domingo, 31 de dezembro de 2017

A PIU BABRUCHA ESPINHOSA (de tez judia, árabe, holandesa das Polónias froteiriças com a Germânia e tetra sobrinha do Spinoza!!!!) DESEJA A TODOS UM GRANDIOOSO, GRANDILOCO, ESPLENDOROSO, FUNEMENÁSTICO, FABULÓTICO 2018 E UM ABRAÇO GEOMETRICAMENTE REDONDO E CIRCULAR EM TRIÂNGULOS E RECTÂNGULOS SOBREPOSTOS NUMA CONJETURA COSMICÓMICA


DEUS SEGUNDO SPINOZA
“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade
fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo
o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem,
no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos,
de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar
a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar,
que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida,
que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada,
terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste,
se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias
teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui,
que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.
Baruch Spinoza
Baruch de Espinoza[1] (24 de novembro de 1632, Amsterdã — 21 de fevereiro de 1677, Haia) foi um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.
A sua família fugiu da Inquisição de Portugal. Foi um profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de judeus como Maimónides, Ben Gherson, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés de Córdoba e outros. Também se dedicou ao estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro, Lucrécio e também de Giordano Bruno. Ganhou fama pelas suas posições opostas à superstição (a sua frase Deus sive natura, "Deus, ou seja, a Natureza" é um conceito filosófico, e não religioso), e ainda devido ao fato de a sua ética ter sido escrita sob a forma de postulado e definições, como se fosse um tratado de geometria.

Spinoza. Oh o nariz! O o olho! E o sorrisinho? Oh!
 Espinhosa. Oh o nariz! O o olho! E o sorrisinho? Oh!
Adicionar legenda

TERCEIRA NOITE: A RAIVA E O PODER DAS ESTRELAS E DA LUA

A raiva não era propriamente um sentimento, uma emoção politicamente correta. Assim sendo ainda ficava com mais raiva quando era olhado com desdém por aqueles que, aparentemente calmos, lhe diziam: " Andas muito nervoso. Igualzinho ao teu avô."  Nem nunca conhecera o avô! Ainda mais essa! Fugiu para  a Venezuela deixando a sua avó com quatro filhos pequenos! Sem nunca mais dar noticias a não ser  no fim da vida quando veio pedir para acabá-la no seu lar... A avó submissa assim aceitou. " Assim é a vontade de Deus!". Ele ainda indagou que Deus era esse que ela trazia dentro de si e que a fazia se desrespeitar a si mesma. Isto teria ele 5 anos. Mas depois, com o tempo, depois de ter sido mandado calar cresceu sem limpar os pés antes de entrar em casa e mais velho cobriu tudo o que estava ao seu alcance de cimento. Uma espécie de fobia à terra e à natureza. Isto aconteceu depois desse tal avô de ter sido enterrado pouco tempo mais tarde de lhe terem dito: "Shiuuuuuuu! Aqui criança não tem opinião!!!! Baixa a bola e respeita os mais velhos!" Foi a primeira vez que sentiu realmente raiva. Além de mandarem-no calar disseram que ele não respeitava os mais velhos. Como assim? Ele respeitava muito a sua avó! Ainda demonstrou alguma ira batendo com a porta. Resultado: levou uma sapatada, além dum sermão acerca da feiúra de sentir raiva.

Hoje, homem já crescido, ainda não sabe como lidar com a sua raiva pois desde esse episódio ficou a confusão entre o que é sentir raiva como ato de amor ou como ato de desprezo. Caminhou um pouco. Lavou o rosto num lago cuja água estava estagnada. A sua imagem refletida estava um pouco distorcida. De noite procurou as estrelas. Viu uma estrela cadente, pronuncio de sorte. Tentou agarra-la. Mas as estrelas não se pegam com a mão e sim com a alma. Algumas já nem existem, segundo os cientistas, são o brilho que ainda chega delas à velocidade da luz. Na noite escura, o homem caminhou debaixo do brilho das estrelas que estão, as que estão mas não estão e as que são cadentes. Havia um grande segredo que este ainda estava por descobrir: as estrelas, assim como a lua, iluminam o caminho e movem águas estagnadas diluindo raívas e revolvendo a terra para que o cimento volte a pequenas partículas insignificantes que não passam de máscaras para esconder a nossa própria essência. E a essência é incrivelmente brilhante; duma beleza única.

QUARTA NOITE: O RESSENTIMENTO

A Piu
Br, 31/12/2017

sábado, 30 de dezembro de 2017

SEGUNDA NOITE: A TRISTEZA QUE ENCOBRE O GRANDE MISTÉRIO DA VIDA

Na primeira manhã, antes da segunda noite, à seguir à primeira em que sob a tempestade o homem submeteu-se a um duelo ao sol da meia noite obscurecido pelas negras nuvens,  dormitava contorcendo-se sobre as feridas abertas. Ainda chovia e abatia-se um silêncio ensurdecedor, como aquele que se faz ouvir na Escandinávia até mesmo na Islândia e Gronelândia. Embora na Islândia era um pouco diferente. Lá os golfinhos organizam-se e viram os bancos de pernas para o ar.
A tristeza é um direito- assobiava o vento como um sussurro- Só assim podemos abraçar a noite escura que habita dentro de nós e a trazer para a luz do dia.
Mas depois da mulher ir embora, embora tivesse insistido para ficar e depois desistido e outra vez insistido até se desenvencilhar  desse abuso emocional que tinha escolhido para si mesma, o homem sentia-se profundamente triste e achava que aquele era um estado que determinava o seu carácter. Tal como a mulher, não se permitia respirar e considerar-se merecedor da felicidade como estado de simplicidade e humildade diante do grande mistério da vida.

