quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

A POESIA ESTÁ NA RUA

Há sempre um lado positivo nas crises. Por vezes até vários. Pode parecer bizarro, mas as crises servem para respirarmos fundo e olharmos para dentro e " Alê hop!". Sacudir a poeira e caminhar. O caminho faz-se caminhando. Redundância em tom de trava línguas. Não existe caminho para a paz. O caminho é a paz. Citando o Gandhi.
Há uns dias atrás, nesse exercício de olhar para dentro apareceu a pergunta: " Qual o foi o acontecimento que magoou mais nos últimos três anos e que ainda te possa magoar? Porque se essa dor não está definitivamente resolvida atrapalha o caminhar."
Ora deixa cá ver, pipiripipiu..... 2014.... Ah! Naquele Carnaval de 2014, em que a PM, atirou sobre as pessoas enquanto estas pulavam o Carnaval. Disseram eles que era "só" uma experiência!...  Como foi num local perto duma universidade e com pessoas com um capital cultural e económico supostamente respeitável diante das autoridades a coisa ficou por ali. Algo que acontece de forma mais trágica, recorrentemente, na periferia.
Mas não foi isso que me magoou realmente. Aliás! Eu tinha saído uma meia hora antes, pois acabara de saber da passagem da minha avó, que era como uma mãe!!! Morreram muitas pessoas queridas e próximas, do outro lado do mar, desde que aqui estou. Mas a partida da minha avó eu temia desde há muito. Mesmo saltimbanca eu duvidada como seria viver essa despedida. Mas como velhinha que já estava, sei que ela se sentiu agradecida por ir. Ninguém fica cá e ela já estava cansada. Deixou amor. Isso é o mais importante. Deixarmos amor quando partimos.
Mas, entretanto, nessa minha introspecção de há uns dias atrás, percebi que o que me magoava como alfinetes no coração que me deixava a respiração ofegante era a crise financeira e suas consequências, entre as quais desemprego, e outras medidas neo liberais tais como a dívida externa contraída por uns e exigindo à população trabalhadora que pagasse. Essa mesma crise que estava a acontecer no sul da Europa parece que a maioria aqui desconhecia tal facto. Bizarro. Constrangedor até. As pessoas não tomam conhecimento da conjectura internacional? Essa conjectura reflete-se no panorama nacional, mais tarde ou mais cedo. Não? Mas hoje vêm me dizer que agora está bom para se viver em Portugal.... De onde tiraram essa informação para eu dar a boa nova aos meus próximos e aqueles que emigraram. Está bem, o governo hoje está um pouco mais à esquerda mas Portugal virou uma colónia de férias. Uma espécie de parque temático gourmet para turistas da Europa do norte e outros com o mesmo poder de compra.
Um dia ouvi dum conterrâneo meu que se o Brasil ainda fosse "nosso" (?!?!?!) não estaríamos a passar esta crise (?!?!?!?!?!?!) Escusado será dizer que senti vergonha,indignação e todas essas coisas que nos deixam os cabelos e os pelinhos dos braços em pé, mas que não são tão elevadas em termos vibracionais como a alegria e o amor. Pessoal! Vocês sabiam que a física quântica prova que a alegria tem uma vibração mais elevada que o amor? Resumindo, a alegria é tudo! Alegria de viver. Alegria de ser estar. Alegria da poesia. Alegria de ir e voltar. A alegria de estar na rua. Enfim, quando estamos alegres atraímos pessoas alegres. A isso chama-se lei da atração. Foi isso que, resumidamente, aprendi ao ir lá ao fundo e não me afogar. Embora esbraceje. Faz parte. Mas para não nos afogarmos temos que relaxar o corpo, boiar e manter a boca e o nariz de fora. Umas vezes não nos calamos e metemos o nariz naquilo que supostamente não somos chamados e também nos silenciamos para escutar a batida do coração e ficarmos mais leves. Como o Sérgio Godinho canta: " Aprende a nadar companheiro que a maré se vai levantar. Que a liberdade está a passar por aqui. MARÉ ALTA! MARÉ ALTA!"
Outra coisa que tenho confirmado, por mais que custe às vezes, é que somos responsáveis com tudo o que nos acontece. O que semeamos, plantamos, atraímos, repelimos e lidamos.
Abraço no coração, que a voz do coração é muito esperta. Inteligentissima!!! A mente é que tem a mania que é melhor que tudo. Magana. Mal sabe ela. 
A Piu
Brasil, 27/12/2017



Foto de Ana Piu.


Maria Helena Vieira da Silva GCSE • GCL (Lisboa, 13 de junho de 1908 — Paris, 6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956.

Pintura realizada na ocasião da revolução dos cravos de 1974 em Portugal que deu fim a uma ditadura fascista ( 1932-1974) e à guerra com os países africanos( 1962- 1974), uns chama de guerra colonial e outros de guerra pela independência.



Foto de Ana Piu.
Maria Helena Vieira da Silva GCSE • GCL (Lisboa, 13 de junho de 1908 — Paris, 6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956.

Despertou cedo para a pintura. Aos onze anos ingressou na Academia de Belas-Artes, em Lisboa, onde estudou desenho e pintura. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Em 1928 foi residir para Paris, onde estudou com Fernand Léger, e trabalhou com Henri de Waroquier (1881-1970) e Charles Dufresne. Em Paris conheceu o seu futuro marido, o também pintor Árpád Szenes, húngaro, com quem se casou em 1930.

Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa
Realizou inúmeras viagens à América Latina para participar de exposições, como em 1946 no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Devido ao facto de o seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. Então, o casal decidiu residir por um longo tempo no Rio de janeiro - Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra. No Brasil, entraram em contacto com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira. Ambos exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.

Vieira da Silva foi autora de uma série de ilustrações para crianças que constituem uma surpresa no conjunto da sua obra. Kô et Kô, les deux esquimaux, é o título de uma história para crianças inventada por ela em 1933. Não se sentindo capaz de a escrever, a pintora entregou essa tarefa ao seu amigo Pierre Guéguen e assumiu o papel de ilustradora, executando uma série de guaches.
A partir de 1948 o Estado Francês começa a adquirir as suas pinturas e em 1956 tanto ela como o marido obtêm a nacionalidade francesa. Em 1960 o Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts, a 9 de Dezembro de 1977 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 1979, torna-se Dama da Ordem Nacional da Legião de Honra de França e a 16 de Julho de 1988 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.[1]

Participou na Europália, em 1992, e veio a morrer nesse ano.

Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa e a Escola Vieira Da Silva, em Carnaxide.

Em 2013, a União Astronómica Internacional deu o nome da artista plástica a uma cratera em Mercúrio.

Em abril de 2016, a sua obra Biblioteca em fogo foi seleccionada como uma das dez mais importantes obras artísticas de Portugal pelo projeto European
















Sem comentários:

Enviar um comentário