, essa gratificação para mim tanto acontece aqui como numa qualquer Casa do Povo duma qualquer cidade do interior de Portugal, pois foi aí que eu também iniciei a minha profissão teatral. É importante estarmos nos grandes centros como no movimento de descentralização. Apresentar num importante festival na Alemanha ou em França, como já apresentei, a minha prestação é idêntica à de apresentar num lugar sem visibilidade imediata. A arte, no meu ponto de vista, assim como a educação devem ter sempre um cunho democrático. É tão importante para aqueles que já tem acesso como é ainda mais importante para quem não tem o acesso tão facilitado.
A Piu
Brasil, 06/08/2017


A peça vai estar na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II até 28 de Fevereiro

Versão infantil de "Sonho de uma Noite de Verão" regressa ao D. Maria II

https://www.publico.pt/2004/01/29/culturaipsilon/noticia/versao-infantil-de-sonho-de-uma-noite-de-verao-regressa-ao-d-maria-ii-1184231

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL CONTADA EM QUADRINHO


Quando o cabelito se raspa dum lado os cabelos brancos charmosos acenam para lembrar que também já andamos aqui há um tempo, já vivemos umas coisas e lemos outras.

A Piu in Braziu

Foto de Ana Piu.
ASSUSTANDO-SE INETERRUPTAMENTE 

Ahhhhhh ahhhhhhh sai daqui! Eu não te Temo, mas ahhhhhhhh até Tremo.... Os debaixo vão seguir ou já seguem o teu exemplo ?!? Não! Ainda tem gente de boa Índole neste mundo!
Foto de Ana Piu.
ACEITANDO
Ía man, granda piada de mau gosto. Como portuguesa, peço-te por gentileza ( a educação é muito linda e não custa dinheiro) que me contes uma piada de português. Ouvi dizer que tens descendencia libanesa. Eu não sei nenhuma de libanês, mas posso adaptar alguma de português. Pode ser Michel? Mesmo assim não chega aos calcanhares.
Foto de Ana Piu.
RESISTINDO 

Michel! Curtes o meu look? Pergunta a quem te apoia e te comemora desde o primeiro dia. Podes lhes mandar a boa nova:OS PUNKS DO BEM NÃO MORRERAM! Ya, tá-se bem.

Foto de Ana Piu.
SURPREENDENDO-SE 
Ía pai.... O qu'é isto? Ninguém me avisou que ainda estava neste ponto de caramelo.... Xina man! É muito pouco! Como lidar com tanta mentira e difamação?






quarta-feira, 2 de agosto de 2017

ARTE É RESISTÊNCIA

Este artigo é tão contundente que tudo o que eu pensei escrever talvez se torne demasiado para a força deste texto publicado no Le Monde Diplomatique ed. portuguesa de Julho de 2017 da Marina da Silva. Mas já que estou aqui, partilho com vós outros como me revejo neste relato com a devida humildade, pois não há termos de comparação entre enfrentar uma crise financeira que nos coloca no desemprego com uma situação de estado sitio, guerra.

Revejo-me nessa necessidade de continuar, quando tudo parece desabar. E quando dá aquela indignação e ao limite aquela raiva de nos encontrarmos quase que encurralados e tratados algumas vezes com leviandade. Mas... Mas! Há sempre uma saída! Com amor, vá! A raiva bem canalizada leva-nos ao amor. Pois é um grito vital. De sobrevivência. PORQUE ESTAMOS VIV@S!!! " A vida é aqui mais forte que a morte!", como diz Haythem Abderrazak.

Vida longa para nós todos com o paradigma da solidariedade e criatividade! Sem disputas de ego, tampouco de não cairmos no esquecimento uns dos outros. A nossa vida é preciosa. A todos. Sem excepção.

A Piu
02/08/2017













































































Foto de Ana Piu.
Resgnificar a dor é um ato de profundo amor à vida.


Foto de Ana Piu.
Se ser teimoso é ser resistente, então que sejamos teimosos.


Foto de Ana Piu.
Bravo! Bravo! Mil vezes bravo!
Foto de Ana Piu.

Sim, o teatro assim como outras artes são ferramentas formidáveis. Sendo que o teatro é a arte do encontro.