Adormeceu e sonhou com o amor, mas mesmo essa andava um tanto distorcido guarnecido de domínio, possessão, complexo de superioridade e inferioridade. O grande mistério cósmico estava encoberto por uma grande névoa de confusão, de inconsciência que cada ser é uma partícula ínfima e que simultaneamente é  o grande mistério da criação imensurável. Sonhou também com uma mulher deitada num quarto vazio, na beira da estrada. Do lado dessa mulher a estava um urubu que dizia que iria comê-la, pois ela estava morta. A mulher falou que não estava morta, mas urubu disse que ela estava sozinha. Então, o homem entrou e sufocou o urubu. Chamou a mulher, mas esta não se levantou. Ele continuou solitário mas feliz por ter-lhe salvo a vida. A mulher sentia-se agradecida mas em silêncio.

O homem sentia uma profunda tristeza, fruto de memórias antigas muito antes dele, que o impedia de amar na plenitude. Assim se passava com a mulher com quem ele lutara ao sol da meia noite coberta pela lua em quarto minguante. Assim se passava com muitos homens e muitas mulheres no mundo inteiro desde tempos imemoriais. Diante da tristeza sentiu raiva, manifestação máxima da tristeza. Uma incapacidade aparente de na plenitude amar. Urgia limpar essas memórias, mas isso ainda não sabia. Então sentiu raiva. Mas do caos tudo se pode re inventar. Nessa noite choveram folhas. Folhas mágicas que limpam as raivas e ressentimentos. Mas isso ainda estava por ser descoberto pelo homem.

TERCEIRA NOITE: A RAIVA

A Piu
Br, 3012/2017



A

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

PRIMEIRA NOITE: O MEDO

Há muito o sol se pusera. Majestosa e timidamente atrás duma nuvem. Outras nuvens vieram, que juntas formavam uma enorme massa escura. O vento abanou as árvores, avisando da chegada do temporal. O homem sentiu medo como um menino que pede por colo. As árvores abanaram mais até que o céu estremeceu. Agarrou-se a uma árvore e abanou. Qause levou com um raio em cima. os Deuses estavam furiosos de o homem, dos homens viverem na mentira. O homem correu para se abrigar. Uma mulher que ali passava, exuberante mas com uma energia ressabiada deu-lhe colo. Por carência e vicio da mentira deixou-seficar. Mas como a mentira não se sustenta havia duas hipóteses a três hipóteses: fugir, cortar a sua própria cabeça ou cortar a cabeça da mulher. A mulher olhou-o com um ar desafiador. Exuberante e ressabiada podemos adivinhar o duelo sobre a tempestade que aconteceu. Era um jogo de domínio que não saía do mesmo lugar. Uma espcie de mediocridade estabelecida entre as frentes. Era assim que funcinava há séculos entre homens e mulheres cuja masculinidade e feminilidade distorcida. Um vivia na mentira para fugir do amor, o outro simulava amor para viver numa espécie de mentira e vice versa e troca o passo. Ambos se desdenhavam, mas para manter as aparências da sua própria existência riam alto duma sensualidade duvidosa. Quem ganharia o duelo?

Cenas seguintes a deenvolver:

SEGUNDA NOITE: A TRISTEZA

TERCEIRA NOITE: A RAIVA

QUARTA NOITE: O RESSENTIMENTO

QINTA NOITE; LETARGIA

SEXTA NOITE: INTROSPECÇÃO

SÉTIMA NOITE: ASSOMBRAMENTO

OITAVA NOITE: DESCONSTRUÇÃO/CAEM AS MÁSCARAS

NONA NOITE: CHORO COMOVIDO

DÉZCMA NOITE: AUTO PERDÃO

DÉCIMA PRIMEIRA NOITE: AMOR PRÓPRIO

DÉCIMA SEGUNDA NOITE: DESAPEGO

DÉCIMA TERCEIRA NOITE: AMOR  PRÓPRIO

DÉCIMA QUARTA NOITE: PAZ INTERIOR

DÉCIMA QUINTA: ABERTURA DO CORAÇÃO

DÉCIMA SEXTA NOITE: RECONHECIMENTO DE TODOS OS PADRÕES A REESCREVER. EXERCÍCIO DE HUMILDADE. SONHA QUE ANDA À PORRADA COM O PAI E COM A MÃE.. ASSIM COMO COM OS AVÓS E IRMÃOS.

VIGÉSIMA NOITE: NOITE LONGA, TURBULENTA. SOLIDÃO. DESESPERO. ENCONTRO COM O EU. AMOR.. ENCONTRO COM UM BALDE DE MERDA. LIMPEZA DO BALDE  DE MERDA. RISO SUA SUA PRÓPRIA MERDA. DESCIDA ATÉ À CAVE. MANDA TODOS OS PADRÕES FAMILIARES E SOCIAIS QUE O SUFOCAM DAR UMA GRANDE VOLTA.
 LIBERTAÇÃO. AMOR.

A Piu
Br, 29/12/2017

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O MISTÉRIO DA INSPIRAÇÃO

" Ela curaria a alma perturbada do rei simplesmente conversando com ele sobre coisas que haviam acontecido a outros. Levá-los-ia a terras distantes para que observasse costumes com que não estava familiarizado e pudesse assim aproximar-se do que havia de estranho dento de si próprio. Ela o ajudaria a ver a prisão em que estava encerrada: o ódio obsessivo que sentia pelas mulheres. Sherazade tinha a certeza de que, se conseguisse fazer com que o rei visse a si próprio, ele haveria de querer mudar e sentir mais amor. (...)
Assim que entrou no quarto do rei Schahrir, Sherazade começou a contar-lhe um história maravilhosa- interrompida pela narradora espertamente no momento de maior suspense- que o rei não suportou separar-se dela ao alvorecer. De modo que a deixou viver mais uma noite para que terminasse de contar a história. Mas, na segunda noite, Sherazade contou-lhe outra história maravilhosa, o céu clareou e ainda faltava muito para a narrativa chegar ao fim, o que levou o rei a consentir, ainda essa vez, que a moça continuasse vivendo. O mesmo tornou a acontecer na noite .
seguinte, e na seguinte, e na seguinte, mil noites seguidas, o que dá quase um total de três anos, até o ei não conseguir imaginar a vida sem ela. A essa altura, eles já tinham dois filhos, e passadas mil e uma noites ele renunciou a seu terrível hábito de mandar cortar a cabeça das mulheres.

nota ada autora: Fiquei pasma ao perceber que muitos ocidentais consideravam Sherazade  uma contadora de histórias atraente por seus encantos pessoais mas um tanto simplória, alguém que diverte com enredos inócuos trajada fabulosamente para apresentá-los. No nosso lado do mundo, Sherazade é vista como uma corajosa herína e uma das fíguras míticas femininas que possuímos. Sherazade é uma estrategista e uma pensadora com poderosos recursos, que utiliza seu conhecimento psicológico dos seres huamanos para conseguir que avancem mais depressa e pulem mais alto. À maneira de um Saladino e de um Simbad, ela nos torna mais ousados e mais confiantes em nós próprios e em em nossa capacidade de transformar o mundo e seus habitantes.

Mernissi, Fatema "Sonhos de transgressão- minha vida de menina num harém, Companhia das Letras. SP: 1996.


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O MARIALVA QUE TINHA PERDIDO OS ÓCULOS NO CAMINHO

- Comigo é assim: quando elas acham que estão na minha mão eu... crááááá! Como se faz às galinhas. Mas amam-me. Todinhas. Mas ai que isto e aquilo. E eu? E eu? Eu: cráááá! O amor não se encontra assim de qualquer maneira. Ele vem quando menos se espera. A mim nunca veio. Sou um sujeito solitário, mas a mim ninguém me dá a volta. Aquela ali acha que pode pôr e dispôr, a outra lá escreve muito,  a outra é esforçada mas é melhor ir vender pasteis, a outra faz o meu estilo mas é maluca, a outra e a outra e mais a outra é só para dar umas voltinhas.

- E homens? Marcha algum?

- Euuuuu! Sou macho!!!! Já beijei um no Carnaval porque achei que fosse uma. Bem... eu já tinha bebido um pouco e quis experimentar... Vá!

- E achas que a mulherada ama-te?

- Oh aquela lá armada em estudiosa ama-me obcesivamente. A outra é artista demais para o meu gosto. Menos. Menos. A outra, aqui para nós, fala coisas que eu não entendo então é melhor desprezá-la. Mas todas me amam.

- ' Tás realmente convencido desse teu super heroísmo?

- Super heroísmo? Eu sou o tal, o borracho, o mais  que demais, o gostoso cá do bairro até os homens me chamam machista. O que eles têm sei eu bem!!! INVEJA!

- Sim, sim. Vejo que que 'tás a ir por um bom caminho. Só por curiosidade. Já marcas-te algum encontro amoroso contigo mesmo? Ou melhor não? A ilusão é uma adrenalina. Um analgésico de nós mesmos. Verdade?

- Mau!!!... Queres veres este, mais as suas filosofias e introspeções?!?!?! Deves 'tar carente, mazé!

A Piu
Br, 27/12/2017

José de Almada Negreiros





A POESIA ESTÁ NA RUA

Há sempre um lado positivo nas crises. Por vezes até vários. Pode parecer bizarro, mas as crises servem para respirarmos fundo e olharmos para dentro e " Alê hop!". Sacudir a poeira e caminhar. O caminho faz-se caminhando. Redundância em tom de trava línguas. Não existe caminho para a paz. O caminho é a paz. Citando o Gandhi.
Há uns dias atrás, nesse exercício de olhar para dentro apareceu a pergunta: " Qual o foi o acontecimento que magoou mais nos últimos três anos e que ainda te possa magoar? Porque se essa dor não está definitivamente resolvida atrapalha o caminhar."
Ora deixa cá ver, pipiripipiu..... 2014.... Ah! Naquele Carnaval de 2014, em que a PM, atirou sobre as pessoas enquanto estas pulavam o Carnaval. Disseram eles que era "só" uma experiência!...  Como foi num local perto duma universidade e com pessoas com um capital cultural e económico supostamente respeitável diante das autoridades a coisa ficou por ali. Algo que acontece de forma mais trágica, recorrentemente, na periferia.
Mas não foi isso que me magoou realmente. Aliás! Eu tinha saído uma meia hora antes, pois acabara de saber da passagem da minha avó, que era como uma mãe!!! Morreram muitas pessoas queridas e próximas, do outro lado do mar, desde que aqui estou. Mas a partida da minha avó eu temia desde há muito. Mesmo saltimbanca eu duvidada como seria viver essa despedida. Mas como velhinha que já estava, sei que ela se sentiu agradecida por ir. Ninguém fica cá e ela já estava cansada. Deixou amor. Isso é o mais importante. Deixarmos amor quando partimos.
Mas, entretanto, nessa minha introspecção de há uns dias atrás, percebi que o que me magoava como alfinetes no coração que me deixava a respiração ofegante era a crise financeira e suas consequências, entre as quais desemprego, e outras medidas neo liberais tais como a dívida externa contraída por uns e exigindo à população trabalhadora que pagasse. Essa mesma crise que estava a acontecer no sul da Europa parece que a maioria aqui desconhecia tal facto. Bizarro. Constrangedor até. As pessoas não tomam conhecimento da conjectura internacional? Essa conjectura reflete-se no panorama nacional, mais tarde ou mais cedo. Não? Mas hoje vêm me dizer que agora está bom para se viver em Portugal.... De onde tiraram essa informação para eu dar a boa nova aos meus próximos e aqueles que emigraram. Está bem, o governo hoje está um pouco mais à esquerda mas Portugal virou uma colónia de férias. Uma espécie de parque temático gourmet para turistas da Europa do norte e outros com o mesmo poder de compra.
Um dia ouvi dum conterrâneo meu que se o Brasil ainda fosse "nosso" (?!?!?!) não estaríamos a passar esta crise (?!?!?!?!?!?!) Escusado será dizer que senti vergonha,indignação e todas essas coisas que nos deixam os cabelos e os pelinhos dos braços em pé, mas que não são tão elevadas em termos vibracionais como a alegria e o amor. Pessoal! Vocês sabiam que a física quântica prova que a alegria tem uma vibração mais elevada que o amor? Resumindo, a alegria é tudo! Alegria de viver. Alegria de ser estar. Alegria da poesia. Alegria de ir e voltar. A alegria de estar na rua. Enfim, quando estamos alegres atraímos pessoas alegres. A isso chama-se lei da atração. Foi isso que, resumidamente, aprendi ao ir lá ao fundo e não me afogar. Embora esbraceje. Faz parte. Mas para não nos afogarmos temos que relaxar o corpo, boiar e manter a boca e o nariz de fora. Umas vezes não nos calamos e metemos o nariz naquilo que supostamente não somos chamados e também nos silenciamos para escutar a batida do coração e ficarmos mais leves. Como o Sérgio Godinho canta: " Aprende a nadar companheiro que a maré se vai levantar. Que a liberdade está a passar por aqui. MARÉ ALTA! MARÉ ALTA!"
Outra coisa que tenho confirmado, por mais que custe às vezes, é que somos responsáveis com tudo o que nos acontece. O que semeamos, plantamos, atraímos, repelimos e lidamos.
Abraço no coração, que a voz do coração é muito esperta. Inteligentissima!!! A mente é que tem a mania que é melhor que tudo. Magana. Mal sabe ela. 
A Piu
Brasil, 27/12/2017



Foto de Ana Piu.


Maria Helena Vieira da Silva GCSE • GCL (Lisboa, 13 de junho de 1908 — Paris, 6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956.

Pintura realizada na ocasião da revolução dos cravos de 1974 em Portugal que deu fim a uma ditadura fascista ( 1932-1974) e à guerra com os países africanos( 1962- 1974), uns chama de guerra colonial e outros de guerra pela independência.



Foto de Ana Piu.
Maria Helena Vieira da Silva GCSE • GCL (Lisboa, 13 de junho de 1908 — Paris, 6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956.

Despertou cedo para a pintura. Aos onze anos ingressou na Academia de Belas-Artes, em Lisboa, onde estudou desenho e pintura. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Em 1928 foi residir para Paris, onde estudou com Fernand Léger, e trabalhou com Henri de Waroquier (1881-1970) e Charles Dufresne. Em Paris conheceu o seu futuro marido, o também pintor Árpád Szenes, húngaro, com quem se casou em 1930.

Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa
Realizou inúmeras viagens à América Latina para participar de exposições, como em 1946 no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Devido ao facto de o seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. Então, o casal decidiu residir por um longo tempo no Rio de janeiro - Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra. No Brasil, entraram em contacto com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira. Ambos exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.

Vieira da Silva foi autora de uma série de ilustrações para crianças que constituem uma surpresa no conjunto da sua obra. Kô et Kô, les deux esquimaux, é o título de uma história para crianças inventada por ela em 1933. Não se sentindo capaz de a escrever, a pintora entregou essa tarefa ao seu amigo Pierre Guéguen e assumiu o papel de ilustradora, executando uma série de guaches.
A partir de 1948 o Estado Francês começa a adquirir as suas pinturas e em 1956 tanto ela como o marido obtêm a nacionalidade francesa. Em 1960 o Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts, a 9 de Dezembro de 1977 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 1979, torna-se Dama da Ordem Nacional da Legião de Honra de França e a 16 de Julho de 1988 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.[1]

Participou na Europália, em 1992, e veio a morrer nesse ano.

Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa e a Escola Vieira Da Silva, em Carnaxide.

Em 2013, a União Astronómica Internacional deu o nome da artista plástica a uma cratera em Mercúrio.

Em abril de 2016, a sua obra Biblioteca em fogo foi seleccionada como uma das dez mais importantes obras artísticas de Portugal pelo projeto European
















terça-feira, 26 de dezembro de 2017

CONTRATEMPOS DO AMOR/ PÁSSAROS LIVRES QUEREM VOAR



O homem sabia amar, mas não sabia.
O homem amava, mas não amava porque o amor que recebia era distorcido, dum masculino distorcido: controlador, moralista, autoritário Machismo alpha... Coitado do homem que não gozava de outros exemplos. A fanfarronice do pai atrapalha.. Homem que não chegava a menino. Menino que não chegava a menino. 
E tem também a mulher, o arquétipo da loba selvagem, desnorteada (?) norteada, filha do ancestral do suposto lobo mau e lerdo portuga (??), visto em terras tropicais até aos dias de hoje!!!!... Quando resilientes o pisar é mais à mão, mas depois vira piada.
O homem amava, mas não sabia amar. Mascarava-se de fofinho, vilão, cobarde, carente, corajoso. Mas porque não amava na plenitude vivia de carência em carência cujas máscaras derretiam ao sol, ao calor do coração.
O homem não amava na plenitude porque tinha medo do tamanho desse sentimento maior: o Amor. 
Mas todas as máscaras derretem diante da luz da claridade do sentimento. O controlo é um mero adorno.... Adorno é morno. Amor é duradouro.
A Piu
Br, 24/12/2017



pintura: Mário Botas

NO DIA EM QUE MENINA MOÇA MULHER SE DESENVENCILHOU DA SUA MASCULINIDADE E FEMINILIDADE DISTORCIDAS



Naquela terra, até então, quem mandava era o pai, o avô, tio ou tutor. A virada do século estava aí. Já não falando do milénio. Mas a menina moça mulher de gestos certeiros puxava o lustre da bota cardada da entidade patronal. " Filha minha só namora e se casa com sujeito decente e segundo as minhas regras! A filha é minha e não admito aqui faltas de respeito!" Uma irmã sua, tia da moça menina mulher sua filha tinha zarpado, diante de tanta imposição que assombrava até uma noite de lua cheia ou um dia de sol radiante depois dum chuvarada para lavar a alma. Essa tia, já bem longe dessa vibra, tinha tido a fibra de se desenvencilhar de um dito casamento de 20 anos que ela concluíra que era institucional. Já a petiz, por orgulho e insegurança, aceitara as regras autoritárias que ela achava que a protegiam. Sacrificando a sua feminilidade selvagem. A sua voz do coração cantava desafinada. Como tal, qualquer cântico de coração alheio ela logo batia com a bota cardada do pai e certificava-se que ninguém a tomava por parva. Bobalhuda, vá. Isto durou anos. " Se não sentimos alegria plena, mais ninguém pode sentir! E a mim ninguém me engana!", pensava.
Mas a mulher menina moça também não era assim uma carrasca, tal como o seu pai também não era. Era o jeito que conheciam que já vinha dos seus antepassados. Um jeito tradicional, conservador de viver e não deixar viver. Digamos. Há quem chame isso de carma. Assim como também é dármico romper com esse carma, pertença-nos ou não.
Um dia, do alto da falésia entre o mar e as grandes montanhas a perderem-se de vista pôde escutar a voz do silêncio e percebeu que reprimir a sua alegria e alheia, aquela que vibra inocentemente, além de ser um desperdício de tempo era um desperdício de tempo.
A Piu 
Br, 26/12/2017



pintura: Paula Rego

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Ho’oponopono, Oração Original ( origem: Havai) Morrnah Namalaku Simeona

Divino Criador, Pai, Mãe, filho - todos em um.
Se eu, minha família, os meus parentes e antepassados ofendemos Sua família, parentes e antepassados em pensamentos, fatos ou ações, desde o início de nossa criação até o presente, nos pedimos o Seu perdão. Deixe que isto se limpe, purifique, libere e corte todas as memórias, bloqueios, energias e vibrações negativas. Transmute essas energias indesejáveis em pura LUZ. E assim é.
Para limpar o meu subconsciente de toda a carga emocional armazenada nele, digo uma e outra vez durante o meu dia as palavras-chave do Ho’oponopono.
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Declaro-me em paz com todas as pessoas da Terra e com quem tenho dívidas pendentes. Por esse instante e em seu tempo, por tudo o que não me agrada de minha vida presente
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Eu libero todos aqueles de quem eu acredito estar recebendo danos e maus tratos, porque simplesmente me devolvem o que eu fiz a eles antes, em alguma vida passada.
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Ainda que me seja difícil perdoar alguém, sou eu quem pede perdão a esse alguém agora, por este instante, em todo o tempo, por tudo o que não me agrada em minha vida presente.
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Por este espaço sagrado que habito dia-a-dia e com o qual não me sinto confortável.
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Pelas difíceis relações das quais guardo somente lembranças ruins.
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Por tudo o que não me agrada na minha vida presente, na minha vida passada, no meu trabalho e o que está ao meu redor, Divindade, limpa em mim o que está contribuindo com minha escassez.
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Se meu corpo físico experimenta ansiedade, preocupação, culpa, medo, tristeza, dor, pronuncio e penso: Minhas memórias, eu te amo! Estou agradecido pela oportunidade de libertar vocês e a mim.
EU SINTO MUITO, ME PERDOE, EU TE AMO, SOU GRATO.
Neste momento, afirmo que TE AMO. Penso na minha saúde emocional e na de todos os meus seres amados… TE AMO.
Para minhas necessidades e para aprender a esperar sem ansiedade, sem medo, reconheço as minhas memórias aqui neste momento.
SINTO MUITO, TE AMO.
Minha contribuição para a cura da Terra:
Amada Mãe Terra, que é quem Eu Sou…
Se eu, a minha família, os meus parentes e antepassados te maltratamos com pensamentos, palavras, fatos e ações desde o inicio de nossa criação até o presente, eu peço o Teu perdão deixa que isso se limpe e purifique, libere e corte todas as memórias, bloqueios, energias e vibrações negativas, transmute estas energias indesejáveis em pura LUZ e assim é.
Para concluir, digo que esta oração é minha porta, minha contribuição, à tua saúde emocional, que é a mesma minha, então, esteja bem. E na medida em que você vai se curando eu te digo que...
Eu sinto muito pelas memórias de dor que compartilho com você.
Te peço perdão por unir meu caminho ao seu para a cura.
Te agradeço por estar aqui para mim...
E TE AMO por ser quem você é.




Se no sagrado feminino a mulher fala com o seu útero e mão terra ( pachamama) no sagrado masculino o homem fala com que parte do corpo sem ser com o falo numa meramente falocêntrica? Partindo do principio que fala também com a mãe terra ( pachamama) e honra-a.

A Piu
Sinto muito
Perdão
Amo-te
Sou grata

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

A MÁSCARA DO ESQUECIMENTO DA SUA CONDIÇÃO


Corri atrás da sombra esta escondeu-se atrás do sol
Corri atrás do sol e este armou-se com uma armadura de ferro
Corajosamente cobarde
mas o que é luz e transparente não se esconde, só se ausenta para surgir mais forte
De oprimido passou a opressor
Aquele que esqueceu que o avô veio no navio definhando de fome, fugindo da morte lá da Itália, de Espanha, Portugal, Lóbano, Ucrânia, Alemanha estc etc etc
Corri atrás da sombra e esta escondeu-se atrás do sol. Oprimidos ascendendo a serem opressores, "só" porque eram neo escravos brancos. Dum ridículo constrangedor. Do patriarcado , em que o falocentrismo é de encolher os ombros de tão infantiloide que é mas que dura até hoje e causa neuroses. Tristezas profunda.
Jesus era comunista. Isto para os crentes é blasfémia. Isto para os comunistas é também blasfémia. Todos farinha do mesmo saco. O que os une é o dogma e não a liberdade, muito menos a consciência.
BEM VINDA NOVA ERA! TÁS AÍ? EU SINTO QUE TÁS AÍ! Cada um no seu momento. Mas, por gentileza, não nos pisem nem nos tratem por lerdos. Gratidão sincera. Quem diz é quem é. Lava a cara com chulé!
A PIu
uma lusa tropical 20/12/2017

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

QUEM TEM ESPERANÇA NÃO CANSA ou LIBERDADE NÃO RIMA COM AUTORITARISMO E SIM COM AUTORIDADE ( de autoria/ responsabilidade)



" Desde jovem compreendi que a Educação e a Saúde tinham que ver com a democracia e que eram incompatíveis com a ausência de liberdade. (...) A educação e a terapia são factores de positividade, duas antevisões de futuro, duas linhas de um horizonte possível e desejado. são uma mensagem de esperança- com e pela educação a terapia vai para além da remediação, vai para além do constragimento; pela terapia a educação desbloqueia e provoca alteridade e diálogo. (...) " educar é relacionar-se... o amor é o que faço com as coisas da reciprocidade" (...) " a verdadeira obra criativa é a do próprio Eu"
Carvalho e Branco, Maria Eugénia " Vida, pensamento e obra de João dos Santos", Livros Horizonte, Lisboa: 2000.
Diante deste inspirador livro que trago na bagagem desde o outro lado do mar, além do Courrier Internacional de novembro de 2017 versão Portugal em que fala duma série de coisas que nos confirmam a falência dos ismos despóticos, focar-me na obra do João dos Santos para que o alento se alimente é um ato de resistência e esperança.
Neste imenso Brasil ainda não li em lugar nenhum acerca do centenário da Revolução de Outubro. Verdade seja dita, tenho passado ao lado do jornalismo. Pois este, além de ser muitas vezes descaradamente tendensioso, é pessimista, criando no leitor e consumidor de informação desesperança. Levando o leitor convencido que está informado a mergulhar na cultura do medo e da insanidade emocional que reina por aí nas relações micro e macro.
Adianto desde já, para os medrosos, que receiam que os komunas possam voltar a imperar o mundo..., Muxaxada!... esse império acabou em 1989! O muro caiu lá em Berlim e a Perestroka avançou. Graças adeus!  Joguem tomates, de preferência vermelhos, que não me importo ser alvo dos beatos revolucionários que se usurparam da luta dos trabalhadores e dos oprimidos para exercerem controle e poder. Zut para os chatos e chatos que querem ditar como devemos ser livres no nosso viver do dia a dia de todos os dias!!! Se cada um de nós nos cuidarmos a nós mesmos, já é um ótimo contributo para a sociedade, em que não precisamos de enfiar o nariz na vida alheia e ditar regras. Quando cuidamos de nós mesmos apuramos o poder da escuta e da alteridade. Em suma, da empatia. Está na moda ir à terapia. Ide! Cada um que escolha a que lhe aprover melhor. Mas esse já é um passo transformador. Libertar-se das crenças egoicas mascaradas de boas causas. Se a democracia serve para alguma coisa, que esta seja participativa ao invés de representativa. Ufa! Grande desafio que exige estudo e dedicação de cada cidadão!
Só sei que o coração é vermelho e quando se escuta a si mesmo é livre de tendências e autoritarismo. Isto é, é dum vermelho apartidário. Diria: ahhh.... libertário! Livre, em suma, nos entretantos. É importante não esquecer de lembrar dessa memória do fundo dos tempos, muito antes das relações de poderzecos. Assim considero... Na essência, antes de tudo, somos seres vivos de carne, osso, alma e espírito. Cada um terá de fazer a sua parte no grande exercício da ecologia das emoções para que esta passagem seja leve, livre e pulsante.
A Piu
Br, 12/12/2017

sábado, 2 de dezembro de 2017

TANTO TANTRA PARA RECRIAR A MANTA PARA UMA TRANSFORMAÇÃO SENSUAL


Este breve texto não pretende ter nenhum cunho nem cientifico nem religioso. Tampouco transmitir verdades absolutas. Aceitam-se comentários, mantendo o nível ético de conversação. Isto é, sem cair no vulgarote. 
" (...) Muitos não sabem disso, acreditando que o desenvolvimento de consciência possa só ocorrer pela movimentação do kundalini. Apresento, resumidamente, as lições a serem aprendidas em cada etapa (...) no chacra base, a tarefa é estarmos presentes no aqui-agora;; no segundo chacra, aprendemos a transformar a energia sexual em sensualidade, criatividade; no terceiro, purificamos as emoções (sombra) gerando autoestima; no quarto aprendemos a amar incondicionalmente; a abertura dos chacras superiores é consequência do nosso desenvolvimento nos quatro primeiros. "
Souza, Adélia Hill "Celebrando a jornada do herói", riemma editora, São Paulo 2012
Lá pelos anos 60 e inicio de 70 começou-se a falar de contra cultura, libertação sexual, assim como da tríade tal qual canto da sereia: sexo drogas e rock and roll. Muitas coisas magnificas aconteceram nesses anos conturbados, esperançosos e paradoxais. Uma delas foi chacoalhar a sociedade careta, moralista, colonialista e imperialista que se resignificava e perpetuava com o neo liberalismo, que muitos chamam de capitalismo selvagem. Ele era a guerra do Vietnam, a América Latina toda minada e oprimida com o império do Tio Sam. Ele era guerra que o tugas denominavam de " guerra do ultramar" ao passo que os povos africanos colonizados chamavam de " guerra da independência". Em suma, um mundo em guerra de poderes com visão no lucro em que muitos estavam e estão sedentos de paz e amor.
A grande mancada da tríade " sexo, drogas e rock and roll" é que em muitos casos, não todos claro, continuou a ser o sexo pelo sexo numa perspectiva falocêntrica e descartável. Quanto às drogas, as químicas, além de causarem dependência é sinistro porque tolhe vidas sem dó e alimentam o poder dos mafiosos que estão oficialmente nos governos ou na sombra destes. Quanto ao rock and roll fizeram-se e fazem-se coisas muito boas, mas ainda é um mundo maioritariamente masculino insuflado pelas groupies ( aquelas fãs que andam na cola e fazem qualquer coisa para serem tocadas pelos astros e de seguida desprezadas porque a fila tem de andar).
Há quem chame de Nova Era esta necessidade espiritual, aliada à libido/ criatividade e criação, de nos reconectarmos com uma entidade maior que é a natureza, o cosmos, o Todo que muitos chamam de Grande Espírito, outros de Deus, outros ainda de Pachamama e por aí afora.
Que venha a Nova Era leve, suave, firme, doce, empática, plena de amor, transformadora, sem cedências Às armadilhas do ego para tod@s nós! Assim seja!
A Piu
Br, 02/12/2017



sexta-feira, 24 de novembro de 2017

CARTA ABERTA AO JOÃO RICARDO

Querido João Ricardo, as redes sociais são do camandrio. Em abrindo a janela o mundo já está aí com novidades mais e/ou menos agradáveis. Bem sei que muitos acham uma parvoíce completa escrever a quem bateu às botas. Pronto... Eu assumo a minha parvoíce. Tenho me dedicado na arte da parvoíce e já está. Tu também. Sei que és um grande parvalhão. Bom ator, bom palhaço, bom bufão, bom diretor. Então os parvos vão-se inspirando. Sabias que aqui há uns dias eu também Ia batendo a bota botilde? Ah pois! No caso perdi a sandaloca enquanto era levada rua abaixo com o temporal, tal qual parque aquático. Tipo Splash and Water. Uma granda lócura! No momento nem tive a dimensão do perigo que corria. Isto para dizer que a qualquer momento podemos ir desta para melhor. Por isso que descanses em paz e  que a única certeza é que um dia todos vamos; quer queiramos quer não.

Então, deste jeito maneira a mim enfastia-me um pouco o culto da tristeza exacerbada. Aqui para nós, pois sei que se ouvisses esta irias achar graça. Não sei se outros acham, essa também é outra: ainda ando a entender quais as nuances do humor local e universal. Mas escuta esta: a carpidice e a tristeza exacerbada perante a morte é uma masturbação emocional. Não achas? Eu acho! Ufa. Prefiro aquelas culturas que ficam dias a fio em festa a comer, beber, cantar e dançar.

Sabes qual é a diferença entre tragédia grega e tragédia humana? É que a tragédia grega é feita por deuses, logo imortais. Já na tragédia humana, a morte é a apoteose da mesma quando esta é inesperada com contornos menos positivos. O que é fatal é sempre, de algum modo, trágico. Mas se dançarmos para que o céu não nos caia em cima podemos nos tornar espirito esvoaçante do céu, como a Nina Hagen canta. Isto com ismos fanáticos à parte. Que esses... é para quem não esvoaça livremente. Que o teu espirito esvoaçe livremente pelo espaço sideral e atravesse os tempos deixando memórias coloridas.

Ah outra! Para te rires: sabias que outro dia apresentei um pequeno número da minha palhaça diante Gardi Hutter e da Nola Rae. Borrei-me toda, no sentido metafórico da questão. Claro! :/ :D Imaginas a cena mais flop do mundo, mas sem gracinha nenhuma por falta de ritmo e prazer? Só queria fugir. Ahahahaha. Assim vai a vida de nós, os parvos e as parvas.

Até mais João Ricardo ( 27 de Maio de 1964// 23 de Novembro de 2017)

A Piu
Brasil, 24/11/2017



ilustração: Paula Rego

REESCREVENDO A HISTÓRIA

Eis-me aqui na cidade de Campinas, no estado de São Paulo. O último reduto da escravatura. O último lugar da América a abolir a escravatura. Não significa, porém, que o racismo tenha acabado e que as relações de vassalagem se tenham erradicado por completo.
Nascida em Lisboa no ano da graça do senhor de 1973, faço parte da primeira geração de crianças do pós colonialismo português. Provavelmente fosse um escândalo na época da minha mãe uma branquela da metrópole unir-se e ter filhos com um negro com uma visão emancipatoria, pelo menos da parte da mulher. Não podemos, igualmente, fechar os olhos ao facto do machismo ser transversal às etnias, grupos culturais e sociais.
Como mulher, cidadã do mundo, nascida e criada no continente europeu não posso negar as minhas origens e o significado ancestral do que é ser português ou portuguesa no Brasil ou nos países africanos que viram a sua independência em 1975. Sinto muito do fundo do coração toda essa boçalidade que foi e é o projeto imperialista e colonialista. Não se justifica em nenhuma das vertentes. Nada justifica o saque, o desrespeito e a destruição de identidades e povos.
Eu entendo que no Brasil haja essa necessidade tão forte de afirmação da negritude que muitas vezes nem querem ver os branco por perto. Pois até hoje ser negro é ter voz muito abafada e uma desconsideração latente. Assim como as mulheres aos poucos vão ganhado o seu espaço. Mas quando se atentam a colocar em causa a lógica patriarcal são tidas como loucas e até mesmo rechaçadas.
Por exemplo, se pesquisarem no you tube sobre a obra da pintora portuguesa Paula Rego vão-se deparar com uns comentários duma homenzarrada que é de bradar aos céus.
Na verdade, muito honestamente, não posso nem quero ser porta voz do povo português neste dia tão significativo no Brasil. Isto porque sinceramente a maioria de "nós", não todos claro, é arrogante e racista em maior ou menor dosagem. Isso é constrangedor. Mas ainda há tempo de tod@s nós fazermos um trabalho de limpeza interior e expandir a consciência.
Para finalizar, gostaria de homenagear o povo ameríndio, nativo primeiro deste território, e publicamente afirmar o quanto me sinto honrada pela oportunidade de toda amorosidade espiritual que tenho recebido nas figuras de pajés; tanto homens como mulheres.
Que nos possamos rir dos senhores em todos os anos da graça do senhor e que a vida seja pautada por gentileza, amorosidade, respeito, empatia, riso de criança livre e alegria de honrar a vida.
A Piu
Brasil, 20/11/2017
dedicado ás minhas filhas

Foto de Ana Piu.
Foto de Ana Piu.

" UM BURACO NO CÉU" TEATRO BALBINAS BEDUINAS COM ANA PIU - published slideshow details

PhotoSnack | " UM BURACO NO CÉU" TEATRO BALBINAS BEDUINAS COM ANA PIU - published slideshow details

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

PALHAÇAS SORORIADAS SÃO MAIS FIRMADAS! PALHAÇAS COOPERANTES E NÃO COMPETITIVAS ESTÃO MUITO MAIS UNIDAS!

Foto de III Encontro Internacional de Mulheres Palhaças em São Paulo.

III Encontro Internacional de Mulheres Palhaças em São Paulo 

15h – Palco de RUA (Direção: Cida Almeida) - Largo do Paissandu (centro de SP)
Classificação etária: livre
Duração: 60 minutos
Sinopse: O Palco de RUA é uma atividade nova no Encontro Internacional de Mulheres Palhaças –SP, esta programação artística vem contemplar as mulheres palhaças que desenvolvem seus trabalhos na Rua como espaço cênico. Neste palco/picadeiro reuniremos palhaças de diversos estados do Brasil, com:

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

TEATRO BALBINAS BEDUINAS NA ESTRADA

Depois do acolhimento da Casa do Coreto/ Teatro Lua Cheia PARA apresentar em Lisboa no dia 14 e 15 de Outubro, a viajem segue para Serpins Lousã para o Festival de Marionetas organizado pela Companhia Marimbondo. Gratidão a todos que vieram de várias partes do país para prestigiar o trabalho, nomeadamente do Porto, Leiria, Évora, Torres Vedras, Lourinhã e que tenham saído simplesmente de sua casa mesmo na vizinhança. Viva a arte do encontro! 

Piu

Créditos das fotos: Ana Nesat
Foto de Ana Piu.
O largo do coreto em Carnide/ Lisboa com os seus encantos. Espectáculo: Uma vista para o largo. — em Casa do Coreto.

Foto de Ana Piu.
E a vida sorri! Espectáculo: Uma vista para o largo.— em Casa do Coreto.

Foto de Ana Piu.
E esse buraco estava a ficar cada vez maior. Espectáculo: Um Buraco no Céu. — em Casa do Coreto.
Foto de Ana Piu.
Há quem se esqueça de lembrar uma lembrança tão antiga que todos trazemos dentro de nós, trazendo paz de espírito. Espectáculo: Um Buraco no Céu. — em Casa do Coreto.
Foto de Ana Piu.
Depois do teatro na sala um pequeno teatrinho à porta do teatro. Espectáculo: Uma vista para o largo. — em Casa do Coreto.
Foto de Ana Piu.
Algo de inusitado estava a acontecer no espaço sideral. Espectáculo: Um Buraco no Céu. — em Casa do Coreto.





TEATRO BALBINAS BEDUÍNAS/ ANA PIU EM LISBOA

A velha mais velha que as velhas, mas não tão velha como a velha mais velha de todas as velhas já está no coreto para ir ao teatro. No final teve um bónus teatral. "Um Buraco no Céu- teatro de bonecos e máscaras" e " Uma vista sobre o largo- teatro de miniatura". Casa do Coreto/ Teatro Lua Cheia Rua Neves Costa 45 Carnide/ Lisboa

Foto de Ana Piu.
Foto de Ana Piu.
Foto de Ana Piu.